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sábado, 12 de setembro de 2020

Santa Bárbara de Nicomédia - Virgem e Mártir

Santa Bárbara de Nicomédia -  Virgem e Mártir

Olá!!!
Paz e Benção!!!

Chegando mais um bom filme aqui no Blog, hoje vamos falar de uma mulher, virgem e mártir, que se converteu ao cristianismo, que se apaixonou por Cristo e que resistiu em sua fé até a morte. Então reúne o povo, espalha todo mundo pela sala que o filme é por minha conta.

Bárbara de Nicomédia
Bárbara nasceu na Nicomédia, Ásia Menor, região da atual Izmit, na Turquia., no ano de 280. Era filha única de uma família nobre e pagã. Seu pai Dióscoro, era influente na sociedade da época, e havia ficado viúvo muito cedo, por isso voltou toda a sua atenção na criação de sua filha.

De beleza extraordinária, Bárbara foi criada pelo pai afastada dos olhos de todos, trancada em uma torre que ele mesmo mandou construir para mantê-la afastada de todos. Lá ela era instruída por tutores da confiança de seu pai. Do alto da torre Bárbara podia contemplar uma grande floresta virgem, de lá ela admirava a natureza: as mudanças da região de acordo com as estações do ano, a chuva, o sol, neve, frio, etc. Tudo isso a fez começar a se indagar se tudo aquilo era realmente criação dos "deuses", como os seus tutores e o povo acreditavam, ou se havia "alguém" muito mais inteligente e poderoso por trás de toda aquela criação.


A descoberta do Cristianismo
Ao atingir a idade para o casamento, aproximadamente, 17 anos, seu pai a trouxe para casa, mas não a deixava visitar a cidade. Bárbara precisava "cumprir o seu papel de mulher", precisava casar, o casamento lhe traria muitas virtudes e um novo olhar da sociedade sobre sua família. Por isso seu pai lhe trazia muitos pretendentes, mas ela recusava a todos, ela dizia que o amor teria de ser algo verdadeiro e não por interesse, pois era de família rica e seu casamento, segundo a ótica de seu pai,  visava também vantagens financeiras.

Dióscoro acreditava que as constantes recusas eram frutos de sua vida reclusa, então passou a permitir que ela pudesse visitar a cidade, e escolher seus amigos e conhecidos. Foi então que Bárbara conheceu jovens cristãos, que lhe falaram sobre os ensinamentos de Deus, a vida de Cristo, a Santíssima Trindade e a sabedoria divina. Em pouco tempo Bárbara foi batizada por um padre, vindo da Alexandria, e estava disfarçado pela cidade como mercador. Bárbara passou a ser uma jovem fervorosa e cheia de virtudes cristãs. Em Jesus Cristo ela encontrou o sentido mais profundo de sua vida.

A Perseguição e Martírio
A cidade em que ela morava fazia parte do Império Romano que perseguia e assassinava os cristãos. Ao descobrir que a filha havia se tornado uma Cristã, Dióscoro ficou furioso, pois como ele era influente na sociedade e não queria se indispor com Roma, e ter uma filha cristã influenciava negativamente em seus planos e seu relacionamento com Roma. Apesar dos apelos do pai para que Bárbara negasse a fé cristã, ela se manteve firme e irredutível, e isso fez com que todo o amor de seu pai por ela, se mudasse em fúria. Ele próprio denunciou a filha a Martiniano, o prefeito da província e grande perseguidor dos cristãos. Bárbara foi presa e torturada em praça pública para que renegasse a sua fé, mas ela surpreendeu a todos mantendo a fé, mesmo diante de tanto sofrimento. À noite ela rezava e ao amanhecer suas feridas estavam curadas, isso fez com que as torturas fossem cada vez mais cruéis.

Vendo as curas milagrosas Martiniano a condenou à morte por decapitação, Bárbara foi amarrada, teve os seios cortados e foi arrastada para fora da cidade, pelas ruas onde passava uma multidão enraivecida se amontoava e gritava furiosa pedindo sua morte. Ao chegar fora dos muros da cidade o seu próprio pai executou a sentença e a degolou. 

Logo após Dióscoro cumprir a sentença contra sua filha e a cabeça de Bárbara rolar pelo chão, um raio riscou os céus e um forte trovão foi ouvido por todos, em seguida o corpo de Dióscoro tombou sem vida atingido pelo raio. Muitos dos que viram a cena gritavam que a natureza havia se revoltado com a atitude daquele pai.

Restos Mortais
No século VI as relíquias de Santa Bárbara foram transladadas para Constantinopla. No século XII foi transladada para Kiev, capital da atual Ucrânia, pela filha do Imperador Bizantino Aleixo Comenes, a princesa Bárbara, após esta se casar com o príncipe russo Miguel Izyaslavich. Hoje suas relíquias descansam na Catedral de São Volodymyr em Kiev. 

Santa Bárbara é considerada protetora contra raios, trovões e tempestades, e patrona dos mineiros, artilheiros e dos que lidam com fogo (bombeiros). Sua festa litúrgica é celebrada no dia 4 de Dezembro.

Sobre o Filme
O filme se chama Santa Bárbara, é uma produção italiana de 2012, dirigida por Carmine Elia, e conta com a atriz Vanessa Hessler no papel de Bárbara. A curiosidade do filme fica por conta da sua data de estreia: dia 4 de dezembro, dia de Santa Bárbara. Quem desejar comprar, eu encontrei o filme à venda no site Armazém Católico e no site das Paulinas.

Santa Bárbara, rogai por nós!


Fontes Pesquisadas:
Wikipedia, acesso em 11/09/2020;
Cruz Terra Santa, acesso em 11/09/2020;
Augusta Ordem de Santa Bárbara, acesso em 11/09/2020;
Ecclesia, acesso em 11/09/2020.



sábado, 11 de julho de 2020

São Thomas More - Exemplo de Fidelidade

Olá!!!
Paz e Benção!!!
Chegando mais um bom filme aqui no Blog, hoje nós vamos conhecer a história de um santo que foi filósofo, conselheiro do rei da Inglaterra, escritor, advogado, diplomata e considerado um grande humanista, vamos conhecer a história de São Thomas More, o homem que foi martirizado por guardar a sua fé.

Thomas More
Nascido em Chelsea, Londres, na Inglaterra, no dia 7 de fevereiro de 1478,  Thomas More era filho do Juiz e Cavaleiro Sir John More e de Agnes Graunger, um casal cristão que educou os filhos na fé em Cristo. Talentoso e estudioso aos treze anos Thomas foi para a Universidade de Oxford, aos vinte e dois anos já era doutor em direito e um grande professor. Ele se descrevia como "de família honrada, sem ser célebre, e um tanto entendido em letras". Thomas foi um homem de bom humor e muito respeitado por sua generosidade com os mais pobres e necessitados.
Em 1905 casou-se com Jane Colt, com quem teve 4 filhos: Margaret, Elizabeth, Cecily e John. Em 1511 Jane faleceu. Após ficar viúvo, Thomas casou-se com Alice Middleton, que também era viúva e tinha 1 filha. Thomas proporcionou uma educação excepcional aos filhos, a todos fez estudar latim, grego, lógica, astronomia, medicina, matemática e teologia. 
Foi um grande, competente e respeitado advogado, foi professor universitário, fez parte da Câmara dos Comuns (o equivalente à câmara dos deputados) e foi eleito presidente dela, foi nomeado Undersheriff de Londres (equivalente a Xerife), foi juiz membro da Commission of Peace (comissão de Paz), ingressou na corte do Rei Henrique VIII em 1520, foi várias vezes embaixador do rei, tornou-se cavaleiro em 1521, foi vice-tesoureiro e chanceler do Ducado de Lancaster e, finalmente, Chanceler da Inglaterra em 1529, e esse cargo foi o começo do martírio de Thomas.

O Divórcio do Rei
Acontece que à época em que Thomas foi eleito Chanceler, o rei Henrique VIII desejava repudiar sua esposa Catarina de Aragão, uma nobre Espanhola, e unir-se à Ana Bolena, dama de companhia de Catarina. Henrique VIII argumentava para isso que Catarina não lhe dera um filho homem que o sucedesse no trono, o que não era bem verdade, pois Catarina chegou dar à luz a 6 crianças, sendo 3 meninos e 3 meninas, porém somente Mary I sobreviveu além dos 60 dias. Henrique VIII pressionava, até mesmo, o Papa Clemente VII para que anulasse esse casamento legítimo. Porém o Papa se mostrava claramente contra o rompimento do matrimônio, face à indissolubilidade do matrimônio. Com a recusa do Papa as relações entre a Inglaterra e a Igreja Católica ficaram estremecidas. Thomas foi cobrado, várias vezes pelo rei, a se posicionar em seu favo, mas Thomas, que se mostrou sempre fiel à coroa, rejeitou firmemente a cooperar com os pecados de Henrique VIII. Isso lhe custou muitas perseguições, e Thomas se tornou alvo de sucessivas calúnias por parte de inimigos. Thomas More acabou renunciando ao seu cargo de Chanceler em 16 de maio de 1532. 

Henrique VIII se auto-proclamou chefe da Igreja da Inglaterra, que mais tarde passou a se chamar Igreja Anglicana, rompendo definitivamente com a Igreja Católica e acabando com a autoridade papal na Inglaterra. Ele também repudiou sua esposa Catarina de Aragão e a expulsou da corte, os aposentos dela foram dados a Ana Bolena, com quem o rei se casou em 1533. O Papa Clemente VII considerou esse casamento ilegal e sem efeito, mas Henrique VIII não deu ouvidos ao papa. Em 1534, através do Parlamento, editou três importantes decretos: O Ato de Submissão no qual oficializava a ruptura com a Igreja católica e forçava os súditos do rei, incluindo os nobres e clérigos ingleses a assinar o Juramento de Supremacia; O Ato de Sucessão o qual reconhecia a legitimidade dos filhos nascidos do casamento com Ana Bolena; E o Ato de Supremacia que reconhecia o soberano como único chefe supremo da Igreja da Inglaterra.

Perseguição e Morte de Thomas More
Mesmo não pertencendo mais ao governo inglês Thomas More foi perseguido pelo rei e, em 17 de abril de 1534 foi convocado a fazer o juramento de fidelidade ao rei, reconhecendo-o também como autoridade religiosa, como negou-se Thomas foi preso, juntamento com o Cardeal e Bispo de Rochester John Fisher, na Torre de Londres. O Cardeal John foi executado primeiro, no dia 22 de junho de 1535. Na sentença de Thomas, constava que ele deveria ser suspenso pelo pescoço e cair em terra ainda vivo, então deveria ser esquartejado e decapitado, mas o rei interviu na sentença obrigando que Thomas fosse "apenas" decapitado. A sentença de Thomas foi cumprida no dia 6 de Julho de 1535. Sua cabeça foi exposta durante 1 mês na Ponte de Londres, depois foi recolhida por sua filha Margaret Roper, que para evitar que a cabeça de seu pai fosse jogada no rio, pagou uma grande quantia em dinheiro para poder resgatá-la. Seus restos mortais estão sepultados atualmente na Capela Real de São Pedro ad Vinicula. Ele deixou vário e grandes escritos, entre eles o livro "Utopia" e "O Diálogo do Conforto Contra as Tribulações", este último escrito durante o cárcere.

Beatificação e Canonização
A execução de Thomas More foi vista pela igreja como um exemplo de vida cristã, ele foi reconhecido como mártir e declarado beato em 29 de dezembro de 1886 por decreto do Papa Leão XIII. Em 19 de maio de 1935 ele foi canonizado, juntamente com o Cardeal John Fisher, pelo Papa Pio XI. No ano de 2000 o Papa João Paulo II declarou Thomas More Padroeiro dos Estadistas e Políticos.

A Festa litúrgica de São Thomas More e São João Fisher é celebrada no dia 22 de junho.

O Fim dos Pecadores
Ana Bolena ficou casada com Henrique VIII durante 1000 dias e também não conseguiu gerar um filho homem. Foi acusada de traição, adultério e incesto, foi presa no dia 02 e decapitada em 19 de maio de 1536. Henrique VIII acabou sendo excomungado pelo Papa Paulo III em 17 de dezembro de 1538, foi casado ainda mais 4 vezes, após Ana Bolena, reinou na Inglaterra durante 38 anos, morreu em 1547, aos 55 anos. Foi sucedido no trono por Eduard Seymour, tio de Eduardo VI, filho de Henrique VIII e Joana Seymour, sua terceira esposa, pois Eduardo VI tinha, apenas 9 anos, e seu tio reinou como Lorde Protetor do Reino até que Eduardo VI completasse os 18 anos.

Sobre o Filme
O filme que veremos se chama "O Homem Que Não Vendeu Sua Alma", uma produção Inglesa de 1966, cujo título original é "A Man for All Seasons". Ele é dirigido por Fredd Zinnemann e conta com Robert Shaw no papel de Henrique VIII e Paul Scofield como Thomas More. O filme foi indicado a 21 prêmios, dos quais venceu 18, sendo destes 6 Oscars (1967). Não o encontrei à venda na internet.

São Thomas More e São João Fisher, rogai por nós!

Bom filme a todos!



Fontes Pesquisadas

Wikipedia - Thomas More, acesso em 11/07/2020;
Paulus, acesso em 11/07/2020;
Cruz Terra Santa, acesso em 11/07/2020;
Christo Nihil Praeponere, acesso em 11/07/2020;
ACI Digital, acesso em 11/07/2020;
Jornal O São Paulo, acesso em 11/07/2020;
Wikipedia - Ana Bolena, acesso em 11/07/2020;
Wikipedia - Catarina de Aragão, acesso em 11/07/2020;
Olivia Longueville, acesso em 11/07/2020;
Wikipedia - Henrique VIII, acesso em 11/07/2020;
Adoro Cinema, acesso em 11/07/2020;
Filmow, acesso em 11/07/2020.

sábado, 9 de maio de 2020

Dom Oscar Romero - A Voz Dos Sem Voz

Dom Oscar Romero - A Voz Dos Sem Voz


Olá!!!
Paz e Benção!!!
Vamos de mais um bom filme para enriquecer a nossa fé? Hoje vamos conhecer um pouco da vida de Dom Oscar Romero, um mártir do nosso tempo. Então corre lá, chama o povo, arruma lugar pra todo mundo e bora assistir mais esse grande filme. 

Do Nascimento Até Arcebispo

Óscar Arnulfo Romero Galdámez nasceu no dia 15 de agosto de 1917, em Ciudad Barrios, distrito de San Miguel, a 156 km de San Salvador, capital de El Salvador. De família pobre e numerosa. Ingressou no seminário menor de San Miguel em 1931, em 1937 ingressou no Seminário Maior San José de La Montaña, em San Salvador, depois foi para Roma, estudar teologia e em 1942 foi ordenado sacerdote.

De volta a El Salvador, assumiu uma paróquia no interior, era um sacerdote generoso e atuante, visitava os doentes, lecionava religião nas escolas, foi capelão do presídio e ajudava os que pobres que lhe pediam ajuda. Em 1970 foi ordenado bispo auxiliar em San Salvador, em 1974 foi ordenado bispo da Diocese de Santiago de Maria. Em 3 de fevereiro de 1977 foi ordenado Arcebispo de San Salvador.


Cenário Político de El Salvador
Era uma época de grandes conflitos políticos em El Salvador, o país viva sob sucessivos governos militares desde 1931. Em 1 de julho de 1977 chegou ao poder o presidente General Carlos Humberto Romero, político de direita, filiado ao Partido de Conciliação Nacional, foi um período turbulento, de grande escalada da violência, graves desigualdades sócio-econômicas, protestos, rebeliões, perseguições, torturas e assassinatos de opositores ao governo, como, líderes sindicais, religiosos, agricultores independentes e manifestantes. Segundo cálculos estimados a repressão do governo matou cerca de 2500 pessoas nos anos de 1978 e 1979. Foi nesse cenário que Dom Romero assumiu o seu Arcebispado.

Início das Denúncias Contra o Governo
Logo após Dom Romero assumir o Arcebispado, um amigo seu, o Padre Rutilio Grande, foi assassinado (março de 1977). A partir desse fato Dom Romero passou a denunciar as injustiças sociais, as violações de direitos humanos, bem como sua solidariedade Às vítimas da violência política usando para isso a rádio católica Ysax, o Seminário Orientación e suas homilias dominicais. Adepto da não violência, chegou ser comparado a Mahatma Gandhi e a Martin Luther King. Dentro da igreja defendia a "opção preferencial pelos pobres" o que lhe rendeu acusações de alinhamento com a Teologia da Libertação.

Dom Romero e a Teologia da Libertação
Embora até mesmo a Teologia da Libertação queira se "apropriar" deste santo, dizendo que ele era adepto de tal teologia, a verdade não era bem essa. Segundo Jesus Delgado, seu biógrafo e postulador de sua causa, o Próprio Dom Romero refutava essas acusações e explicava que havia duas teologias da libertação, sendo uma com uma visão marxista e outra uma visão católica: "Há duas teologias da libertação, uma vê a libertação como material. A outra é a de Paulo VI. Eu estou com a de Paulo VI". Durante uma homilia em agosto de 1976, Dom Romero falou:

“A mais profunda revolução social é a reforma séria, sobrenatural, interior de um cristão. A libertação de Cristo e da Sua Igreja não é reduzida à dimensão de um puro projeto temporal. Não reduz os seus objetivos a uma perspectiva antropocêntrica: a um bem-estar material ou apenas a iniciativas de uma ordem política ou social, econômica ou cultural. Muito menos pode ser uma libertação que apoia ou é apoiada pela violência”.

Dom Romero também falou sobre a Teologia da Libertação e sua reprovação quanto à visão marxista dessa teologia em novembro de 1979, durante uma homilia: 

“Outro dia, perguntaram a uma das pessoas que proclamam a libertação num sentido político: ‘Para você, qual é o significado da Igreja?’. O ativista respondeu com estas palavras escandalosas: ‘Há duas igrejas, a igreja dos ricos e a igreja dos pobres. Acreditamos na igreja dos pobres, mas não na igreja dos ricos’. Estas palavras, claramente, são uma forma de demagogia e eu nunca vou admitir uma divisão da Igreja. Só existe uma Igreja, a Igreja que Cristo pregava, a Igreja a que devemos dar inteiramente os nossos corações. Só existe uma Igreja, a Igreja que adora o Deus vivo e que sabe dar o valor devido aos bens da terra”.

O Golpe de Estado e o Endurecimento dos Conflitos
Em Outubro de 1979 os conflitos acirraram-se ainda mais, com o golpe de Estado que derrubou o governo do General Carlos Humberto e pôs fim a ditadura do Partido de Conciliação Nacional, no poder desde 1944. Em seu lugar foi estabelecida uma junta de governo composta por dois militares e três civis. O congresso e a suprema-corte foram dissolvidos. Uma situação de caos estava instaurada no país. De janeiro a março de 1980 foram assassinados 1015 pessoas, entre elas dois sacerdotes que defendiam camponeses que foram lhes pedir abrigo em suas paróquias. Dom Romero, então, se colocou ainda mais no meio do conflito para tentar resolver.


Morte, Beatificação e Canonização
No dia 23 de março de 1980, véspera de sua morte, Dom Romero fez um pronunciamento contundente sobre a repressão em El Salvador, e bradou: "Em nome de Deus e desse povo sofredor, cujos lamentos sobem ao céu todos os dias, peço-lhes, suplico-lhes, ordeno-lhes: cessem a repressão". Dom Oscar Romero foi assassinado em plena celebração da Santa Missa no dia 24 de março de 1980, aos 62 anos, por um atirador de elite do exército salvadorenho. Sua morte provocou grandes protestos em todo mundo, e acabou culminando em uma guerra civil que perdurou até 1992.

Dom Romero foi declarado Servo de Deus pelo Papa João Paulo II, beatificado em fevereiro de 2015 pelo Papa Francisco, que o reconheceu como mártir e canonizado em 14 de outubro de 2018 pelo Papa Francisco. Dom Romero é o primeiro salvadorenho e nativo da América Latina a ser canonizado, o primeiro bispo martirizado na América, o primeiro declarado mártir depois do Concílio Vaticano II. Seu corpo está sepultado na Catedral Metropolitana de San Salvador.

Dom Romero é considerado o padroeiro dos comunicadores cristãos, de El Salvador, das Américas, da Arquidiocese de San Salvador, dos Cristãos Perseguidos, da Caritas International (co-patrono).

Sobre o filme
O filme que você verá se chama "Romero - Uma História Verdadeira", ele é de 1989, produzido pelos Estados Unidos, dirigido por John Duigan e conta com o inesquecível Raul Julia no papel de Dom Romero. Não encontrei o filme à venda online.

Sua festa litúrgica é celebrada no dia 24 de março.

Santo Oscar Romero, rogai por nós!




Fontes Pesquisadas:
Franciscanos.org, acesso em 09/05/2020;
Wikipedia, Dom Romero, acesso em 09/05/2020;
Aleteia, acesso em 09/05/2020;
Pontifícias Obras Missionárias, acesso em 09/05/2020;
Infopédia, acesso em 09/05/2020;
Wikipedia, Lista de Presidentes El Salvador, acesso em 09/05/2020;
Wikipedia, Carlos Humberto Romero, acesso em 09/05/2020;
Wikipedia, Guerra Civil de El Salvador, acesso em 09/05/2020;
Wikipedia, História de El Salvador, acesso em 09/05/2020.





sábado, 14 de setembro de 2019

O Martírio dos Cristãos na Terra Santa

Olá!!!
Paz e Benção!!!

Chegando mais um bom filme aqui no blog, dessa vez trago um documentário produzido pela Comunidade Canção Nova da Terra Santa sobre o martírio dos cristãos naquela região no começo da história do cristianismo. 

O documentário mostra um pouco da história de Santo Estevão (martirizado +/- em 34), São Marino ( Martirizado +/- em 260), Eusébio de Cesaréia (morreu em 339), da Piscina de Mamila em Jerusalém, mostra o significado de alguns símbolos cristãos daquela época, entre outras informações. É um documentário curtinho, tem pouco mais de 40 minutos, mas é muito rico em informação e ainda conta com a participação do professor Elio Passeto, membro da Congregação dos Religiosos de Nossa Senhora de Sion, ele vive em Israel há mais de trinta anos, é diretor do programa sobre estudos bíblicos em Israel e Mestre em teologia bíblica e professor titular do centro de estudos judaicos.

Já a Missão Canção Nova na Terra Santa foi iniciada em março de 2005, na cidade de Belém com o objetivo de difundir as riquezas culturais e religiosas dos lugares santos através dos meios de comunicação social e peregrinações.

Eu espero que gostem do documentário.



Fontes Pesquisadas:

Canção Nova na Terra Santa, acesso em 13/09/2019;
Página da Diocese de Santo André no Facebook (precisa fazer login na rede para acessar), acesso em 13/09/2019.

sábado, 17 de março de 2018

Dom Expedito Lopes - O Mártir de Garanhuns

Olá!!!
Paz e Benção!!!
Hoje vou trazer mais uma história esquecida pelo tempo, pouco divulgada e pouco conhecida. A história de coragem, fé e amor de um bispo que dá nome a diversas ruas (inclusive uma rua aqui perto de onde moro!) e bairros pelo Brasil, e até uma cidade do interior do Piauí. A história de Dom Expedito Lopes, o Bispo mártir de Garanhuns.

Francisco Expedito Lopes 
Nasceu no Sítio Jerusalém, na Vila de Meruoca, cidade de Sobral, no Ceará, no dia 08 de Julho de 1914, filho do pedreiro Edésio e de Noemi Lopes. Expedito era de família pobre e recebeu forte educação cristã desde sua infância. Foi recebido no seminário pelo, então, Bispo de Sobral Dom José Tupinambá de Frota. Logo após o curso preparatório, foi estudar filosofia no seminário de Fortaleza. Três anos depois, iniciou o curso teológico onde, já no primeiro ano, impressionou por sua rara inteligência, e isso fez com que ele fosse enviado a Roma para continuar seus estudos na Universidade Gregoriana, onde chegou em 1936. Lá, além dos estudos teológicos, especializou-se em Direito Canônico e foi ordenado sacerdote em Roma, no dia 30 de outubro de 1938. De volta a Sobral atuou durante dez anos como secretário do bispado e professor do seminário .

Padre Expedito foi escolhido pelo Papa Pio XII para a recém criada diocese de Oeiras, no Piauí, para ser o primeiro bispo diocesano. E assim, no dia 12 de dezembro de 1948, na Catedral de Sobral, Dom Expedito recebeu as insígnias pontificais. Foi, durante seis anos, grande servidor dos pobres, com profundo ardor missionário comprovado no seu ministério pastoral. 
No dia 24 de agosto de 1954 Dom Expedito foi  transferido para a diocese de Garanhuns, no Agreste, do Estado de Pernambuco, mas só tomou posse em 11 de fevereiro de 1955, se tornando o quinto Bispo a assumir essa Diocese. Fundou o Instituto das Missionárias de Nossa Senhora de Fátima no Brasil, seu ministério era exercido com sabedoria e amor, tanto que ficou conhecido como: “ o bispo dos Pobres, o bispo do coração mariano, o bispo do perdão".

A Chegada Em Garanhuns e o Encontro com Padre Hosana
Uma das missões que foram confiadas a Dom expedito era resolver problemas relacionados a quatro padres locais que, segundo relatos, estariam envolvidos com política partidária e relacionamentos indevidos com mulheres. Seus escritos mostravam que ele batalhava pelo cumprimento desta missão, pondo em prática local o que tinha aprendido em Roma. E se surpreendia com a tolerância que existia com os desvios do clero. Foi no exercer desta missão que entrou em sua vida o Padre Hosana de Siqueira e Silva, pároco da cidade de Quipapá, subordinada a Diocese de Garanhuns.

Padre Hosana tinha fama de ter temperamento forte e andar armado, além disso, era acusado de cobrar altíssimas taxas para realização de sacramentos; Não cuidar devidamente de sua paróquia,  chegando a, algumas vezes, deixar de rezar missa na matriz e nas capelas por estar ocupado cuidando de uma fazenda que mantinha em um município vizinho; Deixar de dar assistência às escolas, o que era costume na época e, o mais grave, ter um relacionamento amoroso com Maria José Martins, prima do Padre Hosana e funcionária doméstica na casa paroquial, que ele teria obrigado Maria José a abortar um filho dele e que ela estava novamente gestante do padre e que ele a proibia de se confessar com outros sacerdotes, ficando ele mesmo como confessor dela. Os outros três padres que eram acusados de conduta indevida ajustaram-se às orientações de Dom Expedito, Padre Hosana, porém, não admitia a culpa e dizia sempre que era vítima de perseguição e calúnias.
Segundo algumas fontes pesquisadas, quando Dom Expedito assumiu a diocese de Garanhuns o Padre Hosana já havia afastado Maria José da casa paroquial e a tinha enviado para outra cidade, porém havia contratado para doméstica uma garota conhecida por Quitéria Marques, ainda mais jovem e bonita que Maria José e que era, também, amante do sacerdote. Ao toma conhecimento da situação o Bispo Dom Expedito Lopes exigiu que o Padre Hosana demitisse Quitéria da casa paroquial e deu a ele um prazo para isso. Ao final do prazo o Padre não obedeceu o Bispo e continuou com Quitéria em sua casa.

O Martírio de Dom Expedito Lopes
Em virtude da desobediência do padre, Dom Expedito consultou a Santa Sé e pediu orientações sobre como agir, como resposta recebeu autorização para suspender o sacerdote. No dia 01 de Julho de 1957, Padre Hosana dirigiu-se à Rádio Difusora de Garanhuns na intenção de se defender publicamente das acusações, mas sua entrada na rádio não foi autorizada, então ele seguiu até o palácio episcopal armado com um revólver calibre 32. Quem abre a porta do palácio episcopal para o Padre Hosana é o próprio Dom Expedito, o Padre Hosana, então, dispara três tiros contra o Bispo, dois tiros acertam o peito e um acerta o braço do Bispo. Padre Hosana foge em seguida e esconde-se no Mosteiro de São Bento, lá mesmo em Garanhuns, onde confessa o crime.

Ferido Dom Expedito é socorrido pelos médicos da cidade, como não havia ambulâncias na cidade, ele é transferido em sua cama, que foi colocada sobre uma caminhonete e transferido para o hospital da cidade, mas não era possível fazer exames para localizar as balas, fazendo com que o Bispo sangrasse sem parar, ainda chegou a receber algumas transfusões de sangue. Dom Expedito sofreu por, aproximadamente, oito horas vindo a falecer na madrugada do dia seguinte, 02 de julho de 1957. Em seu leito de morte Dom Expedito perdoou o Padre que o matou, e pedia insistentemente para que todos perdoassem e rezassem pelo Padre Hosana.
Padre Hosana que, mais tarde, teria sua excomunhão confirmada pela Santa Sé, foi entregue pelo prior do mosteiro ao prefeito da cidade, este o entregou às autoridades policiais, que o transferiram para a Casa de Detenção do Recife, atual Casa da Cultura. Hosana foi condenado a 19 anos de cadeia em seu terceiro julgamento no ano de 1963. Cumpriu a pena em regime fechado até 1968, quando ganhou liberdade condicional, e foi viver em um sítio da família na cidade de Correntes. Porém no dia 07 de Novembro de 1997, aos 84 anos, Hosana foi encontrado morto, o mesmo havia sido morto a golpes de madeira na cabeça, ali mesmo no sítio, o crime nunca foi esclarecido, e acredita-se que teria sido motivado por disputa de terras.

O Processo de Canonização
Logo após a morte de Dom Expedito começaram a acontecer relatos de milagres acontecidos pela interseção do Bispo. Relatos como o de um dentista que ajudou a socorrer o bispo e teve suas calças molhadas com o sangue do bispo, tendo guardado suas vestes como relíquias, utilizou-as no parto de sua esposa que corria risco de morte e se salvou. um outro caso, ainda mais famoso, foi o de um menino alagoano que atribui a cura de uma deficiência no pé a interseção de Dom Expedito. Os constantes relatos de milagres fizeram com que o processo de canonização fosse aberto em favor de Dom Expedito, mas ele ficou parado durante anos, e foi reaberto em 2003, tendo como eixo principal a via do martírio, por morrer em defesa da fé católica. Desde 2006 o processo está nas mãos do Tribunal do Santo Ofício.

Veremos abaixo dois vídeos, o primeiro é de uma palestra do Padre Paulo Ricardo, na Canção Nova, onde o mesmo fala sobre o caso, e foi a primeira vez que ouvi falar de Dom Expedito. No Segundo vídeo temos o documentário Batinas Tintas de Sangue, produzido em 2005 pelos jornalistas: Ulisses Brandão, Kele Gualberto e Marcos Leandro, e que recebeu o Prêmio Cristina Tavares de Jornalismo, naquele mesmo ano.

Muitas das fontes pesquisadas por mim usaram como referência um livro escrito sobre Dom Expedito, chamado: "VIDA DE DOM EXPEDITO LOPES - BISPO MÁRTIR DE GARANHUNS" e pode ser adquirido pelo site da Editora Bagaço.


Vídeo 1: Trecho de uma palestra do Padre Paulo Ricardo, onde ele fala sobre Dom Expedito.

Vídeo 2: Documentário Batinas Tintas de Sangue.

Fontes Pesquisadas: 
Blog do Anchieta Gueiros, acesso entre os dias 14 e 17/03/2018;
Wikipedia, acesso entre os dias 14 e 17/03/2018;
Câmara Municipal de Dom Expedito Lopes, acesso entre os dias 14 e 17/03/2018;
Diário do Nordeste, acesso entre os dias 14 e 17/03/2018;
Folha de Pernambuco, acesso entre os dias 14 e 17/03/2018;
Década de 50, acesso entre os dias 14 e 17/03/2018;
Blog do Antonio Morais, acesso entre os dias 14 e 17/03/2018;
Jornal Correio da Semana, acesso entre os dias 14 e 17/03/2018.

sábado, 2 de dezembro de 2017

Policarpo de Esmirna - o Paladino da Fé

Olá!!!
Paz e Benção!!!
Chegando mais um bom filme para curtirmos em família e aprendermos um pouco mais sobre a história dos santos e santas, hoje conheceremos a história de Policarpo, que foi bispo em Esmirna. Ele foi um dos grandes Padres Apostólicos, ou seja, pertencia ao número daqueles que conviveram com os primeiros apóstolos e serviram de elo entre a Igreja primitiva e a Igreja do mundo greco-romano.

Nascimento e Amizade Com Santo Inácio
Ele nasceu no ano de 69, no seio de uma família cristã da alta burguesia, em Esmirna, Ásia Menor, atual Turquia. Os registros sobre sua vida foram transmitidos pelo seu biógrafo e discípulo predileto, Irineu, venerado como o “Apóstolo da França” e sucessor de Timóteo em Lyon. Policarpo foi discípulo do apóstolo João, e teve a oportunidade de conhecer outros apóstolos que conviveram com o Jesus. Ele se tornou um exemplo íntegro de fé e vida, sendo respeitado inclusive pelos adversários. Dezesseis anos depois, sua dedicação e exemplo de santidade fizeram com que Policarpo fosse escolhido e consagrado para ser o bispo de Esmirna para a Ásia Menor, pelo próprio apóstolo João, o Evangelista. O bispo Policarpo foi amigo pessoal de Santo Inácio Antioquia. Este mártir esteve em sua residência quando caminhava para o martírio em Roma, no ano 107. Inácio escreveu cartas a Policarpo e à Igreja de Esmirna antes de ser entregue às feras no Coliseu Romano. Nessas cartas, ele enaltece as qualidades de Policarpo, zeloso bispo. Também foi companheiro de Papias de Hierápolis (a quem Eusébio de Cesareia chamava de Bispo de Hierápolis). 

Policarpo e Papa Aniceto
No tempo do Papa Aniceto as Igrejas da Ásia diferiam das outras quanto à data de celebração da Páscoa, São Policarpo, então, viajou a Roma, no intuito de sanar essa dúvida com o Papa. Durante os debates eles não conseguiram convencer um ao outro. No entanto, a virtude que unia os dois homens de Deus transpôs as barreiras teológicas. Concordaram em que cada Igreja conservaria seus próprios costumes no tocante à data da festa, e continuariam unidas na caridade. Para demonstrar seu apreço por São Policarpo, Santo Aniceto lhe pediu que celebrassem juntos a Eucaristia em Roma.

Policarpo Apostólico
São Policarpo foi um bispo menos interessado na administração eclesiástica. Sua vocação era a de Pastor. Sua alegria era fortalecer a fé das ovelhas de seu rebanho. Neste sentido, ele escreveu inúmeras cartas. Mas, infelizmente, somente a carta que foi enviada aos filipenses, no ano 110 é que ficou preservada. Nela, São Policarpo exalta a fé em Jesus Cristo, fé que precisa ser confirmada no trabalho árduo, diário e no dia a dia dos cristãos. Ela também cita trechos da famosa Carta de São Paulo aos Filipenses e os Santos Evangelhos. Policarpo repetiu ainda nesta carta as muitas e preciosas informações que ele próprio recebera diretamente dos apóstolos, especialmente de São João Evangelista. Por isso, a Igreja concedeu a ele o título de "Padre Apostólico". Assim, aliás, foram chamados os primeiros discípulos dos doze apóstolos.

A Perseguição de Marco Aurélio
Por volta do ano 154, época do imperador romano Marco Aurélio, desencadeou-se uma feroz perseguição contra o Cristianismo na Ásia Menor. Além de tirar a vida aos cristãos de Esmirna, os verdugos empenhavam-se de modo especial nos esforços para capturar o seu bispo Policarpo. Em vão, pois este havia sido persuadido a deixar a cidade durante algum tempo. Conseguiram, porém, capturar dois meninos que conheciam o lugar onde ele se encontrava e os torturaram com tanta crueldade que um deles o revelou.  Três dias antes de ser preso Policarpo teve uma visão do martírio que o esperava: Viu seu travesseiro pegando fogo e avisou aos amigos que seria morto pelo fogo.

A Prisão de Policarpo
Era a tarde de sexta-feira antes da Páscoa, quando uma patrulha a cavalo chegou à casa de campo onde Policarpo estava abrigado. Vendo-a, os cristãos que ali se encontravam o incentivaram a fugir, o que ele poderia ter feito com facilidade, mas se recusou, dizendo: “Seja feita a vontade de Deus”. Policarpo ainda mandou servir aos soldados comida e bebida à vontade e pediu-lhes apenas o prazo de uma hora para rezar livremente. Tendo eles consentido, Policarpo começou de pé a sua oração; a graça divina transbordava nele de tal maneira que pelo espaço de duas horas ele ficou em oração sem que ninguém o interrompesse. Ao fim de sua oração Policarpo se entregou com mansidão a seus captores. Não sem remorsos, e bastante embaraçados, eles o conduziram num jumento ao estádio da cidade, onde seria julgado.

Julgamento e Morte do Bispo Policarpo
No estádio onde Policarpo foi julgado uma grande multidão de pagãos o esperava para mais uma sessão de sangrentos espetáculos, os gritos da multidão podiam ser ouvidos de longe. Quando Policarpo adentrou no estádio, uma poderosa voz foi ouvida por todos os Cristãos que se encontravam disfarçados ali, esperando o "espetáculo" acabar para recolher as "relíquias" do bispo mártir, ninguém via quem falou e a voz parecia vir do alto e dizia: "– Sê forte, Policarpo, e age como um homem!" 
Policarpo foi julgado por Estácio Quadrado, este insistia raivosamente para que o santo renegasse a Jesus Cristo. Policarpo, porém, disse em alta voz no tribunal: "Eu tenho servido a Cristo por 86 anos e ele nunca me fez nada de mal. Como posso blasfemar contra meu Redentor? Ouça bem claro: eu sou cristão!" Com essa declaração Policarpo foi condenado à morte pelo fogo, ele mesmo fez questão de subir na fogueira e testemunhou para o povo: “Sede bendito para sempre, ó Senhor; que o vosso nome adorável seja glorificado por todos os séculos”. O fogo foi acesso, e Policarpo se manteve em oração, ele estava no meio das chamas mas seu corpo não se consumia, um forte vento envolvia seu corpo por todos os lados e um forte odor como que de incenso podia ser sentido por todos. E de forma miraculosa a profecia de Policarpo não se cumpriu.
Vendo que o fogo não conseguia consumir o corpo do santo Bispo, seus algozes mandaram o executor transpassá-lo com o punhal. E quando isto foi feito, saiu da ferida tal quantidade de sangue que apagou o fogo. Vendo o centurião a oposição dos judeus, fez queimar publicamente o corpo, conforme o costume pagão. Enquanto o seu corpo queimava um forte cheiro odor de pão cozido era percebido pelos espectadores.
São Policarpo foi formado por São João Evangelista. E por sua vez, Policarpo formou um discípulo de grande estatura espiritual: Santo Irineu de Lyon. Também este, fiel ao carisma e aos exemplos de virtude dados por seu mestre, empenhou- se em formar sucessores que tivessem o mesmo espírito e transmitissem essa preciosa herança de santidade, cuja raiz é o próprio Jesus Cristo Nosso Senhor.

Sua festa litúrgica é celebrada no dia 23 de fevereiro.

São Policarpo, rogai por nós!!!

 
 
Fontes Pesquisadas:
Santo do dia Canção Nova, acesso em 01/12/2017;
Arautos do Evangelho, acesso em 01/12/2017;
Cruz Terra Santa, acesso em 01/12/2017;
Wikipedia, acesso em 01/12/2017;
Franciscanos, acesso em 01/12/2017;
Cleofas, acesso em 01/12/2017.

sábado, 17 de junho de 2017

São José Sánchez - O Menino Que Queria Ganhar o Céu

Olá!!!
Paz e Benção!!!

Chegando mais um bom filme aqui no Blog para curtirmos em família. Er ..., quer dizer ..., o filme já passou por aqui antes, mas a postagem tinha o foco na guerra que ele retrata, mas hoje vamos mostrar de forma mais detalhada na postagem a vida de São José Sánchez, o pequeno guerreiro de Deus.

O Pequeno José Sánchez
José Luís Sánchez Del Río nasceu no dia 28 de março de 1913, em Sahuayo, Michoacán, México. Estudou em seu povoado natal onde, mais tarde passou a fazer parte do grupo local da ACJM (Associação Católica da Juventude Mexicana) e posteriormente, em Guadalajara - Jalisco.

O Início da Perseguição à Igreja No México
Em 1925 o Papa Pio XI instituiu a festa de Cristo Rei do Universo, e escreveu a Encíclica “Quas Primas” sobre o reinado de Jesus. Ele fez isso porque a pouco tempo havia acontecido a Primeira Guerra Mundial e, em todo o mundo, o socialismo, o nazismo, e outras ideologias se espalhavam pelo mundo, pregando o ódio aos judeus, a luta entre classes sociais, etc. Não imaginaria ele que Longe de Roma, em outro continente, suas palavras cairiam no coração do valente povo do México: os mexicanos. “Viva Cristo Rei!” passou a ser sua saudação e grito de guerra.
Tudo começou quando os comunistas assumiram o governo do México, e decidiram acabar com a fé Católica no país, O pior presidente foi Plutarco Elías Calles, que governou o México entre 1924 e 1928, ele criou leis para fechar todas as igrejas, prender e matar os padres, freiras e até quem trouxesse no peito uma cruz, era a “lei Calles”, com ela os católicos perderam, além do direito de viver a sua fé, direitos civis como utilizar o transporte público, ir ao cinema, até mesmo os professores católicos perderam seu emprego. Nem mesmo a intercessão do Papa Pio XI, que tentou negociar com o governo, conseguiu resolver o impasse com Calles.
A violência era tamanha que os soldados chegavam a invadir igrejas para matar fiéis, sacerdotes e freiras, foi em uma dessas ações que o pequeno José Sánchez, que era coroinha, viu os soldados comunistas entrarem a cavalo na sua igreja e enforcarem o velho sacerdote. Foi nesse cenário que, em Guadalajara, no dia 3 de Agosto de 1926, cerca de 400 católicos armados encerraram-se na igreja de Nossa Senhora de Guadalupe, aos gritos de: “Viva Cristo Rei e a Virgem de Guadalupe!” Iniciando assim o movimento revolucionário de iniciativa popular, em defesa de sua fé, que ficou conhecido como “Cristiada” (em outras fontes, também chamada de "A Guerra dos Cristeros" ou ainda "Guerra Cristera").


Voltando a José Sánchez
Os irmãos de José Sánchez se uniram às forças Cristeras, mas sua mãe não lhe permitiu que se unisse devido a sua idade, 13 anos. O general Prudêncio Mendoza, também o recusou quando tentou alistar-se. O menino insistiu dizendo que queria ter a oportunidade de dar sua vida por Cristo e poder alcançar o Reino dos Céus. As palavras que convenceram sua mãe a deixá-lo ir foram as seguintes: "Nunca terá sido tão fácil alcançar o Céu como agora".
Depois de ingressar Exército Cristero, o caçula da família Sánchez del Río, logo conquistou a simpatia e confiança dos "cristeros". Munido de uma alegria contagiante, desde o início ele foi o encarregado de liderar a recitação do terço com a tropa, no fim de cada dia. Por seu valor e bom comportamento, o general lhe deu o cargo de corneteiro do destacamento. Pouco depois, sendo promovido a porta-estandarte, José Sánchez via realizado seu mais ardente desejo: estar no campo de batalha, como soldado de Cristo.
Em fevereiro de 1928, um ano e cinco meses após sua incorporação ao exército "cristero", travou-se um combate nas proximidades da cidade de Cotija. Depois de várias horas de renhida luta, o jovem porta-estandarte viu o cavalo do general tombar morto por um tiro. Para lá galopando imediatamente, disse com resolução: - Meu general, aqui está meu cavalo, salve-se o senhor. Se eu morrer, não farei falta, mas o senhor, sim. E assim, entregou seu cavalo, pegou um fuzil e combateu com bravura, quando acabou sua munição José Sánchez avançou sobre o inimigo de baioneta em riste, mas não conseguiu resistir por muito tempo e acabou sendo capturado. Foi feito prisioneiro e conduzido ao general inimigo, o qual o repreendeu por estar lutando contra o governo.


Prisão e Martírio de José
Da prisão escreveu à mãe: “Minha querida mãe, fui feito prisioneiro em combate neste dia. Creio que nos momentos atuais vou morrer, mas não importa, nada importa, mãe. Resigna-te à vontade de Deus; eu morro muito feliz porque no fim de tudo isto, morro ao lado de Nosso Senhor. Não te aflijas pela minha morte, que é o que me mortifica. Antes, diz aos meus outros irmãos que sigam o exemplo do mais pequeno, e tu faça a vontade do nosso Deus. Tem coragem e manda-me a tua bênção juntamente com a de meu pai. Saúda a todos pela última vez e receba pela última vez o coração do teu filho que tanto te quer e tanto desejava ver-te antes de morrer”.
Diante da sua valentia e bravura, foi incentivado a ingressar e combater pelo exército inimigo, e assim ele respondeu ao convite: " Jamais, jamais! Prefiro morrer! Nunca me juntarei aos inimigos de Cristo Rei! Mande me fuzilar! ". José Sánchez não foi morto no dia seguinte, como era o costume da época, ele foi levado para a igreja de Sahuayo, que as tropas do general Calles haviam transformado em um abrigo de soldados e animais. Ele ficou preso na sacristia da igreja, a qual também servia agora como abrigo para os galos de briga do deputado anticatólico Rafael Picazo, que ali realizava frequentemente orgias com seus amigos.
Na sexta-feira, 10 de fevereiro, o retiraram da Paróquia e o levaram à hospedaria geral do exército federal. Lá José foi torturado para que negasse sua fé, cortaram-lhe as plantas dos pés e o espancaram, depois o conduziram descalço (mesmo com os pés esfolados) pelas ruas até chegar ao Cemitério Municipal. Enquanto caminhava, José rezava e gritava “Viva Cristo Rei e a Virgem de Guadalupe!”.
Ao chegar ao cemitério foi levado até a beira de uma cova que em breve seria a sua, os soldados lhe apunhalaram várias vezes, mas José continuava vivo, falando de Jesus e Maria. Um oficial chegou perto e perguntou-lhe: Agora, o que queres que diga a seus pais? Respondeu-lhe: Diga que nos veremos nos céus! Viva a Cristo Rei! O oficial deu um tiro em sua cabeça. Eram 23:30h do dia 10 de Fevereiro de 1928, José Sánchez tinha apenas 14 anos.


Funeral, Restos Mortais, Beatificação e Canonização
Quando os policiais federais deixaram o cemitério, o coveiro foi até a casa do Padre Ignacio Sánchez, que era tio de José e pediu-lhe um funeral cristão. Junto com os pais do menino foram ao cemitério, ali limparam suas feridas, e deram-lhe um digno funeral. Ao saber da santidade de sua morte, muitos começaram a rezar por sua memória e pedir-lhe intercessão em seus problemas. Em 1945, o corpo incorrupto de José foi transferido para um altar na Igreja do Sagrado Coração de Jesus, junto com outros mártires cristeiros. Finalmente, em 1996 seus restos mortais foram colocados no batistério da Igreja em que fora mantido preso.
José Luís Sánchez del Rio foi beatificado em 2005 e o Papa Emérito, Bento XVI que esteve rezando junto as suas relíquias. Sua canonização se deu em 16 de outubro de 2016, pelo Papa Francisco, em Roma, na Itália, após o reconhecimento do milagre, atribuído a sua intercessão, que aconteceu em 2008 e a agraciada foi Ximena, uma bebê vítima de meningite, tuberculose, convulsões e um infarto cerebral – para quem, "humanamente, já não havia esperança de vida". O relato do milagre foi feito pela mãe da criança, Paulina Gálvez Ávila.

A festa litúrgica de São José Sánchez é celebrada dia 10 de Fevereiro;
A Solenidade de Cristo Rei do Universo é celebrada no último domingo do Ano Litúrgico;
A Festa litúrgica de Nossa Senhora de Guadalupe é celebrada dia 12 de Dezembro.

São José Sánchez, rogai por nós!!!

Bom Filme a Todos!!!

Atualização 2: O código de incorporação anterior não estava mais funcionando, por isso mudei a forma de acesso ao filme, a partir de hoje 21/04/2018, você clica na imagem abaixo, ela é um link, e vai lhe direcionar para o player de vídeo de uma conta no site 4SHARED onde o filme está armazenado, quando a página abrir o vídeo vai carregar e isso levará alguns segundos (a depender da sua conexão de internet) e em seguida o filme começará a ser exibido. Caso o link volte a falhar, por favor mande um e-mail para filmescristaocatolico@gmail.com me avisando da falha.



Fontes Pesquisadas:
Jovens Conectados, acesso em 17/06/2017;
Tesouros da Igreja Católica, acesso em 17/06/2017;
Acidigital, acesso em 17/06/2017;
Professor Felipe Aquino, acesso em 17/06/2017;
Amigos do Céu, acesso em 17/06/2017;
Wikipedia, acesso em 17/06/2017;
Christo Nihil Praeponere, acesso em 17/06/2017. 

sábado, 3 de junho de 2017

Evangelho de Jesus Cristo Segundo Lucas

Olá!!!
Paz e Benção!!!

O inverno vem se aproximando e com ele a chuva, o frio e aquela vontade de ficar em casa curtindo um bom filme, e a minha contribuição para o seu lazer é sugerir um bom filme. Então vamos lá! Junta o povo, prepara a pipoca, o chocolate quente, um cobertor e junta todo mundo que hoje é dia de aprendermos um pouco mais sobre a igreja de Cristo com o filme: O Evangelho de Jesus Cristo Segundo São Lucas.

Quem foi São Lucas?
Lucas foi um médico, pintor e historiador, grego gentio (como eram chamados os que não professavam a fé Judaica), que viveu na cidade grega de Antioquia, na Síria Antiga, provavelmente era de origem nobre e desde sua juventude se dedicou ao estudo das ciências e das artes, homem bastante culto conhecia além do grego, o hebraico e o sírio. E essa riqueza de conhecimento e formação cultural transparece em seus escritos, o Evangelho, por exemplo foi escrito em grego correto, cristalino, belo e rico de vocábulos. Apesar disso Lucas não conheceu Jesus pessoalmente, mas teve um bom relacionamento com seus apóstolos.

Encontro Com São Paulo e Conversão
Afim de ampliar seus conhecimentos Lucas viajava bastante pelo mundo e foi em uma dessas viagens que ele conheceu o Apóstolo Paulo, cujas palavras de fogo o convenceram de que a Verdade absoluta que ele tanto buscava se encontrava efetivamente junto aos Discípulos de Jesus Cristo. Lucas abandona, então, sem hesitar, todos os seus bens e tudo aquilo que o prendia aos erros de seus pais, bem como a medicina dos corpos para se tornar, a exemplo de Paulo, médico das almas. 
Ele passa a seguir o Apóstolo Paulo em suas viagens missionárias, juntos, percorrem sem tréguas as rotas do mundo a fim de proclamar a Evangelho. Ele acompanha Paulo até Roma para sua última viagem. É lá que, sem dúvidas, o Apóstolo Paulo, antes de sofrer o martírio, lhe ordena de redigir o terceiro Evangelho, dedicado a Teófilo, governador da Acaia, que se converte ao Cristianismo.
Um pouco mais tarde, Lucas remete a este mesmo Teófilo os Atos dos Apóstolos, livro que narra os prodígios realizados pelo Espírito Santo junto aos Apóstolos, desde o Pentecostes até o cativeiro de Paulo em Roma. Na sua carta aos Colossenses 4, 14, Paulo chama Lucas de "o Médico Amado". 

Curiosidades Sobre Seus Escritos
Uma outra consideração é necessário se fazer a respeito do Evangelho escrito por Lucas, além do fator estilo e história: Lucas é o evangelista que mais pintou a fisionomia humana de Cristo, a sua mansidão, as suas atenções para com os pobres, para com os desprezados, para com as mulheres, e para com os pecadores arrependidos. É considerado o biógrafo de Nossa Senhora, da infância de Jesus e evangelista do Natal, pois é ele quem narra mais detalhadamente os fatos da infância de Jesus.
Uma antiga tradição cristã afirma que São Lucas foi o primeiro artista a pintar a Virgem Maria e os apóstolos Pedro e Paulo. Por isso, São Lucas é considerado também o padroeiro dos pintores. É por isso também que várias associações de artistas receberam o nome de São Lucas. O Evangelho escrito por Lucas é representado por um touro, pois São Lucas tem em vista demonstrar o caráter sacerdotal de Cristo. Daí ter como símbolo o touro, animal sacrificado no Templo.

Morte e Restos Mortais
Um antigo documento que São Jerônimo traduziu informava que São Lucas foi martirizado, pendurado em forma de cruz, em um carvalho, em Patras, Grécia, onde foi sepultado. Foi Mártir, morreu por causa de sua pregação do Evangelho. Deu a vida por causa de Jesus Cristo. Derramou seu sangue por causa do Evangelho que ele imortalizou em seus escritos. 
Representação da Basílica dos Santos Apóstolos
Mais tarde, o Imperador Constâncio, filho do Grande Constantino, transportou a relíquia do Santo à Constantinopla pelo intermédio de Santo Artêmio, Duque do Egito. Ele a colocou sob o altar da Basílica dos Santos Apóstolos, junto às relíquias dos Apóstolos André e Timóteo. Em 1204, durante a Quarta Cruzada essa Basílica foi saqueada e em 1461, foi demolida para dar lugar à Mesquita Fatih (do Conquistador), onde está sepultado o sultão otomano Maomé II, o Conquistador, que conquistou Constantinopla em 1453. Após a destruição da Basílica dos Santos Apóstolos, os restos mortais de São Lucas foram transferidos para um sarcófago de mármore na igreja de Santa Justina, em Pádua, na Itália, onde permanecem até hoje. 

Sua festa litúrgica é celebrada em 18 de Outubro. Ele é patrono dos artistas, médicos e cirurgiões.

Bom filme a todos!!!

São Lucas, rogai por nós!!!


Fontes Pesquisadas:

Wikipedia, acesso em 03/06/2017;
Wikipedia, acesso em 03/06/2017;
Monfort - Associação Cultural, acesso em 03/06/2017;
Canção Nova, acesso em 03/06/2017;
Canção Nova, acesso em 03/06/2017;
Cruz Terra Santa, acesso em 03/06/2017;
Editora Cléofas, acesso em 03/06/2017;
Paulus , acesso em 03/06/2017;
Eparquia Ortodoxa do Brasil, acesso em 03/06/2017;
BBC Brasil, acesso em 03/06/2017.

sábado, 24 de setembro de 2016

O Evangelho de Jesus Cristo Segundo São Mateus

Olá!!!
Paz e Benção!!!

Chegando mais um bom filme para assistirmos em família, e hoje vamos precisar de um pouco mais de pipoca e suco ( ou refrigerante ) que o normal, pois serão mais de 4h de filme. Traremos hoje "O Evangelho Segundo Mateus", filme lançado em 2008 e dirigido por Regardt Vanden Bergh.

Sobre São Mateus
Ele era filho de Alfeu, recebeu de seu pai o nome Levi e tinha grande fortuna. Trabalhava como cobrador de impostos (rendeiro), atuava na área da contabilidade pública e coletava impostos do povo hebreu para Herodes Antipas, o tetrarca da Galileia. Os Judeus que enriqueciam dessa maneira não eram bem vistos pela sociedade, sendo considerados pecadores públicos (Párias), pois os impostos cobrados eram onerosos e pesavam brutalmente sobre os ombros dos judeus, e essa cobrança era realizada por homens considerados cruéis, sanguessugas, verdadeiros esfoladores do povo e um dos piores rendeiros da época era Levi. Trabalhava e morava em Cafarnaum, uma cidade cortada pelas principais estradas da Palestina,e era o mais instruído e rico de todos os rendeiros.
Em sua peregrinação, Cristo passou diante do Telônio de Levi (lugar onde era realizado o pagamento dos impostos), parou, e disse: "Segue-me!", convidando-o para juntar-se ao grupo dos doze apóstolos. Levi, não hesitou e imediatamente, levantou-se, abandonou seu negócio lucrativo, mudou de vida, de nome e seguiu Jesus. Após o chamado, Levi convidou Jesus para um banquete em sua casa. Ao ver isto, os escribas e os fariseus criticaram Jesus por cear com coletores de impostos e pecadores. A provocação fez Jesus responder: "Não vim chamar os justos, mas os pecadores ao arrependimento."

Após sua conversão, adotou o nome de Mateus, que significa "o dom de Deus”. Mateus foi o primeiro dos quatro evangelistas.  Como discípulo, ele seguiu Cristo e foi uma das testemunhas da Ressurreição e Ascensão de Cristo. Depois, Mateus, Maria, Tiago e outros seguidores próximos a Jesus se recolheram ao cenáculo em Jerusalém. Assim que recebeu o dom da sabedoria, saiu por várias regiões para proclamaram que Jesus, era o Messias prometido nas profecias. Pregou, em primeiro lugar, na própria Palestina. Mais tarde, ele viajaria fora da Palestina, indo a outras províncias romanas. (provavelmente seguindo o ordenamento de Jesus em Mateus 28:16-20) e espalhou os ensinamentos de Jesus entre os etíopes, macedonianos, persas e partos.
Em suas viagens Mateus foi para a Arábia e a Pérsia para evangelizar aqueles povos, mas foi vítima de uma grande perseguição por parte dos sacerdotes locais, que mandaram arrancar-lhe os olhos e o encarceraram para depois ser sacrificado aos deuses. Mas Deus não o abandonou e mandou um anjo que curou seus olhos e o libertou. Mateus seguiu, então, para a Etiópia, onde mais uma vez foi perseguido por feiticeiros que se opunham à evangelização. Porém o príncipe herdeiro morreu e Mateus foi chamado ao palácio. Por uma graça divina fez o filho da rainha Candece ressuscitar, causando grande espanto e admiração entre os presentes. Com esse ato, Mateus conseguiu converter grande parte da população. Na época, a Igreja da Etiópia passou a ser uma das mais ativas e florescentes dos tempos apostólicos.

O Evangelho Segundo Mateus
É o primeiro livro do Novo Testamento e é conhecido como Evangelho sinótico junto com os Evangelhos de São Marcos e de São Lucas, por ter uma grande quantidade de relatos semelhantes entre eles. Esse Evangelho traz um relato da vida, ministério, morte e ressurreição de Jesus de Nazaré. A grande maioria dos estudiosos acredita que o Evangelho de Mateus foi originalmente composto em grego ("primazia grega") ao invés de aramaico ou hebraico.
Tradicionalmente, Mateus era visto como o primeiro Evangelho escrito, porque, segundo Santo Agostinho, era esse o mais antigo (segundo ele, este Evangelho teria sido escrito de 50 a 75). Atualmente, a maioria dos estudiosos aceita a tese que defende que o Evangelho de Marcos é o mais antigo dos Evangelhos Canônicos. Em contrapartida, o Evangelho de Mateus foi o primeiro dos Evangelhos a ser lido publicamente nas comunidades cristãs (o que era sinal de sua aceitação como "literatura sagrada" entre os primeiros cristãos).
O Evangelho de Mateus está muito alinhado com o judaísmo do primeiro século, e tem sido associado aos evangelhos judaico-cristãos. Ele ressalta como Jesus cumpriu as profecias judaicas. Alguns detalhes da vida de Jesus, de sua infância, em particular, estão relacionados somente em Mateus. Também enfatiza a obediência e a preservação da lei bíblica. 
Os principais manuscritos gregos (unciais) trazem sempre os quatro evangelhos presentes. Os manuscritos que trazem apenas os evangelhos são mais numerosos que os que contêm outras partes do Novo Testamento, portanto, temos mais de 1400 manuscritos gregos dos evangelhos, o que torna o livro de Mateus um dos mais belos e bem documentados da Antiguidade.

Morte de Mateus
São Mateus morreu por ordem do rei Hirtaco, sobrinho do rei Egipo, no altar da igreja enquanto celebrava o Santo Ofício da Missa. Isso aconteceu porque não intercedeu em favor do pedido de casamento feito pelo monarca, e recusado pela jovem Efigênia que havia decidido se consagrar a Jesus. Inconformado com a atitude do Santo homem, Hitarco mandou que seus soldados o executassem.
No ano 930, as relíquias mortais do apóstolo são Mateus foram transportadas para Salerno, na Itália, onde, até hoje, é festejado como padroeiro da cidade. São Mateus foi proclamado "Celeste Patrono dos Contabilistas" em 06 de agosto de 1953, por iniciativa dos Colégios de Contabilistas Italianos.

São Mateus Evangelista é simbolizado pela figura de um homem, pois como explica São Gregório Magno: "Mateus é corretamente simbolizado pelo homem porque ele inicia com a geração humana".

Sua festa litúrgica é celebrada no dia 21 de Setembro.

São Mateus Apóstolo e Evangelista, Rogai por nós!!!

Bom filme a todos!!!



Fontes Pesquisadas:
Wikipedia, acesso em 23/09/2016
Wikipedia, acesso em 23/09/2016
Diocese de Amparo, acesso em 24/09/2016
Fundaj, acesso em 24/09/2016
Canção Nova, acesso em 24/09/2016
Só Contabilidade, acesso em 24/09/2016
E-Biografias, acesso em 24/09/2016
Últimas e Derradeiras Graças, acesso em 24/09/2016
Padre Paulo Ricardo, acesso em 24/09/2016

domingo, 18 de setembro de 2016

As Mártires Carmelitas de Compiègne

Olá!!!

Paz e Benção!!!

Vamos a mais um bom filme para evangelizar e assistir em família, hoje trazendo mais um pedido dos nossos amigos e retrata mais um capítulo sangrento da história do cristianismo. O filme "O diálogo das Carmelitas", de 1960, retrata o heroico martírio de dezesseis religiosas do Carmelo de Compiègne assassinadas por revolucionários franceses do Comitê de Salvação Pública que as levaram à guilhotina por ódio à religião, no segundo período do Terror da Revolução Francesa.

A França e o Cristianismo
De acordo com tradições religiosas, Maria, Marta e Lázaro teriam desembarcado na região de Saintes-Maries-de-la-Mer com um grupo de pessoas vindos da Palestina. Lázaro teria se tornado bispo em Marselha e Marta e Maria se dedicaram a ajudar aos pobres, anunciando-lhes a Mensagem de Jesus (essa versão, porém, é contestada por alguns historiadores).
Os primeiros relatos da presença de cristãos na França datam do século II. Nesses escritos São Ireneu de Lyon relata detalhadamente a perseguição aos cristãos de Lyon. Em 496, Clóvis I (primeiro rei dos Francos a unir todas as tribos francas sob um único governante, alterando a forma de liderança de um grupo de chefes reais para um governo de um único rei e assegurando que o reinado era passado para os seus herdeiros. Ele é considerado o fundador da França) se converteu ao cristianismo, tornando-se um verdadeiro aliado do Papado e de todos os cristãos francos. Para aprofundar ainda mais as relações entre os merovíngios e Roma, o Papa Leão III coroou Carlos Magno Imperador do Sacro Império Romano no Natal de 800.
Antes da Revolução, a Igreja Católica Romana era a religião oficial do estado francês desde a coroação de Clóvis. A relação entre o povo francês e a Santa Sé era tão intensa, sendo a França chamada de "A filha mais velha da Igreja" e seu monarca "o mais católico dos reis".

A Revolução Francesa
Na época da revolução a sociedade estava dividida em 3 grupos: O Clero ou Primeiro Estado - Composto pelo alto e baixo clero, e representava cerca de 0,5% da população; A nobreza, ou Segundo Estado, composta por cortesões ( que viviam à custa do Estado), provinciais ( que se mantinham com as rendas dos feudos), e nobres togados ( juízes e altos funcionários burgueses que adquiriram os seus títulos e cargos, transmissíveis aos herdeiros) representando 1,5% dos habitantes; O Terceiro Estado, constituído por burgueses, camponeses sem terra e os "sans-culottes", uma camada composta por artesãos, aprendizes e proletários, que tinham este nome graças às calças simples que usavam, diferentes dos tecidos caros utilizados pelos nobres.
Desde que Luís XIV, o Rei Sol, assumiu o reinado, a França encontrava-se cheia de dívidas advindas de antigos reinados, das guerras de conquista da monarquia e da manutenção da corte, que era bastante luxuosa. Após a participação do país na Guerra de Independência dos EUA e na Guerra dos Sete Anos os gastos aumentaram consideravelmente. O rei detinha o poder absoluto, controlando todas as áreas: economia, justiça, política e até a religião.
Estima-se que a revolução teve início em maio de 1789, quando Luís XVI tentou criar reformas tributárias, mas sofreu muita rejeição dos nobres e cleros. Em busca da manutenção dos seus privilégios, os nobres se juntaram à burguesia no que ficou conhecido como a Revolta da Aristocracia. Luís XVI resolveu convocar a Assembleia dos Estados Gerais em 1789 para tentar evitar a revolução que estava se formando.
Em Julho de 1789, após o terceiro Estado se auto-proclamar Assembleia Nacional Constituinte, a população invadiu a fortaleza de Bastilha em Paris com o objetivo de demonstrar simbolicamente a queda do absolutismo. A Queda da Bastilha foi o evento máximo e decisivo para o início da Revolução Francesa, pois era a prisão para a qual o rei enviava os condenados. 

Liberdade, Igualdade e Fraternidade
O lema dos revolucionários era "Liberdade, Igualdade e Fraternidade" bonitinho não é? Só que não! Em 1790 a Assembléia Nacional Constituinte suprimiu as ordens religiosas; Em junho de 1791 foi aprovada a Lei de Le Chapelier que proibia os sindicatos de trabalhadores e as greves, a punição poderia chegar até à pena de morte. Em abril de 1791, o Estado nacionaliza e passa a administrar todos os bens da Igreja Católica, sendo aprovada em julho a Constituição Civil do Clero separou Igreja e Estado e transformou os clérigos em assalariados do governo, a quem deviam obediência. Determinou-se também que os bispos e padres de paróquias seriam eleitos por todos os eleitores, independentemente de filiação religiosa. Os clérigos foram obrigados a jurar fidelidade à nova Constituição. Os que o fizeram ficaram conhecidos como juramentados; os que se recusaram passaram a ser chamados de refratários e eram considerados contra-revolução; Em 1793 cria-se o Comitê de Salvação Pública e o Comitê de Segurança Geral iniciando-se o reino do Terror. Nesse período a monarquia foi abolida e muitos nobres abandonam o país, a família de Luís XVI é presa e em seguida assassinada por guilhotinamento. Em seus momentos mais cruéis houve, em nome da Revolução, um verdadeiro extermínio, especialmente de católicos no oeste e, sobretudo,em La Vendée, onde foi dada a ordem de eliminar as mulheres para que não pudessem trazer filhos ao mundo e mutilar os meninos para que quando maiores não se tornassem guerrilheiros.

A Revolução Contra o Cristianismo
Buscava-se abolir todo o passado cristão da França. Não mais se falava em “era cristã”, utilizava-se um calendário republicano. O domingo, principal dia de culto para os cristãos, foi abolido. O mês agora teria trinta dias subdividido em três semanas de dez dias. Para se substituir os dias santos, passou-se a denominar cada dia do ano com o nome de um animal, planta ou árvore. O culto religioso foi proibido, e várias vezes o tentaram substituir por um culto revolucionário, como o culto à razão e ao Ser Supremo. Esses cultos exaltavam a vitória da razão e da consciência sobre a dominação da Igreja. Sobre o culto ao Ser Supremo, Maximilien de Robespierre ( advogado e político) aparece como pontífice da religião do Estado na tentativa promover a união entre o sentimento revolucionário e o sentimento religioso.  Igrejas eram apedrejadas, imagens religiosas eram destruídas, profanaram-se as Catedrais e demais igrejas com cultos à “deusa da razão”, muitas igrejas foram transformadas em armazéns ou estrebarias. Os cristãos eram obrigados a amotinar-se em lugares escondidos para a celebração da Missa. Os padres não jurados arriscavam-se a ser presos; os fiéis, por sua vez, temiam pelo que lhes pudesse acontecer se fossem pegos ouvindo a estes “traidores”.
Hospitais, asilos, casas de caridade, albergues e escolas mantidas pela Igreja foram fechadas, milhares de sacerdotes e freiras foram assassinados e é nesse cenário que chegamos às personagens principais do nosso filme: as Carmelitas ou Mártires Carmelitas de Compiègne ou Mártires de Compiègne ( Compienha ), que em 17 de julho de 1794, foram assassinadas por guilhotinamento no local hoje denominado "Place de la Nation" (na época Place du Trône Renversé).

As Mártires de Compiègne
O martírio delas começou em agosto de 1790, quando a Comissão Distrital inventariou o convento e suas possessões, interrogou cada uma das freiras que ali viviam Em 1792 elas foram forçadas a se retirar do convento e obrigadas a se separarem e morar em grupos e endereços diferentes, não podiam usar roupas e nomes religiosos. Em 1794 as freiras foram levadas a prisão Conciergerie de Paris, ali ficaram por alguns dias até serem julgadas diante do Tribunal Revolucionário de Fouquet-Tinville, um julgamento sem advogados, sem testemunhas e sem evidências, onde as freiras foram taxadas como "revolucionárias" e condenadas à morte por atividades contra-revolucionárias (lembremos que elas eram freiras enclausuradas!).

No dia 17 de julho de 1794, antes de serem executadas ajoelharam-se e cantaram o hino Veni Creator, após o que todas renovaram em voz alta os seus compromissos do batismo e os votos religiosos. A execução teve início com a noviça e por último foi executada a Madre Superiora 'Madeleine-Claudine Ledoine (Madre Teresa de Santo Agostinho). Durante as execuções o povo ficou em absoluto silêncio. Os corpos foram levados rapidamente para o antigo convento dos agostinianos do Faubourg de Picpus. Lá foram lançados na fossa comum e cobertos de cal viva. Hoje há ali um gramado cercado de ciprestes, com uma simples cruz de ferro. É um lugar de silêncio e oração. 

O Fim da Perseguição
O quadro de terror e perseguição a Igreja Católica só foi resolvido quando Napoleão Bonaparte, no período do Consulado, e o Papa Pio VI assinaram uma Concordata que redefiniu as relações entre a Igreja e o Estado. Por essa Concordata a Igreja Católica foi reconhecida na sua unidade e estatuto, a liberdade de culto foi garantida e o catolicismo aceito como a religião da maioria dos franceses. A igreja continuava, contudo, subordinada ao Estado, uma vez que a nomeação de bispos era feita pelo Consulado. Os territórios da Igreja, como Avignon, e seus bens também não são restituídos. O último pilar do movimento de ataque a Igreja Católica, o Calendário Republicano, foi extinto por Napoleão no Império, em 1805.

Voltando às freiras, na capelinha anexa ao cemitério, onde seus corpos foram sepultados, há uma lápide que traz o nome das dezesseis mártires. Elas foram beatificadas em 27 de maio de 1906 pelo, então, Papa São Pio X.

Sua festa litúrgica é celebrada no dia 17 de Julho

Bom filme a todos!!!

Mártires de Compiegne, rogai por nós!



Fontes Pesquisadas: 
Wikipedia, acesso em 17/09/2016;
Wikipedia, acesso em 17/09/2016;
Wikipedia, acesso em 17/09/2016;
Wikipedia, acesso em 17/09/2016;
Wikipedia, acesso em 17/09/2016;
Tu Es Petrus, acesso em 17/09/2016;
Província Carmelitana de Santo Elias, acesso em 17/09/2016;
Revolução Francesa-Info, acesso em 17/09/2016;
Comshalom.org, acesso em 17/09/2016;
Sagradas Relíqueas-Veneração, acesso em 17/09/2016 (página no Facebook, sendo necessário estar logado na rede social)