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sexta-feira, 14 de agosto de 2020

Padre Cícero - O Padim do Povo

Padre Cícero - O Padim do Povo 

Olá!!!
Paz e Benção!!!
Chegando mais um filme pra curtirmos em família, hoje vamos conhecer um pouco de uma grande história de fé, vinda do interior do Nordeste do Brasil, a história de um grande sacerdote que amou e foi amado pelo seu povo, um dos fundadores da cidade de Juazeiro do Norte, o Padre Cícero, ou o Padim Ciço, como é carinhosamente chamado por aqui!

Cícero Romão Batista

Nascido no Crato, município do Cariri Cearense, no dia 24 de março de 1844. Nascido no seio de uma família de comerciantes, era filho de Joaquim Romão Batista e Joaquina Vivência Romana, mais conhecida como Dona Quinô. Aos 6 anos começou a estudar com o professor Rufino de Alcântara. Aos 12 anos, inspirado pela leitura da vida de São Francisco de Sales, fez voto de castidade. Aos 16 anos foi estudar na cidade de Cajazeiras, no Estado da Paraíba, onde ficou por dois anos. Em 1862, então com 18 anos, Cícero teve de voltar para sua casa no Crato, pois o seu pai havia falecido, vítima da cólera, deixando a família em grandes dificuldades financeiras e Cícero teve que cuidar de sua mãe e suas duas irmãs solteiras.

Em 1865 Cícero Romão ingressou no Seminário da Prainha, em Fortaleza, feito que só conseguiu por conta da ajuda de seu padrinho de Crisma o Coronel Antônio Luis Alves Pequeno. Foi ordenado em 30 de novembro de 1870, aos 26 anos, logo após sua ordenação retornou ao Crato e, enquanto aguardava o Bispo lhe dar uma paróquia para administrar, dava aulas de latim no Colégio Padre Ibiapina. 

O Pedido de Cristo

Em 1871 foi convidado pelo Professor Simeão Correia de Macedo para visitar o Povoado do Juazeiro, era a primeira vez que o Padre Cícero visitava o local, ali ele celebrou a tradicional Missa do Galo. O Padre Cícero ficou impressionado com o lugar, tanto que em abril de 1872 voltou à Juazeiro, mas dessa vez para ficar. Alguns historiadores relatam que o Padre Cícero teve uma visão (ou sonho) que mudaria sua vida, segundo relatos do padre a alguns amigos, ele viu Jesus Cristo e os doze apóstolos, sentados à mesa, como que no famoso quadro de Leonardo Da Vinci, quando de repente, entra no local uma multidão de pessoas carregando seus poucos pertences em pequenas trouxas. Então Cristo virando-se para os famintos, falava da sua decepção com a humanidade, e dizia estar disposto ainda a fazer um último sacrifício para salvar o mundo. Porém, se os homens não se arrependessem depressa, Ele acabaria com tudo de uma vez. Naquele momento, Ele apontou para os pobres e, voltando-se inesperadamente para o padre e ordenou: - E você, Padre Cícero, tome conta deles!

Nessa época o "povoado do Juazeiro" tinha somente umas poucas casas de taipa (construções feitas de barro e vara) e uma capelinha de Nossa Senhora das Dores, o Padre Cícero, então, reformou a capela e adquiriu algumas imagens com o dinheiro doado pelos fiéis, depois começou um incansável trabalho de pastoral através da pregação do Evangelho, aconselhamentos, visitas domiciliares e confissões. Logo ganhou a simpatia dos fiéis locais e passou a ser chamado de "Padim Ciço", sendo Padim uma forma carinhosa, um diminutivo de "Padrinho" e Ciço uma forma abreviada do nome Cícero.

Formou uma Irmandade Leiga de beatas que o ajudava nas suas funções pastorais, sob sua orientação e liderança, um trabalho como nunca se viu na região. De estilo conservador, o Padre Cícero moralizou os costumes do povo, acabando com a bebedeira em excesso e a prostituição e outros comportamentos "pecaminosos" da população da época, pregava em favor do casamento na igreja, da família e contra os amasiamentos. O povo foi "harmonizado" e pode experimentar, então, os primeiros passos do crescimento e passou a atrair gente dos povoados e cidades vizinhas, todos queriam conhecer aquele povoado "abençoado".



O Possível Milagre Eucarístico

Em 1 de março de 1889, durante a Santa Missa da primeira sexta-feira do mês, a hóstia consagrada ministrada pelo Padre Cícero se transformou em sangue na boca da religiosa Maria de Araújo. Rapidamente a notícia do possível milagre Eucarístico se espalhou, passando a atrair cada vez mais pessoas para o povoado. Esse fato se repetiu várias vezes durante mais de dois anos, e sempre que acontecia o Padre guardava os paninhos usados para limpar o sangue da boca da beata e guardar a hóstia consagrada que houvera se transformado em sangue.

A pedido do Padre Cícero a diocese criou uma comissão de padres e profissionais da saúde para investigar o possível milagre, faziam parte da comissão os renomados médicos Marcos Rodrigues Madeira e Ildefonso Correia Lima e o farmacêutico Joaquim Secundo Chaves, além dos Padres Clicério da Costa, como presidente da comissão e, Padre Francisco Ferreira Antero, como Secretário. No dia 13 de Outubro de 1891, após várias entrevistas e estudos, a comissão encerrou as pesquisas, chegando à conclusão que não havia explicação natural para os fatos ocorridos. Esse resultado divulgado pela comissão reforçou ainda mais a fé do povo no milagre eucarístico, aumentando cada vez mais as peregrinações ao Juazeiro, o povo queria ver a beata e venerar os panos manchados de sangue. 

A Perseguição ao Padre Cícero

Insatisfeito com o parecer da comissão e influenciado por outros clérigos que rejeitavam a ideia do milagre eucarístico, o Bispo Dom Joaquim José Vieira nomeou uma nova comissão para investigar o fato. O Padre Alexandrino de Alencar presidiu essa nova comissão, seu secretário era o padre Manoel Cândido. Esta segunda comissão concluiu que não houve milagre, mas uma farsa. Essa conclusão agradou Dom Joaquim, que com base nela, em 1894 decidiu suspender Padre Cícero das ordens sacerdotais e ainda determinou que a beata Maria de Araújo fosse enclausurada. A beata Maria de Araújo faleceu em 1914.

Em 1898 o Padre Cícero foi à Roma, onde se reuniu com o Papa Leão XIII e membros da Congregação do Santo Ofício, ele conseguiu sua absolvição, mas continuava proibido de celebrar Missas. Pouco tempo depois, essa decisão foi revista e o Padre Cícero teria sido excomungado, porém essa excomunhão não teria sido aplicada pelo bispo. Nesse período a perseguição ao Padre Cícero era tamanha que chegava a ser negado o sacramento do batismo a crianças que os pais tivessem escolhido o nome Cícero, e outros sacramentos como a confissão, à pessoas que mencionassem acreditar no possível milagre eucarístico. 

O Padre Prefeito

Impedido de exercer suas funções sacerdotais, mas com um desejo gigantesco de ajudar aquele povo sofrido, o Padre Cícero passou a lutar pela emancipação política, da então Vila do Tabuleiro Grande, desvinculando-a da Cidade do Crato. Ele tinha o apoio de Floro Bartolomeu e do Padre Alencar Peixoto, além de outras personalidades da região. Em 22 de Julho de 1911 a emancipação política foi concedida através da lei nº 1.028, o novo município foi chamado de Joaseiro (em referência à arvore típica da região) e o Padre Cícero se tornou o seu primeiro prefeito. 

Durante sua gestão como prefeito o Padre Cícero realizou várias benfeitorias: Levou a Ordem Salesiana para cidade, doou o terreno para construção do aeroporto, construiu escolas, capelas, estimulou a agricultura e ajudou a população mais carente, ele dizia que em cada casa deveria ter uma capela e uma oficina, para que todos pudessem rezar e trabalhar sempre. Em 1912 foi deposto do cargo pelo governador eleito Marcos Franco Rabelo, mas voltou a frente da gestão municipal em 1914, ficando no cargo até 1927. O Padre Cícero foi um dos maiores benfeitores do município, muitos de seus feitos à frente da gestão municipal permanecem até os dias atuais.

Mesmo Ferido, Nunca Se Revoltou
Apesar de ter sido afastado de suas funções sacerdotais o Padre Cícero nunca deixou de usar sua batina, seu chapéu e seu cajado, nem mesmo enquanto exerceu a função de prefeito do Juazeiro. Tampouco se revoltou contra a Igreja, ao contrário, mesmo sofrendo sua punição, ele sempre aconselhava as pessoas a se manterem fiéis a Deus e a Santa Igreja. Muitos tentaram o relacionar com o comunismo e a Teologia da Libertação, mas o Padre Cícero era extremamente anti-comunista, em um entrevista concedida ao Jornal O Povo, em 1931, aos jornalistas Paulo Sarasate e Alpheu Aboim ele afirmou: "O comunismo foi fundado pelo Demônio. Lúcifer é o seu nome e a disseminação de sua doutrina é a guerra do diabo contra Deus. Conheço o comunismo e sei que é diabólico. É a continuação da guerra dos anjos maus contra o Criador e seus filhos."

Morte e Homenagens Póstumas

O Padre Cícero morreu, aos 90 anos, no início da manhã do dia 20 de Julho de 1934, em Juazeiro do Norte, terra pela qual ele se apaixonou, cidade que ele ajudou a criar, deixando órfão todo aquele povo sofrido. Seu sepultamento aconteceu no dia seguinte e foi acompanhado por milhares de pessoas. Seu corpo está sepultado aos pés do altar da Igreja de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, lá mesmo em Juazeiro. Após a usa morte sua fama de milagres só fez aumentar, até hoje milhões de romeiros visitam todos os anos a cidade do Juazeiro.


Um estátua foi construída em 1969 em homenagem a Padre Cícero, a obra foi esculpida pelo artista nordestino Armando Lacerda, tem 27 metros de altura, foi construída na Colina do Horto, local onde o Padre costumava fazer seus retiros espirituais e recebe cerca de 2,5 milhões de romeiros todos os anos. A Estátua pode ser visitada todos os dias do ano, mas os principais dias de peregrinação são:

  • 24 de Março: Aniversário natalício do Padre;
  • 20 de Julho: Aniversário de morte do Padre;
  • 15 de Setembro: Festa de Nossa Senhora das Dores.
  • 1 de Novembro: Solenidade de Todos os Santos, véspera de Finados e inauguração da estátua;
Em 2001 o Padre Cícero foi eleito o Cearense do século 20, em eleição promovida pela TV Verdes Mares, afiliada da TV Globo no Ceará. Participaram dessa eleição cerca de 1,6 milhão de pessoas e o Padre Cícero recebeu quase 1 milhão de votos, cerca de 38% do total.

Reconciliação com a Igreja Católica

Em 2006 o Bispo da Diocese do Crato, Dom Fernando Panico, estimulado pelo Cardeal Josef Ratzinger, prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, atual Papa Emérito Bento XVI , formou uma comissão e deu entrada na Congregação para a Doutrina da Fé, em um processo de reabilitação do Padre Cícero. Esse processo resultou em 2015 na reconciliação do Padre Cícero com a Santa Igreja, sendo a reconciliação um grau mais alto de perdão do que a reabilitação, pois enquanto a reabilitação é a recuperação de ordens que estavam suspensas, a reconciliação significa apagar qualquer oposição à ação do Padre Cícero. Com essa reconciliação não há mais impedimentos legais para o avanço do processo de beatificação do Padre Cícero.

Sobre o Filme

O filme que nós veremos hoje se chama "Padre Cícero: Os Milagres do Juazeiro", é uma produção brasileira de 1975, dirigido por Helder Martins de Moraes, no elenco temos o Grande e inesquecível Jofre Soares no papel de Padre Cícero, o filme está dividido em duas partes. Eu ainda vou disponibilizar duas catequeses do Padre Gabriel Vila Verde, da Arquidiocese de Salvador, Bahia. Ele está escrevendo um livro sobre a vida do Padre Cícero e fez essas duas catequeses sobre a vida e sobe os motivos que levaram o Padre Cícero a ingressar na política. 

Nossa Senhora das Dores, rogai por nós!

Filme "Padre Cícero: Os Milagres do Juazeiro" - Parte 1

Filme "Padre Cícero: Os Milagres do Juazeiro" - Parte 2

Padre Gabriel Vila Verde - A Verdade Sobre o Padre Cícero

Padre Gabriel Vila Verde - Por que o Padre Cícero se Tornou Político?


Fontes Pesquisadas:
Wikipedia Padre Cícero, acesso 08/08/2020
O Povo Online
E-Biografias
Cruz Terra Santa
Notícias Canção Nova
Fundação Joaquim Nabuco
Wikipedia Prefeitos do Juazeiro
Portal São Francisco
Pé Na Estrada
Agência Senado,
Globo.com

sábado, 14 de setembro de 2019

O Martírio dos Cristãos na Terra Santa

Olá!!!
Paz e Benção!!!

Chegando mais um bom filme aqui no blog, dessa vez trago um documentário produzido pela Comunidade Canção Nova da Terra Santa sobre o martírio dos cristãos naquela região no começo da história do cristianismo. 

O documentário mostra um pouco da história de Santo Estevão (martirizado +/- em 34), São Marino ( Martirizado +/- em 260), Eusébio de Cesaréia (morreu em 339), da Piscina de Mamila em Jerusalém, mostra o significado de alguns símbolos cristãos daquela época, entre outras informações. É um documentário curtinho, tem pouco mais de 40 minutos, mas é muito rico em informação e ainda conta com a participação do professor Elio Passeto, membro da Congregação dos Religiosos de Nossa Senhora de Sion, ele vive em Israel há mais de trinta anos, é diretor do programa sobre estudos bíblicos em Israel e Mestre em teologia bíblica e professor titular do centro de estudos judaicos.

Já a Missão Canção Nova na Terra Santa foi iniciada em março de 2005, na cidade de Belém com o objetivo de difundir as riquezas culturais e religiosas dos lugares santos através dos meios de comunicação social e peregrinações.

Eu espero que gostem do documentário.



Fontes Pesquisadas:

Canção Nova na Terra Santa, acesso em 13/09/2019;
Página da Diocese de Santo André no Facebook (precisa fazer login na rede para acessar), acesso em 13/09/2019.

sábado, 31 de agosto de 2019

Santo Inácio de Loyola - Fundador dos Jesuítas

Olá!!!
Paz e Benção!!!

Eu estava morrendo de saudades de dizer isso! Pós-graduação concluída, TCC (Trabalho de Conclusão de Curso) entregue e agora vida que segue e pra comemorar isso que tal um bom filme pra assistirmos em família? Então prepara a pipoca, reúne o povo, ajeita o sofá pra caber todo mundo que é hora da gente conhecer o santo que tem uma alma maior que o mundo: Santo Inácio de Loyola!

Nascimento e Adolescência
Seu nome de batismo era Iñigo López de Loyola, ele nasceu no dia 31 de maio de 1491, no castelo de Loyola, no município de Azpeitia, região basca ao norte da Espanha. Foi o mais novo dos 13 filhos do casal católico Dom Beltrán Ibáñez de Oñaz y Loyola e Marina Sáenz de Licona y Balda, eles eram católicos fervorosos e pertencentes a uma das mais nobres, ilustres e antigas famílias da província espanhola de Guipúzcoa. Teve uma educação toda voltada para fazer dele um aristocrata e, por isso, cresceu no meio do luxo da corte. Ainda criança ficou órfão de mãe e, no ano 1506 o seu pai também faleceu.


O Militar Iñigo
Então com 16 anos Iñigo foi enviado a Juan Velázquez de Cuellar, seu parente, que era ministro do Tesouro Real do reino de Castela durante o reinado de Fernando II de Aragão, onde viveu e trabalhou como pajem (um tipo de serviçal) e cortesão de 1506 até 1517, quando abraçou a carreira militar e foi prestar serviços a outro parente muito importante: António Manrique de Lara, o Duque de Najera, Vice-Rei de Navarra. 

Loyola, o Cavaleiro da Virgem
No dia 20 de maio de 1521 um fato mudaria para sempre a vida de Iñigo Loyola, durante a Batalha de

Pamplona (capital de Navarra) contra os franceses, um tiro de canhão quebrou sua perna direita e causou lesões na perna esquerda. Gravemente ferido foi levado ao Castelo de Loyola, onde ficou durante o período de sua longa e dolorosa recuperação, tendo que permanecer imobilizado em seu leito, ficou dedicado a leitura e passou a ler sobre a vida de Cristo e dos santos, pois não havia livros sobre cavalaria, os seus preferidos, foi então, a partir deste contato com os livros religiosos, que Iñigo percebeu que suas ambições mundanas somente lhe traziam alegrias passageiras e meros prazeres, ao passo que sua entrega a Jesus Cristo lhe enchia o coração de alegria duradoura e isso foi para ele um sinal de Deus.


Recuperado e inspirado pelas leituras e empolgado com a história de vida, principalmente, de São Francisco de Assis e São Domingos, decidiu deixar o Castelo Loyola, colocar-se ao serviço da Divina Majestade, tornar-se Cavaleiro da Virgem e seguir para Jerusalém. Em Montserrat, deixou sua espada no altar da Igreja de Nossa Senhora de Montserrat. Em Manresa abrigou-se em uma caverna e passou a viver como eremita e mendigo, passando pelas mais duras necessidades. Foi durante esse período que passou a fazer anotações que mais tarde seriam intituladas de "Exercícios Espirituais" considerados até hoje um de seus mais importantes escritos. Em 1523 Iñigo partiu para Barcelona, passou por Roma, Veneza e, por fim, chegou a Jerusalém. Lá ele foi recebido pelos Franciscanos, visitou os lugares sagrados do cristianismo e decidiu viver ali. Porém isso não lhe foi permitido e ele teve de regressar para Barcelona, onde chegou em janeiro de 1524. 

Loyola e a Inquisição
De volta a Barcelona, passou a viver na casa de Inez Pascual, que havia conhecido em sua primeira passagem pela Catalunha. Dedicou-se ao estudo do Latim, a ajuda espiritual e a reforma do Mosteiro de Nossa Senhora dos Anjos, já nesse período diversas pessoas importantes o procuravam para ouvi-lo. Após conseguir dominar o latim, seguiu para a Universidade de Alcalá para dar continuidade a seus estudos. Ficou abrigado no Hospital de Antezana, onde dedicava-se aos estudos, à pregação e a ensinar os "Exercícios Espirituais", foi denunciado à Santa Inquisição e preso, pois era a época de perseguição aos Alumbrados (Também chamado de Iluminismo, porém não confundir com os Iluminatis). Como não foi encontrado nenhum mal em seus ensinamentos ele foi solto, mas ficou proibido de pregar. Orientado pelo Arcebispo de Toledo, seguiu para Universidade de Salamanca. Tendo voltado a pregar, chamou a atenção de religiosos do Convento Dominicano, onde confessava-se habitualmente, pela forma como falava de Deus sem nunca ter estudado teologia. Foi novamente denunciado a Santa Inquisição e preso, teve o seu livrinho dos Exercícios Espirituais investigados, porém, mais uma vez, nada encontraram que o condenasse. Liberto, foi proibido de pregar até que se concluíssem os seus estudos. Então seguiu sozinho para França, estudar em Paris.

Nasce a Companhia de Jesus
Em 1528 ingressou na Universidade de Paris, em 1533 obteve a licença de docente, em 1534 tornou-se Mestre em artes. Nesse mesmo ano, no dia 15 de agosto, na Capela de Saint-Denis, na Igreja de Santa Maria, em Montmartre, foi fundada a Companhia de Jesus, por Iñigo e mais 6 pessoas: Os espanhóis Pedro Fabro, Francisco Xavier (Reconhecido como santo, mais tarde), Alfonso Salmeron, Diego Laynez, Nicolau Bobedilla e, o português, Simão Rodrigues. O objetivo da Companhia era realizar trabalho missionário e hospitalar em Jerusalém, ou ir para onde o Papa quiser, sem questionar. Em 1537 apresentaram-se ao Papa Paulo III, que lhes concedeu que fossem ordenados sacerdotes, foi durante a ordenação que Iñigo adotou o nome de Inácio. Através da bula Regimini militantis Ecclesiae a Companhia de Jesus (Em latim Societas Iesu, S. J.) foi aprovada oficialmente pelo Papa Paulo III em 27 de Setembro de 1540, no ano seguinte Inácio de Loyola foi eleito o primeiro Superior Geral da Ordem e passou a viver em Roma. 

Inácio ainda dedicou-se a catequese de crianças, fundou a Casa de Santa Marta para acolher prostitutas e outra instituição para acolher meninas jovens pobres, dava assistência aos órfãos e trabalhava pela conversão dos Judeus de Roma. Em 1551 criou o Colégio Romano, que mais tarde tornou-se a Pontifícia Universidade Gregoriana, que oferecia ensino gratuito.

De Roma, Inácio formou e enviou os missionários a várias partes do mundo, os Jesuítas (como ficaram conhecidos) foram enviados aos povos da América, Ásia, Alemanha, Países Baixos, Áustria, Polônia, Bélgica, Espanha, Itália, Polônia, Portugal e etc. Eles levaram o Evangelho de Jesus Cristo de maneira heroica e poderosa aos lugares mais improváveis e desconhecidos. Muitos morreram martirizados por causa da fé em Cristo, deixando maravilhosos testemunhos de coragem, fé e amor a Deus. A educação foi considerada por Inácio o principal instrumento de evangelização e catequização, e assim sendo fundaram missões, retiros, colégios e universidades. 

Os Jesuítas no Brasil
No Brasil os Jesuítas chegaram em 1549, enviados pelo padre Loyola e chefiados pelo padre Manuel da Nóbrega, com o apoio do Governador-Geral do Brasil Tomé de Souza. Durante mais de 200 anos contribuíram para educação no Brasil, criaram as Casas de Ler, Escrever e Contar, Cursos básicos e secundários, Cursos que eram considerados de nível superior em letras, filosofia, teologia e ciências sagradas. Nos cursos trazidos para o Brasil pelos Jesuítas era possível estudar metafísica, gramática latina, moral, humanidades, ciências físicas e naturais.

Os Jesuítas também criaram missões para os indígenas com o objetivo educar, catequizar e manter os índios longe dos colonos, nessas missões os Jesuítas também orientavam os índios para a agricultura que garantia comida e renda para todos, o que mais tarde possibilitou que estes deixassem de ser nômades e passassem a fixar moradia. Os Jesuítas foram expulsos do Brasil em 1759, quando o Marquês de Pombal os acusou de conspiração contra o rei de Portugal, fazendo com que fossem expulsos do reino e de todas as suas colônias.

Morte e Canonização
Desde que assumiu o cargo de Superior Geral da Ordem a saúde de Inácio piorou bastante e, muito debilitado, ele faleceu em 31 de Julho de 1556, em Roma, aos 65 anos. Foi beatificado pelo papa Paulo V em 1609 e canonizado pelo Papa Gregório XV, em 1622, na bula de sua canonização o papa assinalou que Santo Inácio de Loyola tinha uma alma maior que o mundo". Foi declarado Padroeiro dos Retiros Espirituais pelo Papa Pio XI, em 1922. 

A festa litúrgica de Santo Inácio de Loyola é celebrada no dia 31 de Julho.

Santo Inácio de Loyola, rogai por nós!!!

O Filme postado aqui é Inácio de Loyola: Soldado - Pecador e pode ser comprado no Site das Lojas Paulinas.



Fontes Pesquisadas:
UOL Biografias, acesso em 30/08/2019;
Jesuítas Brasil,  acesso em 30/08/2019;
Wikipedia, acesso em 30/08/2019;
Cruz Terra Santa, acesso em 30/08/2019;
InfoEscola Biografias, acesso em 30/08/2019;
Ebiografia, acesso em 30/08/2019;
Ecclesiae, acesso em 30/08/2019;
Santo do Dia Canção Nova, acesso em 30/08/2019; 

sábado, 2 de dezembro de 2017

Policarpo de Esmirna - o Paladino da Fé

Olá!!!
Paz e Benção!!!
Chegando mais um bom filme para curtirmos em família e aprendermos um pouco mais sobre a história dos santos e santas, hoje conheceremos a história de Policarpo, que foi bispo em Esmirna. Ele foi um dos grandes Padres Apostólicos, ou seja, pertencia ao número daqueles que conviveram com os primeiros apóstolos e serviram de elo entre a Igreja primitiva e a Igreja do mundo greco-romano.

Nascimento e Amizade Com Santo Inácio
Ele nasceu no ano de 69, no seio de uma família cristã da alta burguesia, em Esmirna, Ásia Menor, atual Turquia. Os registros sobre sua vida foram transmitidos pelo seu biógrafo e discípulo predileto, Irineu, venerado como o “Apóstolo da França” e sucessor de Timóteo em Lyon. Policarpo foi discípulo do apóstolo João, e teve a oportunidade de conhecer outros apóstolos que conviveram com o Jesus. Ele se tornou um exemplo íntegro de fé e vida, sendo respeitado inclusive pelos adversários. Dezesseis anos depois, sua dedicação e exemplo de santidade fizeram com que Policarpo fosse escolhido e consagrado para ser o bispo de Esmirna para a Ásia Menor, pelo próprio apóstolo João, o Evangelista. O bispo Policarpo foi amigo pessoal de Santo Inácio Antioquia. Este mártir esteve em sua residência quando caminhava para o martírio em Roma, no ano 107. Inácio escreveu cartas a Policarpo e à Igreja de Esmirna antes de ser entregue às feras no Coliseu Romano. Nessas cartas, ele enaltece as qualidades de Policarpo, zeloso bispo. Também foi companheiro de Papias de Hierápolis (a quem Eusébio de Cesareia chamava de Bispo de Hierápolis). 

Policarpo e Papa Aniceto
No tempo do Papa Aniceto as Igrejas da Ásia diferiam das outras quanto à data de celebração da Páscoa, São Policarpo, então, viajou a Roma, no intuito de sanar essa dúvida com o Papa. Durante os debates eles não conseguiram convencer um ao outro. No entanto, a virtude que unia os dois homens de Deus transpôs as barreiras teológicas. Concordaram em que cada Igreja conservaria seus próprios costumes no tocante à data da festa, e continuariam unidas na caridade. Para demonstrar seu apreço por São Policarpo, Santo Aniceto lhe pediu que celebrassem juntos a Eucaristia em Roma.

Policarpo Apostólico
São Policarpo foi um bispo menos interessado na administração eclesiástica. Sua vocação era a de Pastor. Sua alegria era fortalecer a fé das ovelhas de seu rebanho. Neste sentido, ele escreveu inúmeras cartas. Mas, infelizmente, somente a carta que foi enviada aos filipenses, no ano 110 é que ficou preservada. Nela, São Policarpo exalta a fé em Jesus Cristo, fé que precisa ser confirmada no trabalho árduo, diário e no dia a dia dos cristãos. Ela também cita trechos da famosa Carta de São Paulo aos Filipenses e os Santos Evangelhos. Policarpo repetiu ainda nesta carta as muitas e preciosas informações que ele próprio recebera diretamente dos apóstolos, especialmente de São João Evangelista. Por isso, a Igreja concedeu a ele o título de "Padre Apostólico". Assim, aliás, foram chamados os primeiros discípulos dos doze apóstolos.

A Perseguição de Marco Aurélio
Por volta do ano 154, época do imperador romano Marco Aurélio, desencadeou-se uma feroz perseguição contra o Cristianismo na Ásia Menor. Além de tirar a vida aos cristãos de Esmirna, os verdugos empenhavam-se de modo especial nos esforços para capturar o seu bispo Policarpo. Em vão, pois este havia sido persuadido a deixar a cidade durante algum tempo. Conseguiram, porém, capturar dois meninos que conheciam o lugar onde ele se encontrava e os torturaram com tanta crueldade que um deles o revelou.  Três dias antes de ser preso Policarpo teve uma visão do martírio que o esperava: Viu seu travesseiro pegando fogo e avisou aos amigos que seria morto pelo fogo.

A Prisão de Policarpo
Era a tarde de sexta-feira antes da Páscoa, quando uma patrulha a cavalo chegou à casa de campo onde Policarpo estava abrigado. Vendo-a, os cristãos que ali se encontravam o incentivaram a fugir, o que ele poderia ter feito com facilidade, mas se recusou, dizendo: “Seja feita a vontade de Deus”. Policarpo ainda mandou servir aos soldados comida e bebida à vontade e pediu-lhes apenas o prazo de uma hora para rezar livremente. Tendo eles consentido, Policarpo começou de pé a sua oração; a graça divina transbordava nele de tal maneira que pelo espaço de duas horas ele ficou em oração sem que ninguém o interrompesse. Ao fim de sua oração Policarpo se entregou com mansidão a seus captores. Não sem remorsos, e bastante embaraçados, eles o conduziram num jumento ao estádio da cidade, onde seria julgado.

Julgamento e Morte do Bispo Policarpo
No estádio onde Policarpo foi julgado uma grande multidão de pagãos o esperava para mais uma sessão de sangrentos espetáculos, os gritos da multidão podiam ser ouvidos de longe. Quando Policarpo adentrou no estádio, uma poderosa voz foi ouvida por todos os Cristãos que se encontravam disfarçados ali, esperando o "espetáculo" acabar para recolher as "relíquias" do bispo mártir, ninguém via quem falou e a voz parecia vir do alto e dizia: "– Sê forte, Policarpo, e age como um homem!" 
Policarpo foi julgado por Estácio Quadrado, este insistia raivosamente para que o santo renegasse a Jesus Cristo. Policarpo, porém, disse em alta voz no tribunal: "Eu tenho servido a Cristo por 86 anos e ele nunca me fez nada de mal. Como posso blasfemar contra meu Redentor? Ouça bem claro: eu sou cristão!" Com essa declaração Policarpo foi condenado à morte pelo fogo, ele mesmo fez questão de subir na fogueira e testemunhou para o povo: “Sede bendito para sempre, ó Senhor; que o vosso nome adorável seja glorificado por todos os séculos”. O fogo foi acesso, e Policarpo se manteve em oração, ele estava no meio das chamas mas seu corpo não se consumia, um forte vento envolvia seu corpo por todos os lados e um forte odor como que de incenso podia ser sentido por todos. E de forma miraculosa a profecia de Policarpo não se cumpriu.
Vendo que o fogo não conseguia consumir o corpo do santo Bispo, seus algozes mandaram o executor transpassá-lo com o punhal. E quando isto foi feito, saiu da ferida tal quantidade de sangue que apagou o fogo. Vendo o centurião a oposição dos judeus, fez queimar publicamente o corpo, conforme o costume pagão. Enquanto o seu corpo queimava um forte cheiro odor de pão cozido era percebido pelos espectadores.
São Policarpo foi formado por São João Evangelista. E por sua vez, Policarpo formou um discípulo de grande estatura espiritual: Santo Irineu de Lyon. Também este, fiel ao carisma e aos exemplos de virtude dados por seu mestre, empenhou- se em formar sucessores que tivessem o mesmo espírito e transmitissem essa preciosa herança de santidade, cuja raiz é o próprio Jesus Cristo Nosso Senhor.

Sua festa litúrgica é celebrada no dia 23 de fevereiro.

São Policarpo, rogai por nós!!!

 
 
Fontes Pesquisadas:
Santo do dia Canção Nova, acesso em 01/12/2017;
Arautos do Evangelho, acesso em 01/12/2017;
Cruz Terra Santa, acesso em 01/12/2017;
Wikipedia, acesso em 01/12/2017;
Franciscanos, acesso em 01/12/2017;
Cleofas, acesso em 01/12/2017.

sábado, 9 de setembro de 2017

São José de Cupertino - O Santo Voador

São José de Cupertino - O Santo Voador

Olá!!!
Paz e Benção!!!

Você alguma vez já foi menosprezado por não ser tão inteligente, ou por ser pobre, ou por não saber ler? Ignoraram você, Tinham vergonha de você? Alguma vez você achou que não merecia o amor de Deus? Ou que não poderia ser santo? Pois bem, o filme de hoje vai lhe mostrar a história de um santo que viveu tudo isso, mas que nada disso impediu que a vontade de Deus se manifestasse em sua vida, vamos falar hoje de São José de Cupertino.

Nascimento Semelhante a Cristo
Ele nasceu no dia 17 de junho de 1603, em Copertino (Cupertino em Português), no Reino de Nápoles, Itália. Foi batizado com o nome Giuseppe Desa, de família muito pobre, foi o sexto filho dos seus pais (não encontrei os nomes do casal), seu pai era carpinteiro e, segundo uma das fontes faleceu pouco antes do nascimento de José, deixando sua mãe afundada em dívidas,  o que fez com que ela fosse despejada da casa onde morava às vésperas do nascimento de José, com isso ele acabou nascendo em um estábulo, assim como nosso Senhor. José cresceu com dificuldades intelectuais severas, era muito atrapalhado e tinha dificuldade para aprender até mesmo trabalhos manuais, como o ofício de carpinteiro. Quando estava um pouco mais crescido, começou a trabalhar como aprendiz de sapateiro. 

José, o Irmão Burro
Aos 17 anos tentou ingressar em um convento Franciscano e depois em um Capuchinho, mas nas duas vezes o recusaram por considerá-lo um "inútil". Chegou ainda a procurar abrigo na casa de um tio que tinha algumas posses, mas após algum tempo, este o declarou “completamente inútil” e o pôs na rua. Acabou, então, voltando para a casa de sua mãe, que recorreu, ainda a um parente franciscano, por cujo intermédio o jovem acabou sendo aceito no convento de La Grotella, como ajudante leigo, nos trabalhos do estábulo. Por conta do seu jeito estabanado e de sua pouca inteligência era motivo de gozação por onde passava e no convento não foi diferente, logo, ganhou o apelido de "Irmão Burro". 

Nasce o Frei José
José mal sabia ler e escrever, mas ele queria ser sacerdote e todos duvidavam de sua capacidade, com muito esforço ele seguiu estudando e conseguiu alguns poucos progressos, sua dificuldade em aprender era tamanha que ele não conseguia aprender quase nada, do evangelho por exemplo, a única coisa que aprendeu foi "Bendito é o fruto do teu ventre!" do Evangelho Segundo Lucas. Durante os testes chegava a ficar tão inseguro que, às vezes não conseguia responder. Mas a Providência não o desamparava. Quando seu mestre começava a ficar impaciente, José lhe dizia: “Tenha paciência, assim será mais meritório”.
Chegando o dia do seu teste para ser admitido como Diácono José entregou-se a Virgem Maria. Durante o teste o Bispo de Nardo lhe disse: “Vou abrir a esmo o Evangelho, e a primeira frase que me cair sob os olhos, essa terás de me explicar”. Em seguida, abriu o livro santo na página da visita a Santa Isabel, e mandou Frei José dissertar sobre a frase: “Bendito é o fruto de teu ventre”. Era o único trecho que José sabia explicar e o fez de forma admirável e foi aprovado, para o espanto de todos.
Após mais um tempo de estudos e dificuldades imensas, chegou o momento do exame oral, diante do Bispo de Castro. José de Cupertino foi juntamente com outros confrades. Mais uma vez ele confiou-se a Nossa Senhora, pois sabia que, humanamente, não passaria. O bispo, porém, interrogou alguns e ficou tão admirado com as respostas precisas e sábias destes, que decidiu aprovar todos os outros sem examiná-los. Dentre eles estava São José de Cupertino.

Êxtase, Conselho, Visões e Levitação
Se seu intelecto era muito baixo, o seu poder de oração e intimidade com Deus surpreendia a todos, durante os momentos de oração era acometido por acontecimentos espirituais e frequentemente entrava em êxtase (um estado de elevação da alma ao plano sobrenatural, onde a pessoa fica momentaneamente desapegada dos sentidos e entregue totalmente numa contemplação daquilo que é Divino). Gritos, beliscões, queimaduras, agulhadas, nada o trazia de volta em seus momentos de êxtase; mas ele voltava na hora com a ordem do seu superior. 
A sabedoria divina lhe ultrapassava o comum aos homens, em certa ocasião, um professor da Universidade Franciscana de São Boaventura disse: “Escutei-o discorrer tão profundamente sobre os mistérios da teologia, como não o poderiam fazer os melhores teólogos do mundo”.  
Ele era capaz de perceber na alma das pessoas o que elas mais precisavam, e as aconselhava com exatidão. Através de suas manifestações, Deus curava o coração de muitos que o procuravam. Acabava com desavenças, reconciliava inimigos e levava a misericórdia de Deus. 
Ele também tinha visões, dizia com simplicidade que em algumas vezes ficava conversando com alguns apóstolos e as vezes com Jesus e a Virgem Maria. Ele via as pessoas freqüentemente sob a forma do animal que representava o estado de sua alma. Ele sentia também os odores do pecado ou da virtude, de maneira que, chegando-se a um pecador, dizia: “Cheiras mal. Vai te confessar”. Ainda tinha o dom de se fazer entender pelos animais, certa vez pediu a um passarinho que ensinasse as freiras de um mosteiro cantar o Ofício. E todos os dias, à hora das Matinas e da Noa, eis que o pássaro aparecia à janela do coro, animando o cântico das religiosas.
Além disso, ele também possuía o dom da levitação, que se manifestava quase constantemente quando celebra a santa missa e quando rezava. Bastava ouvir o nome de Jesus ou de Maria que ele, literalmente, começava a levitar (Elevar-se do chão, como que voando). Se estava na igreja, voava para junto do altar da Virgem ou do Santíssimo. Se no jardim, para o cume de uma árvore, permanecendo ajoelhado na ponta de um de seus galhos como se fosse o mais leve passarinho. 
E esses mistérios lhe trouxeram fama de santidade, que logo se espalhou por toda Itália e outros países da Europa fazendo com que príncipes, reis e até mesmo o Papa Urbano VIII foi encontrar-se com o Frei José.

O Frei José e a Inquisição
Mas esses mistérios lhe trouxeram também grandes problemas, diante de denúncias ao Tribunal do Santo Ofício, popularmente conhecido como Inquisição, o Frei José passou a ser investigado sob a acusação de serem manifestações demoníacas os seus dons extraordinários, O processo terminou reconhecendo a inocência do religioso, impondo-lhe, porém, a reclusão obrigatória e a transferência para conventos afastados. Em 1653, por ordem do Santo Ofício, passou a ser transferido para vários conventos com a intenção de o deixar isolado de todos, inclusive da comunidade religiosa, passou por Assis, Petra Rúbia e Fossombrone. Mas todo esse esforço foi em vão, pois por onde ele andava a multidão o acompanhava. 

Morte, Beatificação e Canonização
E assim de convento em convento, ele chegou ao Osimo (Província de Ancona, Itália), e ao chegar, exclamou: “Este é o lugar de meu descanso”. Ali ele viveu mais 6 anos e em 18 de setembro de 1663 ele faleceu aos 60 anos, vítima de uma severa febre e foi enterrado na igreja de Osimo. Logo após o seu sepultamento se iniciaram as peregrinações ao seu túmulo e muitas graças foram alcançadas através de sua intercessão. O Frei José de Cupertino foi beatificado em 1753 pelo Papa Bento XIV, e canonizado em 1767 pelo Papa Clemente XIII.

Sobre o Filme
O filme que vamos assistir se chama "O Santo Relutante", é uma produção italiana, de 1962, dirigida por Edward Dmytryk, com Maximilian Schell interpretando São José de Cupertino. Caso você deseje comprar o filme, eu achei ele à venda na amazon, e você pode encontrar clicando nesse link: https://amzn.to/46uXUhs  

Ele é considerado o padroeiro dos estudantes, tripulantes e passageiros de aeronaves, astronautas e pilotos aviadores, pilotos de asa delta, ultra leves, etc.

Sua festa litúrgica é celebrada no dia 18 de Setembro.

São José de Cupertino, rogai por nós!!!


Fontes Pesquisadas:
Cruz Terra Santa, acesso em 07/09/2017;
Canção Nova, acesso em 07/09/2017;
Arautos do Evangelho, acesso em 07/09/2017;
Wikipedia, acesso em 07/09/2017;
Sanctorum, acesso em 07/09/2017;
O Arcanjo no Ar, acesso em 07/09/2017.

sábado, 2 de setembro de 2017

São João Batista - Filme Salomé 1953

Olá!!!
Paz e Benção!!!

Essa semana a Igreja celebrou a Memória do Martírio de São João Batista e, justamente, no dia do seu martírio eu consegui achar um filme que conta a história dele, o último dos profetas, o precursor de Cristo, aquele que anunciou a chegada do Messias, o primeiro mártir da Igreja,.
O filme se chama Salomé, é de 1953 e claro tem como personagem principal aquela que pediu a cabeça de João Batista (Conferir em Mateus 14:1-12. Marcos 6:14-29 e Lucas 9:7-9) em uma bandeja, orientada por sua mãe Herodíades. Mas o filme mostra também um pouco da vida de João Batista, suas pregações, sua prisão, os momentos que antecederam sua morte e também a decapitação. Caso você queira saber um pouco mais sobre João Batista, pode acessar nossa primeira postagem sobre ele, clicando AQUI
Alguns detalhes são necessário dizer antes de se assistir o filme: o áudio do filme, em alguns momentos, não é tão bom, mas as falhas não acontecem em momentos de conversação; no filme quem pede a cabeça de João Batista em uma bandeja é Herodíades, na bíblia quem faz o pedido é a própria Salomé, mas sob orientação de sua mãe, Herodíades.

O filme é de 1953, produzido nos EUA, pela Columbia, dirigido por William Dieterle e conta com nomes de peso como Rita Hayworth (Salomé), Sir Cedric Hardwicke (Tiberius Caesar), Stewart Granger (Claudius) e Alan Badel (João Batista).
A festa litúrgica do nascimento de São João Batista é celebrada no dia 24 de Junho e a memória litúrgica de seu martírio se celebra no dia 29 de Agosto.

São João Batista, rogai por nós!

Bom filme a todos!


sábado, 26 de agosto de 2017

São Josemaria Escrivá - O Santo do Cotidiano

Olá!!!
Paz e Benção!!!

Vamos chegando com mais um bom filme para curtirmos em família, hoje contaremos um pouco da história de São Josemaria Escrivá, um servo de Deus, que fundou o Opus Dei uma prelazia católica que prega que somos todos chamados a ser santos e evangelizar em todos os ambientes e fazer do trabalho um encontro pessoal com Deus.

Nascimento e Primeiros Anos
Josemaría Escrivá de Balaguer nasceu em 9 de janeiro de 1902 em Barbastro, Espanha. Foi o segundo filho, entre os seis, do casal José Escrivá de Balaguer Corzán e de Maria de los Dolores Albás y Blanc. Josemaria foi batizado no mesmo mês de seu nascimento, dia 13, os seus pais eram católicos fervorosos e transmitiram-lhe desde cedo os fundamentos da fé e as virtudes cristãs: o amor à Confissão e à Comunhão frequentes, o recurso confiado à oração, a devoção a Nossa Senhora, a ajuda aos mais necessitados. Desde cedo conviveu com as dores e dificuldades da vida, entre 1910 e 1914 morreram as suas três irmãs mais novas, e sua família chegou a ruína econômica, com a falência de uma pequena fábrica que o seu pai possuía. Estas experiências temperaram o seu caráter, naturalmente alegre e expansivo, e o fizeram amadurecer mais rapidamente. Em 1915, a família Escrivá mudou-se para Logronho, onde o pai conseguiu um emprego que lhe permitira sustentar a família de forma mais modesta.

As Pegadas na Neve 
O natal de 1917-1918 foi extremamente frio, com temperaturas que chegavam a 14°C negativos, e foi nesse frio que algo inesperado aqueceu o seu coração e transformou sua vida para sempre: após uma forte nevasca, ele observou umas pegadas na neve, eram de um frade carmelita que caminhava descalço. Diante dessa imagem interrogou a si mesmo: se há pessoas que fazem tantos sacrifícios por Deus e pelo próximo, não serei eu capaz de Lhe oferecer alguma coisa? Então ele começou a sentir que precisava entender direito o que Deus queria dele e optou pelo sacerdócio, pois assim estaria mais disponível para atender a vontade de Deus.
Iniciou sua formação eclesiástica no seminário de Logronho, em 1920 seguiu para seminário diocesano de Saragoça, onde também cursou direito, por sugestão do seu pai e com a permissão dos seus superiores. Em 1925 recebeu o sacramento da Ordem e sua primeira missa foi celebrada no dia 30 de março de 1925, em sufrágio pela alma de seu pai, José Escrivá, que havia falecido em novembro de 1924. Iniciou seu ministério em paróquias rurais, depois regressou a Saragoça, onde exerceu o seu ministério e terminou a licenciatura em Direito. Em 1927, acompanhado de sua mãe, de sua irmã e seu irmão, mudou-se para Madrid para obter o doutorado em Direito, desenvolveu um intenso serviço sacerdotal, principalmente entre os pobres, doentes e crianças. Ao mesmo tempo, sustentava-se e mantinha a sua família dando aulas de Direito.

A Criação do Opus Dei
No dia 2 de Outubro de 1928, durante um retiro espiritual, Josemaría, enquanto pedia que Deus lhe mostrasse claramente o que era preciso ser feito pela Igreja, ele vê (essa é a palavra utilizada por ele) a missão que Cristo lhe quer confiar: abrir na Igreja um novo caminho vocacional, orientado a difundir a procura da santidade e a realização do apostolado mediante a santificação do trabalho cotidiano no meio do mundo, sem mudar de estado, surgindo assim a Opus Dei (Obra de Deus em Latim). Poucos tempo depois, em fevereiro de 1930, Nosso Senhor dá-lhe a entender que o Opus Dei deve estender-se também às mulheres colocando sempre a mulher, como cidadã e como cristã, frente à sua pessoal responsabilidade, nem maior nem menor que a do homem, na construção da sociedade civil e da Igreja. A partir de então Josemaría se dedica totalmente a esta grande obra de Deus, apesar de não se considerar um inovador, pois sabe que Cristo é a eterna novidade e que o Espírito Santo rejuvenesce continuamente a Igreja. Em 1933 ele percebe que o mundo da ciência e da cultura é um ponto crucial para a evangelização de toda a sociedade e assim, promove a abertura de uma Academia Universitária. Em 1934 ele publica, com o título Consideraciones Espirituales, a primeira edição de Caminho, o seu livro mais conhecido que atualmente já está difundido em mais de quatro milhões e meio de exemplares, com 372 edições, em 44 línguas.

A Guerra Civil Espanhola e o Massacre de Católicos
O Opus Dei dava os seus primeiros passos quando, em 1936, se iniciou uma das maiores perseguições à igreja feita pelos comunistas: A guerra civil espanhola. Fruto do ódio marxista contra a religião, ela se assemelhou a perseguição que aconteceu no México na mesma época, e era reflexo da revolução comunista que aconteceu na Rússia em 1917. Em 1931 os republicanos (de ideologia comunista, apoiados pelos socialistas e anarquistas), com a promessa de realizar reformas sociais e rurais, coletivizar fábricas e terras, saíram vitoriosos das eleições no país, com isso o Rei Afonso XIII renunciou ao trono, assim foi proclamada a república e extinta a monarquia na Espanha. Mas assim que assumiram o poder, os comunistas elaboraram uma nova Constituição, que negava os direitos da Igreja. A nova constituição continha artigos como o fim das escolas confessionais, a retirada de símbolos religiosos em lugares públicos, a proibição do culto público, fim da disciplina "religião" nos centros de ensino e a supressão das ordens religiosas. Milícias armadas pelo governo, conhecidas como “incontroláveis” avançaram sobre as igrejas, mosteiros e conventos, que foram saqueados e incendiados sem que as forças de segurança do governo ou a Guarda Civil interviessem. Os sacerdotes e religiosos foram considerados inimigos do povo e foi dado ordem para que fossem todos detidos, aqueles que não conseguiram fugir ou esconder-se foram presos e torturados antes de serem mortos, não se levou em consideração a idade ou o sexo dos presos. Homens e mulheres, jovens e idosos eram espancados, tinham os olhos vazados, sofriam queimaduras, choques elétricos, as monjas sofriam abusos sexuais, etc. Até 1936, 411 igrejas já haviam sido destruídas. A declaração do ministro da guerra, Manuel Azaña, demonstrava a posição do governo diante do vandalismo generalizado: “Todos os conventos da Espanha não valem a vida de um único republicano”.
Embora a perseguição aos católicos tenha começado logo no início do governo comunista, as reformas prometidas na campanha não começaram logo, e isso fez com que a tensão entre republicanos (Comunistas) e Nacionalistas (Conservadores) aumentasse ainda mais, com isso em 18 de julho de 1936, o general Francisco Franco comandou o exército espanhol contra os republicanos, numa tentativa de retomada do poder para os nacionalistas. O Exercito falhou em sua ação e acabou dando início a uma guerra entre nacionalistas e republicanos. A guerra civil provocou milhares de mortos e muita destruição, acabando somente em 1939 com a vitória dos nacionalistas e o fim da perseguição aos católicos. 
Diante de tanta barbárie só restou uma alternativa a Josemaría: Sair de Madrid. Por diversas vezes ele esteve a ponto de ser capturado pelos comunistas, durante a fuga ele exercia seu ministério às escondidas, auxiliado por amigos ele conseguiu atravessar os Pireneus até o sul da França, e instalou-se em Burgos, onde permaneceu até o fim da guerra em 1939.

Expansão Apostólica do Opus Dei
De volta a Madri Josemaría conseguiu o doutorado em Direito. Nos anos seguintes, dirigiu vários retiros destinados a leigos, padres e religiosos, mas o início da Segunda Guerra Mundial o impede de iniciar seus trabalhos em outros países. Em fevereiro de 1943, foi fundada, dentro do Opus Dei, a Sociedade Sacerdotal da Santa Cruz com isso o Opus Dei começou também a receber sacerdotes. Em 1946 passou a viver em Roma, a fim de preparar o reconhecimento pontifício do Opus Dei. Em 24 de Fevereiro de 1947, o Papa Pio XII concede o decretum laudis, e a aprovação definitiva a 16 de Junho de 1950. Em 1948, funda, em Roma, o Colégio Romano de Santa Cruz, destinado à formação de homens do Opus Dei provenientes de todas as partes do mundo. Em 1953, funda o Colégio Romano de Santa Maria, centro internacional para a formação espiritual, teológica e apostólica de mulheres do Opus Dei. Josemaría passou a realizar numerosas viagens a diversos países europeus para impulsionar o estabelecimento e a consolidação do Opus Dei nesses lugares, entre 1970 e 1975 passou a realizar também longas viagens até o México, a Península Ibérica, a América do Sul e Guatemala, e nelas reunia em catequese grupos numerosos de homens e mulheres.

Morte, Beatificação e Canonização
No dia 26 de junho de 1975, por volta do meio-dia, enquanto estava em seu escritório de trabalho, aos pés de uma pintura emoldurada de Nossa Senhora, ele sofreu uma parada cardíaca e faleceu aos 73 anos. A essa altura, o Opus Dei já estava presente nos cinco continentes. Tinha mais de sessenta mil membros em oitenta países. Os livros de espiritualidade do Monsenhor Escrivá (Caminho, Santo Rosário, Temas Atuais do Cristianismo, Cristo que passa, Amigos de Deus, Amar a Igreja, Via Sacra, Sulco, Forja) difundiram-se pelo mundo com milhões de exemplares. O seu corpo foi sepultado na Igreja Prelatícia de Santa Maria da Paz, na sede central da Prelazia, em Roma. 
Cerca de 69 cardeais, 1300 bispos de todo o mundo e 41 superiores de congregações religiosas, entre outras personalidades, solicitaram ao Papa o início da causa de sua beatificação e canonização. Em 12 de maio de 1981 foi aberto o processo de beatificação de Josemaría Escrivá. Em 9 de abril de 1990 o Papa João Paulo II declarou a heroicidade de suas virtudes cristãs, em 6 de julho de 1991 decretou o caráter milagroso de uma cura atribuída à sua intercessão. Foi beatificado em 17 de maio de 1992. Em 20 de Dezembro de 2001 um decreto pontifício reconheceu o carácter milagroso de uma cura atribuída à intercessão do Beato Josemaría e em 6 de outubro de 2002 foi canonizado pelo Papa João Paulo II.


Na homilia da missa de canonização o Papa João Paulo II disse o seguinte sobre Josemaría: São Josemaría foi um mestre na prática da oração, o que considerava uma extraordinária "arma" para redimir o mundo. Recomendava sempre: ""Primeiro, oração; depois expiação; em terceiro lugar, muito "em terceiro lugar", ação"" (Caminho, n. 82). Não é um paradoxo, se não uma verdade perene: a fecundidade do apostolado reside, antes de tudo, na oração e numa vida sacramental intensa e constante. Este é, no fundo, o segredo da santidade e do verdadeiro êxito dos santos. (Da homilia na missa de canonização).

Sua festa litúrgica é celebrada no dia 26 de junho.

São Josemaría Escrivá, rogai por nós!!!

Bom filme a todos!!!

Fontes Pesquisadas

Vocacional Canção Nova, acesso entre 19 e 26/08/2017;
Editora Cléofas, acesso entre 19 e 26/08/2017;
EscriváWorks, acesso entre 19 e 26/08/2017;
São Josemaria Escrivá, acesso entre 19 e 26/08/2017;
Wikipedia, acesso entre 19 e 26/08/2017;
Opus Dei, acesso entre 19 e 26/08/2017;
Arautos do Evangelho, acesso entre 19 e 26/08/2017;
Cruz Terra Santa, acesso entre 19 e 26/08/2017;
Infoescola, acesso entre 19 e 26/08/2017;
Revolução da Cruz,acesso entre 19 e 26/08/2017;
Comunismo Assassino, acesso entre 19 e 26/08/2017;
Sua Pesquisa, acesso entre 19 e 26/08/2017.


sábado, 12 de agosto de 2017

Santa Maria Bertilla - A Humilde Camponesa

Olá!!!
Paz e Benção!!!
Chegando mais um bom filme para assistirmos em família, hoje trazemos a impressionante história de Maria Bertilla, uma simples camponesa que conseguiu demonstrar com suas atitudes do dia-a-dia que o ser humano traz dentro de si a marca de Deus em sua vida, mesmo que não demonstremos isso em milagres e grande feitos.

Nasce Ana, a Pobre Camponesa.
Nasceu no dia 6 de outubro de 1888 na paróquia de Gioia di Brendola (Vicenza, Itália), foi batizada com o nome de Ana Francisca Boscardin, era a mais velha de três filhos, e seus pais eram pobres camponeses, ela passou sua infância e adolescência trabalhando nas lavouras, ajudando seus pais. Além disso, trabalhava também como empregada doméstica para ajudar a família. Sua família era muito católica, desde pequena desenvolveu um grande amor por Nossa Senhora. Sempre que podia, dedicava-se à oração. 
Aos nove anos fez sua Primeira Comunhão e aos treze fez voto de castidade. Ela era muito tímida, com inteligência lenta e fraca memória, na aldeia todos a chamavam de "ignorante" e "pata", mas ela não se ofendia e estava sempre cheia de boa vontade. Quando manifestou ao pároco o desejo de se tornar religiosa, este lhe respondeu: “Aninha, tu não serves para nada. Quaisquer religiosas não saberiam que fazer duma aldeã ignorante como tu és”. Mas, arrependido, o padre a chamou no dia seguinte. 

Nasce Irmã Maria Bertilla, A Humilde Servidora.
Em 8 de Abril de 1905, então com 17 anos, Ana deixou a casa de seus pais para ingressar no Convento das Irmãs Mestras de Santa Doroteia, adotando o nome de Maria Bertilla. Como era forte e robusta, os trabalhos mais pesados lhe foram designados e, assim, durante muito tempo ela ficou trabalhando na cozinha e na lavanderia do convento.
O segundo ano de seu noviciado foi feito no Hospital de Treviso. A Superiora Geral a destinou para para o cargo de enfermeira, mas a superiora do hospital, Irmã Margarida, pensou diferentemente: que esperar de bom dessa noviça tímida, com rosto pastoso e inexpressivo? E a colocou na cozinha como ajudante de uma freira idosa e enferma, encarregada de a vigiar e formar. A Superiora geral decidiu pela segunda vez que ela seria enfermeira e mandou-a de novo para o hospital de Treviso. Ao vê-la novamente na enfermaria do hospital a Irmã Margarida exclamou: “Tu de novo aqui! Preciso de enfermeiras para a cirurgia e para as doenças contagiosas, e mandam-me gente desta!” Fazendo com que a Irmã Maria Bertilla voltasse às suas panelas. Em 8 de Dezembro de 1907, fez a sua profissão solene, com a presença dos pais na casa-mãe de Vicenza.

Irmã Maria Bertilla, A Enfermeira Incansável.
Certo dia, por falta de pessoal, foi preciso colocá-la na secção de crianças atacadas de difteria (à época, também conhecida como garrotilho), como por milagre toda a sua imperícia desapareceu de um momento para o outro, tornando-se enfermeira inteligente e hábil, ganhando o respeito e a confiança de todos. Foi então que descobriu sua vocação e realizou-se como pessoa dedicando-se a cuidar dos doentes. Embora só tivesse cursado somente três anos de escola primária, ela estudou muito e diplomou-se como enfermeira, de modo que pôde tratar os doentes com ciência e fé, assistindo-os com carinho de irmã e mãe, qualidades que se manifestaram durante a Primeira Guerra Mundial. Irmã Maria Bertila surpreendeu a todos com sua incansável disposição e solidariedade de religiosa e enfermeira no tratamento dos feridos de guerra.
A guerra forneceu à Irmã Bertilla outras ocasiões para se dedicar como enfermeira aos soldados feridos. Mas foi preciso sair de Treviso, que se encontrava na frente das operações militares. Muito teve de sofrer nessa altura, devido à incompreensão de sua nova superiora que até para a lavanderia a mandou de volta. Mas aceitou esta prova com alegria e fé, como as outras provas precedentes.

Doença, Morte, Beatificação e Canonização
Aos vinte e dois anos de idade quando, além de enfrentar a doença no próximo, teve que enfrentá-la em si mesma: foi operada de um tumor e antes que pudesse recuperar-se totalmente já estava junto de seus doentes. As humilhações pessoais continuavam associadas às dores físicas. Seu mal se agravou e aos trinta e quatro anos sofreu uma segunda cirurgia, a qual não obteve sucesso e Irmã Maria não mais resistiu e faleceu no dia 20 de outubro de 1922, no hospital de Treviso.

Irmã Maria Bertilla foi sepultada na Casa-mãe da Congregação em Vicenza e junto ao seu túmulo há sempre alguém rezando. Muitos milagres foram realizados junto ao seu túmulo e creditados à sua intercessão. Foi beatificada em 8 de junho de 1952 pelo Papa Pio XII e canonizada em 11 de maio de 1961, festa da Ascenção de Nosso Senhor, pelo Papa João XXIII.

Ela é invocada como protetora contra o câncer.

Sua Festa litúrgica é celebrada dia 20 de outubro.

Santa Maria Bertilla, rogai por nós!



Fontes Pesquisadas:

Franciscanos, acesso em 12/08/2017;
Cruz Terra Santa, acesso em 12/08/2017;
Paulus, acesso em 12/08/2017;
Heroínas da Cristandade, acesso em 12/08/2017;
Paróquia de Santa Bertilla, acesso em 12/08/2017.

sábado, 8 de julho de 2017

Hildegarda de Bingen - Luz Animada Pela Inspiração Divina

Olá!!!
Paz e Benção!!!

Vamos a mais um bom filme para enriquecer nosso conhecimento e nossa fé, hoje trago a todos a história de uma importante figura feminina da Idade Média, que se distinguiu pela sabedoria espiritual e pela santidade de vida, hoje é dia de aprender sobre uma santa e doutora da igreja: Hildegarda de Bingen.

Infância e Início da Vida Religiosa
Hildegard von Bingen nasceu no castelo de Böckekheim, condado de Spanhein, diocese de Maicus, no ano de 1098, ela foi o décimo filho do casal Hildebert e Matilde de Bermersheim, nobre e riquíssima família alemã. Segundo a Vita Sanctae Hildegardis, a mais importante biografia antiga sobre ela, aos três anos de idade ela teve sua primeira experiência espiritual, quando viu uma luz de brilho deslumbrante que fez sua alma tremer, e nos anos seguintes essas visões se repetiram com frequência. Hildegarda relatou algumas delas para as pessoas de sua família, mas, intimidada com a reação de surpresa e desconfiança que causavam, logo cessou de mencioná-las
Como era o costume na época, aos oito anos de idade foi entregue aos cuidados de religiosas do Mosteiro de Disibodenberg, mais especificamente da abadessa Jutta, que era a mestra de um pequeno grupo de monjas enclausuradas, da Ordem Beneditina. Lá, recebeu os primeiros fundamentos dos ensinamentos de Cristo, aprendendo o desapego que deveria ter com as coisas e vaidades mundanas. Jutta introduziu Hildegarda no modo de vida dos Beneditinos e deu-lhe as primeiras letras através da leitura das Escrituras.
Fez os votos religiosos aos 12 anos, idade em que uma moça era então considerada maior, no convento em que vivia. Havia, entretanto, um fator que a unia especialmente a Deus: as comunicações sobrenaturais de que era objeto. Iniciadas as visões na primeira infância e tendo continuidade ao longo de toda a sua vida, elas deram a Santa Hildegarda um discernimento profundo da ação do bem e do mal, da graça e do pecado, da realização da vontade de Deus a que o homem é chamado e a facilidade que este tem em desprezar os desígnios divinos.

Abadessa Hildegarda e Início dos Escritos Teológicos
Aos 39 anos, quando Jutta faleceu, as religiosas daquele mosteiro elegeram Hildegarda como Abadessa. Por volta dos 42 anos ela teve uma visão, que assim descreveu: "os céus se abriram e uma luz ofuscante de excepcional fulgor fluiu para dentro de meu cérebro. E então ela incendiou todo o meu coração e peito como uma chama, não queimando, mas aquecendo… e subitamente entendi o significado das exposições dos livros, ou seja, dos Salmos, dos Evangelhos e dos outros livros católicos do Velho e Novo Testamentos". Ao mesmo tempo em que ela estava maravilhada com a visão, uma voz lhe ordenava: "Oh mulher frágil, cinza de cinza e corrupção de corrupção, proclama e escreve o que vês e ouves". Para que não restassem dúvidas, a ordem lhe foi repetida por três vezes.
Ela hesitou durante algum tempo a colocar em prática o mandado divino, não por desobediência, mas por temor pelo que poderia acontecer, além de achar-se indigna e isso a atormentava, tanto que caiu doente. Por incentivo do monge Volmar transcreveu alguma coisa em segredo, os primeiros esboços de seu Liber scivias Domini, mas somente em 1147, procurou para orientar-lhe o Abade Francês Bernardo de Claraval (São Bernardo), fundador da Abadia de Claraval, que a encorajou a confiar no seu próprio julgamento e através dele atender ao chamado que recebera. Logo Bernardo de Claraval passou a apoiá-la efetivamente, chegando a fazer com que o papa Eugênio III chegasse a ler alguns de seus escritos iniciais diante do sínodo reunido em Trier em 1147-1148. Após a visita feita pelo Bispo de Verdun e seu Bispo-Auxiliar, sob ordem do Papa, para avaliar a vida, a conduta e os escritos de Santa Hildegarda, é apresentado o relatório sobre o que foi visto e diante de tudo o que foi apresentado, o Papa pessoalmente escreveu a Santa Hildegarda dizendo: “Nós ficamos admirados, minha filha, que Deus mostre em nosso tempo novos milagres. Nós te felicitamos pela graça de Deus. Conserve e guarde esta graça.” São Bernardo de Claraval chegou a chamá-la de luz animada pela inspiração divina que aconselhava Papas, Bispos e Imperadores.

Hildegarda Escritora, Peregrina e Pregadora
A partir desse episódio, uma nova vida se iniciou para Santa Hildegarda, em 1148, obedecendo uma ordem recebida em uma visão, deixou Disibodenberg junto com outras monjas para revitalizar o antigo Mosteiro de Rupertsberg, então arruinado. Por volta de 1150, o prédio estava restaurado, e o grupo, instalado. Sua primeira obra, o Liber scivias Domini (Livro do conhecimento dos caminhos do Senhor), foi concluída ali em 1151, contendo uma coleção de relatos sobre suas visões até então.
Ela mesma já era famosa por seus escritos e milagres e se correspondia com várias personalidades importantes, e ganhou a amizade e a proteção de Frederico II. Também desta fase datam suas primeiras composições musicais e poéticas conhecidas, bem como suas primeiras observações científicas da natureza e textos médicos. A partir de 1158 iniciou sua próxima obra importante, o Liber vitae meritorum (Livro dos méritos da vida), onde examinou os vícios e as virtudes da vida humana, mas esteve doente ao longo de quase todo o período em que o escreveu.
A partir de 1160 empreendeu diversas viagens pela Alemanha e França a fim de pregar, um privilégio nunca outorgado a mulheres, indo primeiro a Mogúncia, Würzburg, Ebrach e Bamberg. Depois viajou para a Lorena, passando por Trier e Metz. No ano seguinte visitou Colônia e outras cidades, indo até o Ruhr. Em 1163 terminou o Liber vitae e imediatamente iniciou sua obra teológica mais notável, o Liber divinorum operum (Livro das obras divinas), um comentário sobre o prólogo do Evangelho de São João e sobre o livro do Gênesis, aprofundando os temas já tratados no Scivias (A escrita dessa obra só foi terminada em 1174, pouco antes de sua morte). Em 1165 suas tarefas duplicaram com a fundação de um novo mosteiro em Eibingen, para acomodar o crescente número de monjas sob seus cuidados, visitava-o duas vezes por semana, e nesse período seus biógrafos dizem que fez suas primeiras curas milagrosas e exorcismos. Em 1170, já idosa, uma visão ordenou que ela fizesse uma última viagem, agora para Maulbronn, Hirsau, Zwiefalten e outras cidades. Nesse período escreveu as biografias de São Rupert e São Disibod, um comentário sobre a Regra Beneditina, e outras peças menores. Suas pregações eram audaciosas e veementes, denunciando os vícios do clero e combatendo as heresias, em particular a dos cátaros, que naquela altura estavam penetrando rapidamente na Germânia, fazendo muitos seguidores.

Hildegarda e Seu Descanso em Deus
Santa Hildegarda foi uma grande mulher – religiosa, mística, profetiza, escritora, pregadora, conselheira, médica e compositora – e viveu seus últimos anos no convento de Eibingen, o terceiro que fundou, na outra margem do Reno, e o único que se salvou dos saques dos bárbaros e das devastações das guerras. Aos 82 anos, sem dobrar-se diante do peso das fadigas e dos sofrimentos, aquela que nunca recusou socorro aos filhos de Deus entregou sua alma em meio à grande paz e serenidade de seu mosteiro. Era o dia 17 de setembro de 1179. Ela foi canonizada em 1584, pelo Papa Gregório XIII. Ela é considerada padroeira dos músicos.

Sua festa litúrgica é celebrada dia 17 de Setembro.

Santa Hildegarda, rogai por nós!!!

Bom filme a todos!!!

Fontes Pesquisadas:

Wikipedia, acesso em 08/07/2017;
O Catolicismo, acesso em 08/07/2017;
A Santa Sé, acesso em 08/07/2017;
E-Biografia, acesso em 08/07/2017;
Associação Católica Nossa Senhora de Fátima, acesso em 08/07/2017;
Rede Século 21, acesso em 08/07/2017;
Rainha Maria, acesso em 08/07/2017.