Chegando mais um bom filme para curtirmos em família, hoje vamos mostrar um pouco da história do paladino da verdadeira caridade, o santo caridoso, aquele a quem São Francisco de Sales chamou de "o padre mais santo do século" : São Vicente de Paulo.
Nascimento e Início dos Estudos
O dia 24 de abril de 1581, uma terça-feira de páscoa, foi um dia especial na vida do casal João de Paulo (Jean de Paul) e Bertranda de Moras (Bertrande de Moras), pois nascia Vincent de Paul (ou Vincent Depaul), o terceiro dos seis filhos do casal de camponeses pobres e muito católicos, que moravam no Sul da França, na Aldeia Pouy. Como era o costume do lugar, recebeu o batismo no mesmo dia que nasceu, e recebeu de sua mãe os ensinamentos religiosos. De infância difícil, foi um simples guardador de porcos e ajudava a pastorear o rebanho do pai. Iniciou seus estudos em Dax, onde, após 4 anos, tornou-se professor, o que lhe permitiu concluir os estudos de teologia na Universidade de Toulouse. Foi ordenado sacerdote, aos dezenove anos, em setembro de 1600.
Naufrágio e Vida de Escravo
Na época em que se tornou sacerdote uma viúva que gostava de ouvir suas pregações, ciente de que ele era pobre, deixou para ele sua herança: uma pequena propriedade e determinada importância em dinheiro, que estava com um comerciante em Marselha. Porém, ao retornar da viagem em 1605, o navio em que se encontrava foi atacado por piratas turcos. Vicente sobreviveu ao ataque, mas foi feito prisioneiro. Os turcos o conduziram a Túnis, onde foi vendido como escravo para um pescador e depois para um químico; com a morte deste, foi herdado pelo sobrinho do químico, que o vendeu para um fazendeiro, que antes era católico, mas por medo da escravidão, adotara a religião muçulmana. Ele tinha três esposas: uma era turca e esta, ouvindo os cânticos do escravo, sensibilizou-se e quis saber o significado do que ele cantava. Ciente da história, ela censurou o marido por ter abandonado uma religião que para ela parecia tão bonita. O patrão de Padre Vicente arrependeu-se e propôs a ele uma fuga para a França, que só se realizou dez meses depois, já em 1607. Escondidos dos Muçulmanos, eles atravessaram o Mar Mediterrâneo em uma pequena embarcação e chegaram à costa francesa. De Aigues-Mortes seguiram para Avinhão, onde encontraram o Vice-Legado do Papa. Vicente voltou à condição de padre e o seu patrão renunciou publicamente a fé muçulmana e voltou à Igreja Católica. Eles viveram foram levados à Roma, onde Padre Vicente voltou a estudar e se formou em Direito canônico, já o seu patrão foi admitido em um mosteiro, onde se tornou monge.
Capelão, Tutor e Criador de Obras de Caridade
Mais tarde foi enviado à França em missão em nome do Papa para entregar um documento sigiloso ao Rei Henrique IV. Devido a sua presteza, o Rei o nomeou Capelão da Rainha Margarida de Valois, a rainha Margot, ficando o Padre Vicente encarregado da distribuição de esmolas aos pobres, além de realizar visitas aos enfermos no hospital de caridade em nome da rainha. Após o assassinato de Henrique IV da França, em 1610, Vicente passou um ano na Sociedade do Oratório. Mais tarde, foi indicado pelo Padre Pierre de Bérulle, Bispo de Paris, para vigário de Clichy, subúrbio de Paris, onde ele fundou a Confraria do Rosário e todos os dias visitava os doentes.
Por solicitação do padre Berulle, partiu e foi ser o preceptor dos filhos do general das galés e residir no Palácio dos Gondi. As propriedades da família dos Gondi eram muito grandes e Padre Vicente e a senhora de Gondi faziam visitas às famílias que residiam nestas propriedades, numa dessas visitas foi chamado para atender um agonizante e ouvir sua confissão, o doente disse à senhora De Gondi, que, se não fosse a presença do sacerdote, iria morrer em grandes faltas e iria permanecer no fogo eterno. Foi assim que o Padre Vicente percebeu como era necessária a confissão deste povo. Na missa dominical, ele fazia com o povo a confissão comunitária. Conseguiu outros padres para as confissões, pois eram muitos os que queriam esse sacramento. Padre Vicente esteve nas terras da família Gondi por cinco anos. Foi a Paris e, mais tarde, a pedido do Padre Berulle, voltou para a casa dos Gondi por mais oito anos.
Em reconhecimento a sua piedade foi eleito Capelão Geral e Real da França. Vendo o abandono espiritual dos camponeses fundou, com a ajuda da senhora De Gondi, a Confraria da Caridade em 1618, com o objetivo de dar assistência espiritual e corporal aos doentes menos favorecidos. Mais tarde, em 1625, criou a Congregação da Missão (os Padres Lazaristas), para evangelização do "pobre povo do interior". A Congregação da Missão demorou até 12 de janeiro de 1633 para receber a Bula do Papa Urbano VIII, reconhecendo-a.
Em 1633, com a ajuda da viúva Luísa de Marilac, ele fundou a Confraria das Irmãs da Caridade. Muitas damas da sociedade aderiram a nova ordem, e juntas formaram um exército de voluntárias que saíam pelas ruas, para visitar os presos, os idosos desamparados e principalmente as crianças jogadas nas ruas e nas sarjetas. O Serviço Social nasceu de ideais de Padre Vicente e Luísa de Marilac, que juntos recolhem fortunas dos ricos e as distribuem para necessidades dos seus assistidos
Em 1648 Padre Vicente enviou seus coirmãos, para as primeiras missões em Madagascar, ele dizia que: “Jamais devemos perder de vista o divino modelo! É preciso ver Jesus Cristo no pobre, e ver no pobre a imagem de Cristo.”
Morte e Canonização
Padre Vicente faleceu em 27 de setembro de 1660 e foi sepultado na capela-mãe da Igreja de São Lázaro, em Paris. Foi canonizado pelo Papa Clemente XII em 16 de junho de 1737. Em 12 de maio de 1885 foi declarado patrono de todas as obras de caridade da Igreja Católica, pelo Papa Leão XIII.
Sobre o Filme
O Filme "São Vicente de Paulo - O Capelão das Galés" (título original "Monsieur Vincent"), é um filme francês, de 1947, dirigido por Maurice Cloche e traz Pierre Fresnay no papel do Padre Vicente.
Sua festa litúrgica é celebrada no dia 27 de Setembro.
Essa semana a Igreja de Cristo está em festa no Brasil, é que foram comemorados os 300 anos do encontro da imagem de Nossa Senhora nas águas do Rio Paraíba (em Guaratinguetá, São Paulo), e nós vamos conhecer um pouco dessa história no filme de hoje.
O Encontro Nas Águas e a Pesca Milagrosa
A história de Nossa Senhora da Conceição Aparecida (popularmente chamada Nossa Senhora Aparecida) começa ainda no Brasil colonial, mais precisamente em outubro de 1717, quando Pedro Miguel de Almeida Portugal e Vasconcelos, o Conde de Assumar, governante da capitania de São Paulo e Minas de Ouro, estava chegando à Vila de Guaratinguetá, no vale do Paraíba, durante uma viagem até Vila Rica. Ao saber da notícia a Câmara quis fazer uma festa para agradá-lo, separando as tarefas coube aos pescadores trazer peixes para servir o conde e sua comitiva, só que havia um problema: Não era época de boa pescaria no rio! Mesmo assim, dentre muitos outros pescadores da região, saíram juntos para cumprir o solicitado os amigos: Domingos Garcia, João Alves e Filipe Pedroso. Eles rezaram a Virgem Maria e pediram a ajuda de Deus, pois sabiam que não seria uma tarefa fácil de ser realizada e precisariam dessa ajuda. Eles desceram o rio e depois de tentar várias vezes sem sucesso, na altura do Porto Itaguaçu, já desistindo da pescaria, João Alves lançou a rede novamente. Não pegou nenhum peixe, mas apanhou a imagem de Nossa Senhora da Conceição. Porém, faltando a cabeça. Emocionado, lançou de novo a rede e, desta vez, pegou a cabeça que se encaixou perfeitamente na pequena imagem. Só este fato, já foi um grande milagre. Mas, após esse achado, eles apanharam tamanha quantidade de peixes que tiveram que retornar ao porto com medo da canoa virar. Os pescadores chegaram a Guaratinguetá eufóricos e emocionados com o que presenciaram e toda a população entendeu o fato como intervenção divina. Assim aconteceu o primeiro de muitos milagres pela ação de Nossa Senhora Aparecida.
A Peregrinação nas Casas e o Primeiro Oratório
Entre 1717 e 1732 a imagem, que havia ficado sob a guarda de Filipe Pedroso, peregrinou pelas regiões de Ribeirão do Sá, Ponte Alta e Itaguassú passando de casa em casa. Por onde passava a imagem as pessoas se reuniam para rezar à Nossa Senhora da Conceição. Graças e mais graças começaram a acontecer e a história se espalhava Brasil a fora. Em 1732 Filipe Pedroso presenteou seu filho com a imagem de Nossa Senhora Aparecida, o qual num gesto de amor à Virgem fez um oratório simples, onde as pessoas passaram a se reunir para rezar aos sábados, Por várias vezes, à noite, ao rezarem junto à imagem, as pessoas viam que as velas se apagavam e depois acendiam misteriosamente. Então, todo o povo da vizinhança passou a rezar aos pés da imagem, a fama dos poderes extraordinários de Nossa Senhora foi se espalhando pelas regiões do Brasil e logo o espaço do oratório ficou pequeno para tanta gente.
A Primeira Capela
Devido ao grande número de fiéis que procuravam o oratório para rezar diante da imagem aparecida nas águas, por volta de 1734, o Vigário de Guaratinguetá, José Alves Vilela, construiu uma Capela onde rezavam o terço e as ladainhas, mas não se celebrava a Santa Eucaristia. Em 1743 Padre Vilela fez um relatório dos milagres e da devoção do povo para com Nossa Senhora Aparecida e enviou ao Bispo do Rio Janeiro, Dom Frei João da Cruz, para que ele aprovasse o culto e autorizasse a construção da primeira igreja para abrigar a imagem que ficou conhecida como Mãe Aparecida. A aprovação aconteceu em 5 de maio em 1743.
A Primeira Igreja, a Matriz Basílica e o Santuário
A igreja foi construída no Morro dos Coqueiros, atual colina onde está localizado o centro da cidade de Aparecida, em terra doada pela viúva Margarida Nunes Rangel, com escritura passada em 6 de maio de 1744. A inauguração da igreja, que deu também origem ao Santuário, aconteceu na festa de Sant'Ana em julho de 1745, no dia 25, a imagem foi levada em solene procissão a nova igreja e colocada no nicho do altar, no dia 26 aconteceu a benção da imagem e a celebração da primeira missa. Nesta ocasião foi inaugurado também, o povoado com o nome de ‘Capela de Aparecida’.
Em 1834 deu-se início a construção de uma nova igreja, ainda maior, pois o número de fiéis não parava de crescer, esta nova igreja foi consagrada no dia 8 de dezembro do ano de 1888 e ficou conhecida como ‘Igreja de Monte Carmelo’ (Atual Basílica Velha). Essa construção teve como personagem principal Frei Joaquim do Monte Carmelo, pois foi ele quem se dedicou integralmente aos projetos dessa obra. Em 1893 foi criada a Paróquia de Aparecida e a concessão do título de Episcopal Santuário de Nossa Senhora da Conceição Aparecida, assinada por Dom Lino Deodato Rodrigues, Bispo de São Paulo em 28 de novembro.
Visitas e Presentes Imperiais
Em Agosto de 1822, em viagem pelo Vale do Paraíba, o então Príncipe Regente do Brasil, Dom Pedro I e sua comitiva, visitaram a igreja e conheceram a imagem de Nossa Senhora Aparecida. O príncipe regente rezou diante da imagem, e prometeu a Nossa Senhora lhe consagrar o Brasil caso conseguisse resolver a sua situação política, que àquela época, lhe era muito desfavorável. O imperador Dom Pedro II e a imperatriz Teresa Cristina também estiveram, em 1843 e em 1865, na igreja de Aparecida para rezar diante da imagem.
A festa da Aparecida no ano de 1868, até então celebrada em 8 de dezembro, dia da Imaculada Conceição, foi encerrada com a participação especial da Princesa Isabel, herdeira do trono brasileiro, ela quis participar das celebrações ao lado de seu marido, o Conde d'Eu, na esperança de obterem da Senhora Aparecida a graça de um herdeiro, como forma de manifestar sua devoção, a princesa doou à imagem um manto ornado com 21 brilhantes, representando as 20 Províncias do Império mais a capital. Anos depois, em 1884, a princesa Isabel voltou a Aparecida em reconhecimento pela graça recebida. Feliz, veio acompanhada não só do esposo, mas dos três herdeiros, os príncipes Dom Pedro, Dom Luís e Dom Antonio A princesa novamente quis honrar a imagem da Senhora Aparecida oferecendo-lhe dessa vez, uma coroa de ouro 24 quilates, 300 gramas, cravejada de brilhantes.
Milagres Por Intercessão de Nossa Senhora
Muitos milagres foram atribuídos a intercessão de Nossa Senhora Aparecida durante esses 300 anos, mas alguns se destacaram em sua história, entre eles:
A Menina Cega: Em 1874 Gertrudes Vaz e sua filha, que havia nascido cega, viajaram durante 03 meses, de Jaboticabal a Aparecida (Ambos em São Paulo). A menina tinha ouvido falar da história da “pesca milagrosa” e queria muito visitar Nossa Senhora Aparecida. Ao se aproximarem da igreja, ainda na estrada, a menina olhou o horizonte e exclamou: “Olhe, mamãe, a capela da Santa!”. Dona Gertrudes percebeu que tanto sacrifício tinha valido a pena. Mãe e filha, agora curada, foram rezar agradecidas, ajoelhadas aos pés da Senhora Aparecida.
O Escravo Zacarias: Naquele tempo de escravidão, o escravo Zacarias voltava acorrentado com o seu feitor para a fazenda de onde havia fugido. Ao passar pelo Santuário, pediu para rezar aos pés da Mãe Aparecida. Zacarias, com muita fé, fez suas orações, e o milagre aconteceu: as correntes se soltaram e Zacarias ficou livre.
O Cavaleiro Incrédulo: Há muito tempo, havia em Cuiabá (MT) um cavaleiro que não tinha fé. Zombava dos devotos de Nossa Senhora Aparecida e não acreditava no poder de sua intercessão. Um dia, o cavaleiro, subiu em seu cavalo e quis entrar na igreja de Aparecida e as patas do animal ficaram presas no primeiro degrau da escada.
A Chegada dos Redentoristas
Em 1732, em Scala, na Itália, Santo Afonso Maria de Ligório e outros cinco companheiros fundaram a Congregação do Santíssimo Redentor (Missionários Redentoristas), que tem como carisma a pregação das missões populares para as comunidades mais pobres e abandonadas. Rapidamente ela se expandiu para o norte da Europa e depois Américas, Ásia, África e Oceania.
Em 1894, Dom Eduardo Duarte da Silva, bispo de Goiás viajou a Europa em busca de padres para atender a romaria do Divino Pai Eterno do Barro Preto, realizar as santas missões na região sul da diocese, e cuidar da Paróquia de Nossa Senhora da Conceição de Campininhas de Goiás. Ele visitou diversos superiores de congregações religiosas, dentre eles o superior-geral dos redentoristas, Padre Matias Raus, mas não obteve resposta positiva. Na mesma noite em que conversou com Dom Eduardo, o Padre Matias teve um sonho com o fundador da congregação, Santo Afonso Maria de Ligório. E no dia seguinte, procurou por Dom Eduardo, e recomendou que fosse a Baviera (Alemanha), e lá conversasse com o superior provincial que iria enviar o grupo de missionários para Goiás. Dom Eduardo foi à Alemanha e acertou os detalhes da viagem ao Brasil. Logo tomou conhecimento que metade daquele grupo deveria ficar em São Paulo, para cuidar do Santuário de Nossa Senhora Aparecida, atendendo a um pedido do bispo de São Paulo, Dom Joaquim Arcoverde.
Em 28 de outubro de 1894, chegou a Aparecida um grupo de padres e irmãos dos Missionários Redentoristas, para trabalhar no atendimento aos romeiros que acorriam aos pés da imagem para rezar com a Senhora Aparecida.
Coroação da Imagem
Em 1904 o Papa Pio X deu ordem para que a imagem fosse coroada de forma solene, o que aconteceu no dia 8 de setembro de 1904. Para a coroação foram utilizados o manto e a coroa doada pela Princesa Isabel símbolos de sua realeza e patrono. A celebração solene foi dirigida por D. José Camargo Barros, com a presença do núncio apostólico, muitos bispos, o presidente da República Rodrigues Alves e numeroso povo. Depois da coroação o papa concedeu ao santuário de Aparecida mais outros favores: ofício e missa própria de Nossa Senhora Aparecida, e indulgências para os romeiros que vêm em peregrinação ao Santuário.
Aparecida: A Basílica e o Novo Município
Em 29 de abril de 1908, a igreja recebeu o título de Basílica Menor, sagrada a 5 de setembro de 1909 e recebeu os ossos de são Vicente Mártir, trazidos de Roma com permissão do Papa Pio X. No dia 17 de dezembro de 1928, a vila que crescera em volta da Basílica e que pertencia ao município de Guaratinguetá, se tornou independente, formando o município de Aparecida do Norte
Aparecida: Rainha e Padroeira do Brasil
Em 16 de julho de 1930 Nossa Senhora da Conceição Aparecida foi proclamada Rainha do Brasil e sua Padroeira Principal, por decreto do papa Pio XI, com estes objetivos: o bem espiritual do povo e o aumento cada vez maior de devotos à Imaculada Mãe de Deus. Mais tarde, em 30 de junho de 1980, através da Lei nº 6 802, João Figueiredo, então presidente do Brasil, decretou oficialmente feriado o dia 12 de outubro, dedicando-se este dia à devoção. Também nesta lei, a República Federativa do Brasil reconhece oficialmente Nossa Senhora Aparecida como padroeira do Brasil.
Rosas de Ouro
Em 1967, ao completar-se 250 anos da devoção, o Papa Paulo VI ofereceu ao Santuário a “Rosa de Ouro”, gesto repetido pelo Papa Bento XVI que ofereceu outra rosa, em 2007, em decorrência da sua viagem apostólica ao país nesse mesmo ano, reconhecendo a importância da santa devoção. Recentemente ( 9 de outubro de 2017), o Papa Francisco repetiu o gesto, concedendo a terceira rosa em comemoração aos 300 anos da aparição da imagem.
A Basílica de Nossa Senhora Aparecida
Com o passar do tempo, a devoção a Nossa Senhora da Conceição Aparecida foi crescendo e o número de romeiros foi aumentando cada vez mais. A primeira Basílica tornou-se pequena. Era necessário construir outro templo, bem maior, que pudesse acomodar tantos romeiros. A primeira ideia de construção surgiu em 1917, por ocasião das celebrações do bicentenário do Encontro da Imagem. O projeto tomou forma ainda sob o arcebispado de Dom Duarte Leopoldo e Silva em São Paulo, mas sua realização estava condicionada à conclusão das obras da Catedral da Sé. O projeto da nova Basílica foi encomendado pelo Cardeal Dom Carlos Carmelo de Vasconcelos Motta, em setembro de 1947, ao arquiteto Benedito Calixto de Jesus. A estrutura e os cálculos do concreto armado eram do engenheiro civil Paulo Franco Rocha. A primeira missa no local aconteceu no dia 11 de setembro de 1946, presidida pelo Cardeal Motta. Em agosto de 1954, foi realizado o ato da Bênção da pedra fundamental. O Cardeal Legado Dom Giovani Piazza celebrou missa às 10:30h e, após a missa, O início efetivo da construção ocorreu em 11 de novembro de 1955. O prédio central da Basílica foi construído em estilo Neorromânico e tem o formato de uma cruz grega (possui os 4 braços do mesmo tamanho e forma um quadrado no centro). A Basílica foi consagrada em 4 de julho de 1980 pelo papa João Paulo II, durante sua visita ao Brasil e recebeu o título de Basílica Menor. As atividades no santuário só se iniciaram em 03 de Outubro de 1982, com a entrega oficial do templo pelo Arcebispo de Aparecida, Dom Geraldo Maria de Moraes Penido, ao redentorista e vigário da cidade Padre Elpídio Tabarro DalBó. Nesse dia também foi feito o translado da imagem para a Basílica Nova em um carro do Corpo de Bombeiros e levada em cortejo pela cidade até o altar montado na Esplanada do Santuário, para uma celebração eucarística. Atualmente a Basílica é o maior santuário mariano do mundo, é o maior templo católico do Brasil e o segundo maior templo católico do mundo (menor somente que a catedral de São Pedro, em Roma).
Sobre o filme
O filme se chama "O Milagre das Águas - A História de Nossa Senhora Aparecida". É um filme nacional (em alguns momentos em tom de musical), de 1987 e ambientado em 1904, ocasião da coroação da imagem e mostra a história de um senhor paraplégico, em consequência de um acidente, que é levado por seu filho João, a Aparecida do Norte. A contra gosto por já não ter fé, Pai José, como é chamado pelo menino, consente na viagem; e no caminho vai contando a história da Santa nascida nas águas.
Nossa Senhora da Conceição Aparecida é considerada a padroeira, entre outras coisas, das grávidas e recém-nascidos, rios e mares, do ouro, do mel, da beleza, dos rodeios e dos peões.
Sua festa litúrgica é celebrada no dia 12 de Outubro.
Chegando mais um bom filme para curtirmos em família nesse fim de semana, hoje trago mais um filme épico de 1955 chamado O Filho Pródigo, dirigido por Richard Thorpe. O filme retrata a parábola de mesmo nome, contado por Cristo e narrada no Evangelho Segundo Lucas, capítulo 15, versículos de 11 a 32, onde um filho pede ao pai a sua parte na herança e sai pelo mundo, gastando tudo de forma descontrolada, após chegar a um estado penoso de fome e miséria, ele decide voltar para a casa de seu pai, esperando tornar-se servo de seu pai. É preciso saber, antes de assistir ao filme, que o mesmo introduz em seu enredo elementos que não estão no Livro Sagrado, mas conserva a essência da parábola. O filme traz em seu elenco a atriz Lana Turner e os atores Edmund Purdom e James Mitchell.
Que o Senhor Jesus abençoe a cada um de nós e que Nossa Senhora nos cubra com seu manto sagrado!!!
Você alguma vez já foi menosprezado por não ser tão inteligente, ou por ser pobre, ou por não saber ler? Ignoraram você, Tinham vergonha de você? Alguma vez você achou que não merecia o amor de Deus? Ou que não poderia ser santo? Pois bem, o filme de hoje vai lhe mostrar a história de um santo que viveu tudo isso, mas que nada disso impediu que a vontade de Deus se manifestasse em sua vida, vamos falar hoje de São José de Cupertino.
Nascimento Semelhante a Cristo
Ele nasceu no dia 17 de junho de 1603, em Copertino (Cupertino em Português), no Reino de Nápoles, Itália. Foi batizado com o nome Giuseppe Desa, de família muito pobre, foi o sexto filho dos seus pais (não encontrei os nomes do casal), seu pai era carpinteiro e, segundo uma das fontes faleceu pouco antes do nascimento de José, deixando sua mãe afundada em dívidas, o que fez com que ela fosse despejada da casa onde morava às vésperas do nascimento de José, com isso ele acabou nascendo em um estábulo, assim como nosso Senhor. José cresceu com dificuldades intelectuais severas, era muito atrapalhado e tinha dificuldade para aprender até mesmo trabalhos manuais, como o ofício de carpinteiro. Quando estava um pouco mais crescido, começou a trabalhar como aprendiz de sapateiro.
José, o Irmão Burro
Aos 17 anos tentou ingressar em um convento Franciscano e depois em um Capuchinho, mas nas duas vezes o recusaram por considerá-lo um "inútil". Chegou ainda a procurar abrigo na casa de um tio que tinha algumas posses, mas após algum tempo, este o declarou “completamente inútil” e o pôs na rua. Acabou, então, voltando para a casa de sua mãe, que recorreu, ainda a um parente franciscano, por cujo intermédio o jovem acabou sendo aceito no convento de La Grotella, como ajudante leigo, nos trabalhos do estábulo. Por conta do seu jeito estabanado e de sua pouca inteligência era motivo de gozação por onde passava e no convento não foi diferente, logo, ganhou o apelido de "Irmão Burro".
Nasce o Frei José
José mal sabia ler e escrever, mas ele queria ser sacerdote e todos duvidavam de sua capacidade, com muito esforço ele seguiu estudando e conseguiu alguns poucos progressos, sua dificuldade em aprender era tamanha que ele não conseguia aprender quase nada, do evangelho por exemplo, a única coisa que aprendeu foi "Bendito é o fruto do teu ventre!" do Evangelho Segundo Lucas. Durante os testes chegava a ficar tão inseguro que, às vezes não conseguia responder. Mas a Providência não o desamparava. Quando seu mestre começava a ficar impaciente, José lhe dizia: “Tenha paciência, assim será mais meritório”.
Chegando o dia do seu teste para ser admitido como Diácono José entregou-se a Virgem Maria. Durante o teste o Bispo de Nardo lhe disse: “Vou abrir a esmo o Evangelho, e a primeira frase que me cair sob os olhos, essa terás de me explicar”. Em seguida, abriu o livro santo na página da visita a Santa Isabel, e mandou Frei José dissertar sobre a frase: “Bendito é o fruto de teu ventre”. Era o único trecho que José sabia explicar e o fez de forma admirável e foi aprovado, para o espanto de todos.
Após mais um tempo de estudos e dificuldades imensas, chegou o momento do exame oral, diante do Bispo de Castro. José de Cupertino foi juntamente com outros confrades. Mais uma vez ele confiou-se a Nossa Senhora, pois sabia que, humanamente, não passaria. O bispo, porém, interrogou alguns e ficou tão admirado com as respostas precisas e sábias destes, que decidiu aprovar todos os outros sem examiná-los. Dentre eles estava São José de Cupertino.
Êxtase, Conselho, Visões e Levitação
Se seu intelecto era muito baixo, o seu poder de oração e intimidade com Deus surpreendia a todos, durante os momentos de oração era acometido por acontecimentos espirituais e frequentemente entrava em êxtase (um estado de elevação da alma ao plano sobrenatural, onde a pessoa fica momentaneamente desapegada dos sentidos e entregue totalmente numa contemplação daquilo que é Divino). Gritos, beliscões, queimaduras, agulhadas, nada o trazia de volta em seus momentos de êxtase; mas ele voltava na hora com a ordem do seu superior.
A sabedoria divina lhe ultrapassava o comum aos homens, em certa ocasião, um professor da Universidade Franciscana de São Boaventura disse: “Escutei-o discorrer tão profundamente sobre os mistérios da teologia, como não o poderiam fazer os melhores teólogos do mundo”.
Ele era capaz de perceber na alma das pessoas o que elas mais precisavam, e as aconselhava com exatidão. Através de suas manifestações, Deus curava o coração de muitos que o procuravam. Acabava com desavenças, reconciliava inimigos e levava a misericórdia de Deus.
Ele também tinha visões, dizia com simplicidade que em algumas vezes ficava conversando com alguns apóstolos e as vezes com Jesus e a Virgem Maria. Ele via as pessoas freqüentemente sob a forma do animal que representava o estado de sua alma. Ele sentia também os odores do pecado ou da virtude, de maneira que, chegando-se a um pecador, dizia: “Cheiras mal. Vai te confessar”. Ainda tinha o dom de se fazer entender pelos animais, certa vez pediu a um passarinho que ensinasse as freiras de um mosteiro cantar o Ofício. E todos os dias, à hora das Matinas e da Noa, eis que o pássaro aparecia à janela do coro, animando o cântico das religiosas.
Além disso, ele também possuía o dom da levitação, que se manifestava quase constantemente quando celebra a santa missa e quando rezava. Bastava ouvir o nome de Jesus ou de Maria que ele, literalmente, começava a levitar (Elevar-se do chão, como que voando). Se estava na igreja, voava para junto do altar da Virgem ou do Santíssimo. Se no jardim, para o cume de uma árvore, permanecendo ajoelhado na ponta de um de seus galhos como se fosse o mais leve passarinho.
E esses mistérios lhe trouxeram fama de santidade, que logo se espalhou por toda Itália e outros países da Europa fazendo com que príncipes, reis e até mesmo o Papa Urbano VIII foi encontrar-se com o Frei José.
O Frei José e a Inquisição
Mas esses mistérios lhe trouxeram também grandes problemas, diante de denúncias ao Tribunal do Santo Ofício, popularmente conhecido como Inquisição, o Frei José passou a ser investigado sob a acusação de serem manifestações demoníacas os seus dons extraordinários, O processo terminou reconhecendo a inocência do religioso, impondo-lhe, porém, a reclusão obrigatória e a transferência para conventos afastados. Em 1653, por ordem do Santo Ofício, passou a ser transferido para vários conventos com a intenção de o deixar isolado de todos, inclusive da comunidade religiosa, passou por Assis, Petra Rúbia e Fossombrone. Mas todo esse esforço foi em vão, pois por onde ele andava a multidão o acompanhava.
Morte, Beatificação e Canonização
E assim de convento em convento, ele chegou ao Osimo (Província de Ancona, Itália), e ao chegar, exclamou: “Este é o lugar de meu descanso”. Ali ele viveu mais 6 anos e em 18 de setembro de 1663 ele faleceu aos 60 anos, vítima de uma severa febre e foi enterrado na igreja de Osimo. Logo após o seu sepultamento se iniciaram as peregrinações ao seu túmulo e muitas graças foram alcançadas através de sua intercessão. O Frei José de Cupertino foi beatificado em 1753 pelo Papa Bento XIV, e canonizado em 1767 pelo Papa Clemente XIII.
Sobre o Filme
O filme que vamos assistir se chama "O Santo Relutante", é uma produção italiana, de 1962, dirigida por Edward Dmytryk, com Maximilian Schell interpretando São José de Cupertino. Caso você deseje comprar o filme, eu achei ele à venda na amazon, e você pode encontrar clicando nesse link: https://amzn.to/46uXUhs
Ele é considerado o padroeiro dos estudantes, tripulantes e passageiros de aeronaves, astronautas e pilotos aviadores, pilotos de asa delta, ultra leves, etc.
Sua festa litúrgica é celebrada no dia 18 de Setembro.
Essa semana a Igreja celebrou a Memória do Martírio de São João Batista e, justamente, no dia do seu martírio eu consegui achar um filme que conta a história dele, o último dos profetas, o precursor de Cristo, aquele que anunciou a chegada do Messias, o primeiro mártir da Igreja,.
O filme se chama Salomé, é de 1953 e claro tem como personagem principal aquela que pediu a cabeça de João Batista (Conferir em Mateus 14:1-12. Marcos 6:14-29 e Lucas 9:7-9) em uma bandeja, orientada por sua mãe Herodíades. Mas o filme mostra também um pouco da vida de João Batista, suas pregações, sua prisão, os momentos que antecederam sua morte e também a decapitação. Caso você queira saber um pouco mais sobre João Batista, pode acessar nossa primeira postagem sobre ele, clicando AQUI.
Alguns detalhes são necessário dizer antes de se assistir o filme: o áudio do filme, em alguns momentos, não é tão bom, mas as falhas não acontecem em momentos de conversação; no filme quem pede a cabeça de João Batista em uma bandeja é Herodíades, na bíblia quem faz o pedido é a própria Salomé, mas sob orientação de sua mãe, Herodíades.
O filme é de 1953, produzido nos EUA, pela Columbia, dirigido por William Dieterle e conta com nomes de peso como Rita Hayworth (Salomé), Sir Cedric Hardwicke (Tiberius Caesar), Stewart Granger (Claudius) e Alan Badel (João Batista).
A festa litúrgica do nascimento de São João Batista é celebrada no dia 24 de Junho e a memória litúrgica de seu martírio se celebra no dia 29 de Agosto.
Vamos chegando com mais um bom filme para curtirmos em família, hoje contaremos um pouco da história de São Josemaria Escrivá, um servo de Deus, que fundou o Opus Dei uma prelazia católica que prega que somos todos chamados a ser santos e evangelizar em todos os ambientes e fazer do trabalho um encontro pessoal com Deus.
Nascimento e Primeiros Anos
Josemaría Escrivá de Balaguer nasceu em 9 de janeiro de 1902 em Barbastro, Espanha. Foi o segundo filho, entre os seis, do casal José Escrivá de Balaguer Corzán e de Maria de los Dolores Albás y Blanc. Josemaria foi batizado no mesmo mês de seu nascimento, dia 13, os seus pais eram católicos fervorosos e transmitiram-lhe desde cedo os fundamentos da fé e as virtudes cristãs: o amor à Confissão e à Comunhão frequentes, o recurso confiado à oração, a devoção a Nossa Senhora, a ajuda aos mais necessitados. Desde cedo conviveu com as dores e dificuldades da vida, entre 1910 e 1914 morreram as suas três irmãs mais novas, e sua família chegou a ruína econômica, com a falência de uma pequena fábrica que o seu pai possuía. Estas experiências temperaram o seu caráter, naturalmente alegre e expansivo, e o fizeram amadurecer mais rapidamente. Em 1915, a família Escrivá mudou-se para Logronho, onde o pai conseguiu um emprego que lhe permitira sustentar a família de forma mais modesta.
As Pegadas na Neve
O natal de 1917-1918 foi extremamente frio, com temperaturas que chegavam a 14°C negativos, e foi nesse frio que algo inesperado aqueceu o seu coração e transformou sua vida para sempre: após uma forte nevasca, ele observou umas pegadas na neve, eram de um frade carmelita que caminhava descalço. Diante dessa imagem interrogou a si mesmo: se há pessoas que fazem tantos sacrifícios por Deus e pelo próximo, não serei eu capaz de Lhe oferecer alguma coisa? Então ele começou a sentir que precisava entender direito o que Deus queria dele e optou pelo sacerdócio, pois assim estaria mais disponível para atender a vontade de Deus.
Iniciou sua formação eclesiástica no seminário de Logronho, em 1920 seguiu para seminário diocesano de Saragoça, onde também cursou direito, por sugestão do seu pai e com a permissão dos seus superiores. Em 1925 recebeu o sacramento da Ordem e sua primeira missa foi celebrada no dia 30 de março de 1925, em sufrágio pela alma de seu pai, José Escrivá, que havia falecido em novembro de 1924. Iniciou seu ministério em paróquias rurais, depois regressou a Saragoça, onde exerceu o seu ministério e terminou a licenciatura em Direito. Em 1927, acompanhado de sua mãe, de sua irmã e seu irmão, mudou-se para Madrid para obter o doutorado em Direito, desenvolveu um intenso serviço sacerdotal, principalmente entre os pobres, doentes e crianças. Ao mesmo tempo, sustentava-se e mantinha a sua família dando aulas de Direito.
A Criação do Opus Dei
No dia 2 de Outubro de 1928, durante um retiro espiritual, Josemaría, enquanto pedia que Deus lhe mostrasse claramente o que era preciso ser feito pela Igreja, ele vê (essa é a palavra utilizada por ele) a missão que Cristo lhe quer confiar: abrir na Igreja um novo caminho vocacional, orientado a difundir a procura da santidade e a realização do apostolado mediante a santificação do trabalho cotidiano no meio do mundo, sem mudar de estado, surgindo assim a Opus Dei (Obra de Deus em Latim). Poucos tempo depois, em fevereiro de 1930, Nosso Senhor dá-lhe a entender que o Opus Dei deve estender-se também às mulheres colocando sempre a mulher, como cidadã e como cristã, frente à sua pessoal responsabilidade, nem maior nem menor que a do homem, na construção da sociedade civil e da Igreja. A partir de então Josemaría se dedica totalmente a esta grande obra de Deus, apesar de não se considerar um inovador, pois sabe que Cristo é a eterna novidade e que o Espírito Santo rejuvenesce continuamente a Igreja. Em 1933 ele percebe que o mundo da ciência e da cultura é um ponto crucial para a evangelização de toda a sociedade e assim, promove a abertura de uma Academia Universitária. Em 1934 ele publica, com o título Consideraciones Espirituales, a primeira edição de Caminho, o seu livro mais conhecido que atualmente já está difundido em mais de quatro milhões e meio de exemplares, com 372 edições, em 44 línguas.
A Guerra Civil Espanhola e o Massacre de Católicos
O Opus Dei dava os seus primeiros passos quando, em 1936, se iniciou uma das maiores perseguições à igreja feita pelos comunistas: A guerra civil espanhola. Fruto do ódio marxista contra a religião, ela se assemelhou a perseguição que aconteceu no México na mesma época, e era reflexo da revolução comunista que aconteceu na Rússia em 1917. Em 1931 os republicanos (de ideologia comunista, apoiados pelos socialistas e anarquistas), com a promessa de realizar reformas sociais e rurais, coletivizar fábricas e terras, saíram vitoriosos das eleições no país, com isso o Rei Afonso XIII renunciou ao trono, assim foi proclamada a república e extinta a monarquia na Espanha. Mas assim que assumiram o poder, os comunistas elaboraram uma nova Constituição, que negava os direitos da Igreja. A nova constituição continha artigos como o fim das escolas confessionais, a retirada de símbolos religiosos em lugares públicos, a proibição do culto público, fim da disciplina "religião" nos centros de ensino e a supressão das ordens religiosas. Milícias armadas pelo governo, conhecidas como “incontroláveis” avançaram sobre as igrejas, mosteiros e conventos, que foram saqueados e incendiados sem que as forças de segurança do governo ou a Guarda Civil interviessem. Os sacerdotes e religiosos foram considerados inimigos do povo e foi dado ordem para que fossem todos detidos, aqueles que não conseguiram fugir ou esconder-se foram presos e torturados antes de serem mortos, não se levou em consideração a idade ou o sexo dos presos. Homens e mulheres, jovens e idosos eram espancados, tinham os olhos vazados, sofriam queimaduras, choques elétricos, as monjas sofriam abusos sexuais, etc. Até 1936, 411 igrejas já haviam sido destruídas. A declaração do ministro da guerra, Manuel Azaña, demonstrava a posição do governo diante do vandalismo generalizado: “Todos os conventos da Espanha não valem a vida de um único republicano”.
Embora a perseguição aos católicos tenha começado logo no início do governo comunista, as reformas prometidas na campanha não começaram logo, e isso fez com que a tensão entre republicanos (Comunistas) e Nacionalistas (Conservadores) aumentasse ainda mais, com isso em 18 de julho de 1936, o general Francisco Franco comandou o exército espanhol contra os republicanos, numa tentativa de retomada do poder para os nacionalistas. O Exercito falhou em sua ação e acabou dando início a uma guerra entre nacionalistas e republicanos. A guerra civil provocou milhares de mortos e muita destruição, acabando somente em 1939 com a vitória dos nacionalistas e o fim da perseguição aos católicos.
Diante de tanta barbárie só restou uma alternativa a Josemaría: Sair de Madrid. Por diversas vezes ele esteve a ponto de ser capturado pelos comunistas, durante a fuga ele exercia seu ministério às escondidas, auxiliado por amigos ele conseguiu atravessar os Pireneus até o sul da França, e instalou-se em Burgos, onde permaneceu até o fim da guerra em 1939.
Expansão Apostólica do Opus Dei
De volta a Madri Josemaría conseguiu o doutorado em Direito. Nos anos seguintes, dirigiu vários retiros destinados a leigos, padres e religiosos, mas o início da Segunda Guerra Mundial o impede de iniciar seus trabalhos em outros países. Em fevereiro de 1943, foi fundada, dentro do Opus Dei, a Sociedade Sacerdotal da Santa Cruz com isso o Opus Dei começou também a receber sacerdotes. Em 1946 passou a viver em Roma, a fim de preparar o reconhecimento pontifício do Opus Dei. Em 24 de Fevereiro de 1947, o Papa Pio XII concede o decretum laudis, e a aprovação definitiva a 16 de Junho de 1950. Em 1948, funda, em Roma, o Colégio Romano de Santa Cruz, destinado à formação de homens do Opus Dei provenientes de todas as partes do mundo. Em 1953, funda o Colégio Romano de Santa Maria, centro internacional para a formação espiritual, teológica e apostólica de mulheres do Opus Dei. Josemaría passou a realizar numerosas viagens a diversos países europeus para impulsionar o estabelecimento e a consolidação do Opus Dei nesses lugares, entre 1970 e 1975 passou a realizar também longas viagens até o México, a Península Ibérica, a América do Sul e Guatemala, e nelas reunia em catequese grupos numerosos de homens e mulheres.
Morte, Beatificação e Canonização
No dia 26 de junho de 1975, por volta do meio-dia, enquanto estava em seu escritório de trabalho, aos pés de uma pintura emoldurada de Nossa Senhora, ele sofreu uma parada cardíaca e faleceu aos 73 anos. A essa altura, o Opus Dei já estava presente nos cinco continentes. Tinha mais de sessenta mil membros em oitenta países. Os livros de espiritualidade do Monsenhor Escrivá (Caminho, Santo Rosário, Temas Atuais do Cristianismo, Cristo que passa, Amigos de Deus, Amar a Igreja, Via Sacra, Sulco, Forja) difundiram-se pelo mundo com milhões de exemplares. O seu corpo foi sepultado na Igreja Prelatícia de Santa Maria da Paz, na sede central da Prelazia, em Roma.
Cerca de 69 cardeais, 1300 bispos de todo o mundo e 41 superiores de congregações religiosas, entre outras personalidades, solicitaram ao Papa o início da causa de sua beatificação e canonização. Em 12 de maio de 1981 foi aberto o processo de beatificação de Josemaría Escrivá. Em 9 de abril de 1990 o Papa João Paulo II declarou a heroicidade de suas virtudes cristãs, em 6 de julho de 1991 decretou o caráter milagroso de uma cura atribuída à sua intercessão. Foi beatificado em 17 de maio de 1992. Em 20 de Dezembro de 2001 um decreto pontifício reconheceu o carácter milagroso de uma cura atribuída à intercessão do Beato Josemaría e em 6 de outubro de 2002 foi canonizado pelo Papa João Paulo II.
Na homilia da missa de canonização o Papa João Paulo II disse o seguinte sobre Josemaría: São Josemaría foi um mestre na prática da oração, o que considerava uma extraordinária "arma" para redimir o mundo. Recomendava sempre: ""Primeiro, oração; depois expiação; em terceiro lugar, muito "em terceiro lugar", ação"" (Caminho, n. 82). Não é um paradoxo, se não uma verdade perene: a fecundidade do apostolado reside, antes de tudo, na oração e numa vida sacramental intensa e constante. Este é, no fundo, o segredo da santidade e do verdadeiro êxito dos santos. (Da homilia na missa de canonização).
Sua festa litúrgica é celebrada no dia 26 de junho.