Paz e Benção!!!
Chegando com mais um bom filme para conhecermos um pouco sobre a história de pessoas que conseguiram alcançar em vida a santidade em Jesus Cristo, e que nos são modelos de vida. Hoje trago a inspiradora história de uma Freira Carmelita Descalça, a Santa Tereza Benedita da Cruz, uma das patronas da Europa.
Edith Stein nasceu em 12 de outubro de 1891, quando se celebrava a grande festa judaica do Yom Kippur, o "Dia da Reconciliação", na cidade de Wroclaw (Breslau), Alemanha (cidade incorporada a Polônia, desde a Segunda Guerra Mundial).
Filha de uma próspera família de comerciantes de madeira, Siegfried e Augusta Courant Stein, era a caçula de 11 irmãos. Seu pai faleceu quando tinha dois anos, numa viagem de negócios e sua mãe, uma mulher muito religiosa, solícita e voluntariosa, teve que assumir todo o cuidado dos negócios e da família. A pequena Edith era de temperamento forte, vivaz e independente. Ademais, demonstrava uma inteligência muito precoce, que lhe proporcionou o primeiro lugar da classe durante toda a sua vida escolar. Cresceu numa família praticante da religião judaica, ela acreditava em Deus e a Ele dirigia suas preces.
A Busca pela verdade e a Primeira Guerra Mundial
Ao atingir a adolescência, perdeu a fé na existência de Deus, parou de rezar e abandonou os estudos e passou alguns meses na casa de sua irmã Else e família em Hamburgo. Ela própria relatou mais tarde: “Com plena consciência e por livre decisão, deixei de rezar. Meus anseios de conhecer a Verdade eram minha única oração.” Aos 14 anos, decidiu retomar os estudos colegiais, para ingressar na universidade. E em 1911 começa então a cursar a Universidade em sua cidade de Breslau : alemão, história, psicologia e filosofia. Interessa-se pelos estudos realizados por Edmund Husserl criador da Fenomenologia, e parte para estudar com ele em 1913, na Universidade de Gotinga. Faz estudos de filosofia alemã e história. Faz grandes amigos, do grupo de filosofia de Gotinga. Graduou-se em janeiro de 1915. No início da Primeira Guerra Mundial Edith trabalhou como voluntária, enfermeira da Cruz Vermelha alemã, no hospital militar de Mährisch-Weisskirchen, e entregou-se ao cuidado dos soldados doentes e feridos de corpo e alma. Recebeu por este trabalho uma medalha de honra.
Em 1916 voltou a Breslau e trabalhou como professora suplente na escola Viktoria, onde estudou, nesse mesmo ano cursou doutorado em Freiburg, onde conseguiu aprovação com summa cum laude, com a tese "Sobre o Problema da Empatia"que é publicada em 1917. Entre 1916-1918 trabalhou como assistente do seu mestre Husserl, em Freiburg, e trabalhou em escritos diversos. Apesar de fazer várias tentativas de obter um cargo em diversas universidades, como de Gotinga, Freiburg e Kiel, não é aceita por ser mulher.
A Conversão ao Cristianismo
Por volta de 1918, Edith leu os Exercícios Espirituais de Santo Inácio de Loyola, apenas por interesse acadêmico. Mas, ao perceber a densa espiritualidade contida na obra, fez os trinta dias de meditações, no fim dos quais desejou ardentemente se tornar católica. Mas ainda precisava vencer algumas batalhas interiores antes de chegar à conversão definitiva.
Em 1921, Edith visita a viúva de seu amigo Adolf Reinach - amigo que, como ela, estava à busca da Verdade, e na biblioteca da casa ela encontra a autobiografia de Santa Teresa de Ávila, chamada "O livro da Vida". Edith lê o livro durante toda a noite. “Quando fechei o livro, disse para mim própria: é esta a verdade”, declarou ela mais tarde. Em Janeiro de 1922, Stein é batizada e em fevereiro desse mesmo ano é crismada na capela privada do bispo de Speyer. Sua mãe e os irmãos nunca compreenderam ou aceitaram sua adesão ao Cristo.
Entre 1923-1931 trabalhou como professora no liceu para moças e no instituto para formação de professoras das irmãs dominicanas de Santa Madalena, em Speyer. Participou de conferências, simpósios e congressos pedagógicos realizados em Praga, Viena, Salzbourg, Bâle, Paris, Munster, Nuremberg, Speyer, Bendorf, Heildelberg, sobre temas como a "educação católica" e "o papel da mulher católica na família e na sociedade", apresentando como modelo Maria, a Virgem Mãe. Fez várias traduções e outros trabalhos, como "O Diário" e "As Cartas" do cardeal John Henry Newman, "De Veritate", de Tomás de Aquino. Em 1931, ela tentou novamente uma cátedra universitária, mas não obteve sucesso. Em 1932 Edith conseguiu uma posição como docente no Instituto Alemão de Pedagogia Científica, em Münster, e continuou a proferir diversas conferências pela Alemanha e Suiça. Participou do importante Congresso Internacional Tomista de Juvisy e publicou o segundo volume da sua tradução de Tomás de Aquino, Questiones Disputatae de Veritate.
Em 1933, com a chegada de Adolf Hitler e o Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães (partido nazista) ao poder, foi publicada a lei que proibia a presença de judeus em cargos públicos. Edith Stein foi então demitida do posto de docente do Instituto. Em outubro de 1933 ela ingressou no Carmelo de Colônia. Recebeu o hábito carmelita em abril de 1934, Edith Stein morreu para este mundo, e nasceu uma nova esposa de Cristo: Irmã Teresa Benedita da Cruz. Sua vida no noviciado não foi fácil, Irmã Teresa já tinha seus 43 anos, e entre as freiras sua ciência filosófica pouco valia. O trabalho manual era parte importante da vida monástica e Irmã Teresa era muito desajeitada, a mestra de noviças não deixava de repreendêla nas ocasiões oportunas, mas ela nunca se mostrou ressentida. Pelo contrário, sabia que esses pequenos sacrifícios faziam parte de sua caminhada rumo à santificação, e aceitava tudo com serenidade. Com a permissão de sua superiora, pode continuar seu estudo Ser Finito e Ser Eterno. Publicou vários textos inclusive o estudo sobre Teresa d'Avila. No domingo de páscoa de 1935, fez seus votos religiosos temporários. Em 1936, após a morte de sua mãe, a Irmã de Teresa, Rosa Stein também converteu-se ao Catolicismo e queria seguir a vida monástica, ela foi acolhida como terciária carmelita no mesmo mosteiro de Colônia, e as duas irmãs permanecerão unidas até a morte. Em abril de 1938 Irmã Teresa fez seus votos definitivos.
A Perseguição Nazista
Na Segunda metade da década de 1930 Adolf Hitler e o Partido Nazista acentuou ainda mais o cerco com os Judeus, e a oposição aos ensinamentos católicos na Alemanha. O governo encabeçado por Hitler perseguia disfarçadamente a Igreja. Em 1937, o Papa Pio XI condenou de maneira contundente o nacional- socialismo através da Encíclica Mit brennender Sorge (Com ardente preocupação), causando uma aversão ainda maior do governo à igreja, então acentuou-se a campanha anticlerical, muitos bispos foram agredidos em público e milhares de fiéis foram deportados para os campos de concentração. Para evitar que o Carmelo de Colônia corresse perigo por sua presença, Irmã Teresa Benedita pediu transferência para algum convento fora da Alemanha. Em Novembro de 1938, teve início a explosão de violência contra os judeus, conhecida como "A Noite dos Cristais" onde além das agressões físicas, os judeus tiveram seus templos, casas, e comércios destruídos. Delegados do governo nazista violaram a clausura do mosteiro, à procura da Irmã Teresa, com isso, ela foi transferida às pressas para o Carmelo de Echt, na Holanda. Um ano e meio depois, sua irmã Rosa foi se juntar a ela. Em 1939 a Alemanha invadiu a Polônia dando inicio a Segunda Guerra Mundial. Alguns familiares de Edith fugiram para os Estados Unidos e para a Colômbia. Foi durante esse período que a Irmã teresa iniciou sua obra mais importante: A Ciência da Cruz. Em 1940, os nazistas ocuparam a Holanda.
Morte em Auschwitz
Em julho de 1942, os Bispos holandeses tomaram posição formal contra os nazistas, em defesa dos judeus injustamente perseguidos. O revide do regime nazista não demorou. No dia 2 de agosto, agentes da Gestapo (Polícia Nazista) arrancaram do convento as duas irmãs, e as deportaram para o campo de concentração de Westerbork, norte da Holanda, juntamente com outros 242 judeus católicos. Esse ato foi reconhecido publicamente como retaliação à corajosa atitude do Episcopado, pelo comissário geral Schmidt, que afirmou: "Como o clero católico não se deixa dissuadir por nenhuma negociação, vemo-nos forçados a considerar os judeus católicos como os nossos piores inimigos e, por essa razão, a deportá-los para o Leste o mais depressa possível".
No dia 7 de agosto, Irmã Teresa Benedita da Cruz e sua irmã Rosa - juntamente com centenas de outros judeus - foram embarcados em um trem rumo ao campo de extermínio de Auschwitz-Birkenau. Uma longa viagem, sem água e sem alimentos. Logo na chegada, no dia 9 de agosto de 1942, elas foram mortas na câmara de gás e em seguida seus corpos foram cremados e as cinzas espalhadas pelos campos. Santa Teresa Benedita da Cruz morreu aos 51 anos.
Somente em 1947 as carmelitas de Echt e Colônia tiveram notícia segura a respeito da morte de Santa Teresa Benedita da Cruz, e puderam transmiti- la às demais casas da Ordem:"Não mais a procuremos sobre a terra, mas junto de Deus a quem foi agradável o seu sacrifício, fazendo-o frutificar em favor do povo pelo qual rezou, sofreu e morreu"
Beatificação e Canonização
Reconhecendo o seu heroísmo cristão o Papa João Paulo II beatificou a Irmã Teresa no dia 1 de maio de 1987, em Colônia e, em 11 de Outubro de 1998 a canonizou sob o nome de Santa Teresa Benedita da Cruz. No dia 1 de outubro de 1999, o Papa João Paulo II, numa carta apostólica em forma de motu próprio intitulado "Spes aedificandi", proclamou Santa Teresa Benedita da Cruz, juntamente com Santa Brígida da Suécia e Santa Catarina de Siena, copadroeira da Europa pela particular contribuição cristã que outorgou não só à Igreja Católica, mas especialmente à mesma sociedade europeia através do seu pensamento filosófico.
Sua Festa Litúrgica é celebrada no dia 9 de Agosto.
Santa Teresa Benedita da Cruz, rogai por nós!!!
Bom filme a todos