sábado, 11 de março de 2017

Madre Paulina - A Primeira Santa do Brasil

Olá!!!
Paz e Benção!!!

Chegando mais um bom filme para curtirmos em família. O filme de hoje nos levará a aprender um pouco mais sobre a vida daquela que é conside
rada a primeira santa brasileira, vamos falar daquela que dedicou sua vida aos doentes e mais pobres, o filme de hoje contará a história de Madre Paulina.

Infância de Amábile Lucia
Nascida em 16 de Dezembro de 1865, em Vigolo Vattaro, na região de Trento, à época pertencente ao Império Austríaco ( desde 1918 pertencente à Itália ), recebeu dos pais o nome de Amabile Lucia Visintainer, ela era a segunda filha, dos quatorze, do casal Napoleone Visintainer e Anna Pianezzer. Sua família era pobre e tinha poucas posses, mas eram cristãos muito fervorosos. Durante a infância de Amábile, toda a região passava por uma grave crise econômica e pestes contagiosas. Por isso, quando ela tinha nove anos, seus pais decidiram emigrar para o Brasil.
Amábile chegou ao Brasil em 1875, junto com a família e se instalaram no Estado de Santa Catarina, mais precisamente na região de Nova Trento, a qual já abrigava vários trentinos. Eles foram se estabelecer em um vilarejo recém fundado no meio da mata chamado Vigolo. As famílias procuravam manter-se unidas para sobreviverem, alimentando o sonho de um dia prosperarem, já que naquela época tudo era muito precário e pobre. 

Uma Santa Amizade Pra Toda Vida
No vilarejo de Vigolo, Amábile fez grande amizade com uma menina que a acompanharia por toda a vida: Virgínia Nicolodi. As duas já tinham uma fé sólida e esta afinidade as fez crescer ainda mais na amizade. As duas eram sempre vistas rezando na capelinha de madeira. Elas fizeram a primeira comunhão no mesmo dia. Nessa época, Amábile já tinha doze anos de idade. Em 1887, sua mãe faleceu e Amábile, então com 22 anos, ficou cuidando de sua família, até quando o seu pai casou-se outra vez. Desde pequena ajudava na Paróquia de Nova Trento, especificamente na Capela de Vígolo, como paroquiana engajada na vida pastoral e social.

Início da Missão de Amábile
Com o crescimento do vilarejo de Vigolo, o padre responsável pela região, chamado Servanzi, iniciou um trabalho pastoral ali. E assim que ele percebeu o espírito comprometido e sábio da adolescente Amábile a incumbiu de lecionar o catecismo às crianças, além de ajudar aos doentes e de manter limpa a capelinha do vilarejo, que era dedicada a São Jorge. Amábile assumiu sua missão de corpo e alma, levando sempre consigo sua amiga Virgínia. As duas dedicaram-se totalmente à caridade para com os mais pobres, ajudando aos doentes, conseguindo mantimentos para os necessitados, ajudando aos doentes, idosos, crianças, enfim, a todos que precisassem. Amábile e Virgínia começaram a ser reconhecidas por todo o povo italiano que vivia naquela região distante e abandonada do Brasil.

Os Sonhos Com Nossa Senhora
Em 1888 Amábile teve o primeiro de três sonhos com a Virgem Maria. Nesses sonhos, Nossa Senhora lhe disse: “Amábile, é meu ardente desejo que comeces uma obra: trabalharás pela salvação de minhas filhas.” Amábile responde: “Mas como fazer isso minha Mãe? Não tenho meios, sou tão miserável, ignorante…” Quando acordou após o terceiro sonho, Amábile assim respondeu em oração: “Servir-vos Minha querida Mãe…sou uma pobre criatura, mas para satisfazer o vosso desejo, prometo me esforçar o máximo que eu puder!”

A Congregação das Irmãzinhas da Imaculada Conceição
Em 12 de julho de 1890, com a ajuda de sua amiga, Virginia Rosa Nicolodi, ela deu início à Congregação das Irmãzinhas da Imaculada Conceição, cuidando de Angela Viviani, que estava enfrentando um câncer já em fase terminal, elas se instalaram em um casebre de madeira, cujo terreno havia sido doado por Beniamino Gallotti. Para este projeto ela contou, também, com a ajuda de seu pai que construiu o casebre de madeira para servir de instalação para obra e permitiu que ela deixasse sua casa para se estabelecer ali. Após a morte de Angela, em 1891, juntou-se a ela mais uma entusiasta deste ideal: Teresa Anna Maule.
Em 1894 o trio fundacional da Congregação das Irmãzinhas da Imaculada Conceição transferiu-se para a cidade de Nova Trento. Receberam em doação o terreno e a casa de madeira dos generosos benfeitores: João Valle e Francisco Sgrott, hoje um centro de encontros.
No dia 17 de agosto de 1895 elas escreveram uma carta a Dom José de Camargo Barros, Bispo de Curitiba. As três amigas pediam ao Bispo a aprovação para elas de um estado oficial de vida religiosa, uma irmandade religiosa de vida consagrada, pela qual tanto rezavam e pediam a Deus. A resposta foi imediata: em 25 de agosto Dom José, constatando que o pedido estava de acordo com “os planos divinos”, concedeu aprovação diocesana para a criação e ereção da “Pia União da Imaculada Conceição”. Em 7 de dezembro de 1895, Amábile e suas companheiras pronunciaram os votos religiosos. Nessa ocasião foi que elas assumiram seus nomes religiosos Amábile tomou o nome de Irmã Paulina do Coração Agonizante de Jesus ( Paulina por ter estudado na Faculdade Missionária de São Paulo; Coração como representação do amor; Agonizante pelas dificuldades pelas quais passou; e Jesus em homenagem a Jesus Cristo ); Virgínia passou a chamar-se Irmã Matilde da Imaculada Conceição e Tereza, recebeu o nome de Irmã Inês de São José.
Em 1903 Irmã Paulina, que já era tratada por Madre Paulina, desde a fundação da congregação, foi eleita Superiora Geral no primeiro capítulo da congregação e a escolha foi “ad vitam”, ou seja, ela estava sendo eleita como Superiora Geral da nova Congregação por toda a vida. O governo de Madre Paulina durou 6 anos, nos quais, com o aumento do número das vocações, a Fundadora pôde consolidar a obra e edificar outras Casas. 
Ainda em 1903 Madre Paulina e outras irmãs, mudaram-se de Nova Trento para São Paulo, em uma difícil e perigosa viagem. Fixaram morada no bairro do Ipiranga e logo iniciaram uma importante obra de assistência aos ex-escravos e filhos de ex-escravos, que haviam sido libertos por força da lei áurea em 1888 e que viviam em péssimas condições, nascia a "Obra da Sagrada Família" ou "Asilo da Sagrada Família" como também era chamado. Para essa obra ela pode contar com o apoio do Padre Rossi e a ajuda de Benfeitores, especialmente do conde José Vicente de Azevedo.
Em 1905 Madre Paulina deu início à fundação da Santa Casa da Misericórdia de Bragança Paulista. E, em 1909, as dirigidas de Madre Paulina passam a administrar, ainda em São Paulo, a Casa de Saúde Dr. Homem de Mello, localizada no Bairro das Perdizes. Foi ainda nesse ano que Madre Paulina assumiu a direção da Santa Casa de Misericórdia de São Carlos do Pinhal.

Perseguição, Afastamento e Exílio
Mas nem tudo foram flores no caminho de Madre Paulina e ela foi perseguida e provada, assim como tantos outros Cristãos. Sua agonia começou quando Anna Brotero de Barros, filha de uma família rica de São Paulo, se transformou em benfeitora do Asilo da Sagrada Família, que era administrado pela Congregação. Como tinha prestígio junto à cúpula da Igreja, queria ser consultada sobre todos os assuntos do asilo e até na ordem interna da Congregação. Madre Paulina considerou as intromissões indevidas, e isso acabou afastando Anna do Asilo, o que desagradou bastante o Arcebispo de São Paulo Dom Duarte Leopoldo e Silva, que passou a considerar necessário uma atitude drástica e exemplar de sua parte. Dom Duarte, então, decidiu por afastar Madre Paulina da Congregação, pois passou a achá-la inconveniente demais e insubmissa. E com isso, ordenou a convocação de um novo capítulo na ordem, para eleição de uma outra Superiora Geral para as Irmãs da Imaculada conceição.
No dia 29/08/1909, após o retiro, foi realizada a eleição da nova Superiora Geral, com a presença de Dom Duarte e Dona Anna Brotero de Barros. Madre Vicência Teodora da Imaculada Conceição foi eleita a nova superiora. No dia seguinte, 30 de agosto, Madre Paulina é obrigada a deixar São Paulo e enviada para Santa Casa de Misericórdia em Bragança Paulista, por ordem de Dom Duarte para que vivesse como súdita por toda a vida. Recebeu o título de Veneranda Madre Fundadora, mas devia partir para o exílio. No “exílio”, aos 44 anos, Madre Paulina sujeitou-se aos trabalhos mais humildes e pesados, sem murmurar nem reclamar, mas entregando tudo ao Senhor.
Tiraram-lhe tudo, restando-lhe somente o título de “Veneranda Madre Fundadora”. No lugar de qualquer outra pessoa (digo isso por mim!) ela poderia ter se encolerizado, murmurado e largado tudo, mas não estamos falando de mim, e sim de Madre Paulina, aquela que diante de tudo o que estava lhe acontecendo, reagiu pronunciando a mais bela oração de perdão de sua vida, de joelhos, diante da autoridade de Dom Duarte:  
“Estou pronta para entregar toda a Congregação à nova Superiora Geral. Ofereço-me espontaneamente, para servir na Congregação, como súdita, sob a obediência de qualquer Superiora, até a morte, em qualquer trabalho. Meu desejo é que a Congregação prossiga seu carisma e que, por seu intermédio, Jesus Cristo seja conhecido, amado e adorado por todas as pessoas em todo o mundo.”
Madre Paulina permaneceu no exílio até 1918 quando, por ordem do mesmo Dom Duarte, foi chamada de volta à casa geral da Congregação em São Paulo. Ela passou a ser fundamental na ajuda da elaboração da História e do resgate do Carisma da Congregação. Na Casa Geral de São Paulo pode rejubilar-se com o Decreto de Louvor dado à Congregação pelo Papa Pio XI, em 1933. Ela era quem orientava e abençoava as Irmãs que partiam em missão para novas fundações. Alegrou-se muito com as irmãs que foram enviadas para a catequese dos índios de Mato Grosso, em 1934.

Saúde frágil, Morte, Beatificação e Canonização
A partir de 1938 Madre Paulina iniciou um período de grandes sofrimentos físicos, ela sofria de diabetes, e por causa da doença ela teve seu braço direito teve que ser amputado. Depois disso, ficou cega. Foram quatro anos de sofrimentos físicos e de testemunho de fé. Ela permaneceu firme, louvando ao senhor por tudo e sendo cada vez mais amada e admirada pelas irmãzinhas. Por fim, após quatro anos de dor, ela entregou sua alma a Deus, na casa geral da congregação fundada por ela, no dia 9 de julho de 1942, então com 76 anos. 
O processo de canonização de Madre Paulina teve início em 1965, o primeiro milagre foi registrado em Imbituba (SC), em setembro de 1966, no qual foi reconhecida a cura instantânea, perfeita e duradoura de Eluíza Rosa de Souza, que possuía uma doença complexa: a morte intra-uterina do feto e sua retenção por alguns meses; extração com instrumentos e revisão do útero, seguida de grande hemorragia e choque irreversível. O caso foi discutido e, posteriormente, o Santo Padre ratificou em decreto aprovando as conclusões da Congregação para as Causas dos Santos.
Já o segundo milagre comprovado ocorreu, em junho de 1992, com a menina Iza Bruna Vieira de Souza, de Rio Branco (AC). Ela nasceu com má formação cerebral, diagnosticada como “meningoencefalocele occipital de grande porte”. No 5º dia de vida, foi submetida, embora anêmica, a uma cirurgia e, depois de 24 horas, apresentou crises convulsivas e parada cardiorrespiratória. A avó da menina, Zaira Darub de Oliveira rezou à Madre Paulina durante toda a gestação da filha e também durante o período no Hospital. A menina Iza Bruna foi batizada no próprio Hospital, dentro do balão de oxigênio, e logo se recuperou. A cura foi atestada pelo Santo Padre João Paulo II.
Madre Paulina foi canonizada em 19 de maio de 2002 pelo Papa João Paulo II que reconheceu suas virtudes em grau heroico: humildade, caridade, fé, simplicidade, vida de oração, entre outras e assim, ela passou a ser a primeira santa canonizada no Brasil.

O dia da festa litúrgica de Santa Paulina é 9 de Julho.

Santa Paulina, rogai por nós!!!

Bom filme a todos!!!



Fontes Pesquisadas:
Cruz Terra Santa, acesso em 11/03/2017
Santuário Santa Paulina, acesso em 11/03/2017
Wikipedia, acesso em 11/03/2017
Canção Nova, acesso em 11/03/2017
Editora Cléofas, acesso em 11/03/2017
E-Biografias, acesso em 11/03/2017
Santa Paulina, acesso em 11/03/2017
Catolicismo Romano, acesso em 11/03/2017